sexta-feira, 30 de março de 2018

CCXP 2018 INICIA VENDA DE INGRESSOS EM ABRIL


                A maior convenção dedicada à cultura pop/nerd/geek, a Comic Con Experience, dá a sua largada para a edição de 2018 com o início da venda das entradas para o evento, com data prevista para ser realizada nos dias 6 a 9 de dezembro, em São Paulo, capital, no já conhecido local de sempre, o São Paulo Exhibition & Convention Center, no bairro do Jabaquara, próximo ao Terminal Rododiário, e ao lada da Rodovia dos Imigrantes. O evento, que vem sempre batendo suas marcas de visitantes, teve um público de 227 mil pessoas na edição de 2017. E, mais uma vez, a meta para a convenção deste ano, é superar este número. Para isso, a venda dos ingressos da edição 2018 da Comic Con Experience terá início no dia 05 de abril, a partir das 20:00 Hrs., no site oficial do evento, no endereço www.ccxp.com.br/ingressos. Os valores dos ingressos deste ano serão os seguintes:

INGRESSOS INDIVIDUAIS
Quinta-Feira, dia 06.12: R$ 89,99 (meia-entrada); R$ 179,98 (inteira)
Sexta-Feira, dia 07.12: R$ 119,99 (meia-entrada); R$ 239,98 (inteira)
Sábado, dia 08.12: R$ 159,99 (meia-entrada); R$ 319,98 (inteira)
Domingo, dia 09.12: R$ 149,99 (meia-entrada); R$ 299,98 (inteira)

INGRESSOS ESPECIAIS
Quatro Dias (dias 6 a 9.12): R$ 429,99 (meia-entrada); R$ 859,98 (inteira)
Epic Experience (dias 6 a 9.12): R$ 1.099,99
Full Experience (dias 6 a 9.12): R$ 7.499,99
Unlock (dias 6 a 9.12): R$ 1.499,99

                Tanto os ingressos individuais, quanto o ingresso especial válido para os quatro dias terão opções de preços de meia-entrada. Para poder adquirir o ingresso com esse valor, é necessário efetuar a doação de um livro, procedimento que já foi realizado nas edições anteriores da CCXP. Esse livro deverá ser entregue na recepção da CCXP no primeiro dia em que o visitante for participar do evento, sendo que, no caso dos ingressos individuais, deverá ser doado um livro para cada dia de visitação. Para o ingresso de quatro dias, é necessário doar apenas um livro. Cada ingresso consistirá em uma credencial com arte personalizada, as quais serão divulgadas posteriormente, e entregues de forma aleatória aos compradores, que terão seu nome estampado na credencial. Uma vez adquirido o ingresso, ele é pessoal e intransferível a terceiros. Se o comprador não puder comparecer ao evento, ele pode transferir sua credencial para outra pessoa, mediante pagamento de taxa. Os ingressos poderão ser recebidos via correio, ou retirados na portaria do evento, nos seus dias de realização, à escolha do comprador.
                O benefício da meia-entrada também vale para estudantes, desde que com a apresentação da respectiva carteira expedida por estabelecimento de ensino fundamental, médio, superior ou pela respectiva associação e ou agremiação. Também terão direito ao benefício Professores das redes estadual ou municipal, também com a apresentação de documento funcional com foto juntamente com holerite atual ou declaração da instituição em papel timbrado informando cargo e escola que leciona; aposentados, com apresentação do cartão de benefício do INSS e documento com foto; idosos, também com apresentação de documento oficial com foto que comprove idade superior a 60 anos; etambém pessoas com deficiência, desde que estejam portando documentos que comprovem sua condição, bem como seu acompanhante. É imprescindível a apresentação do documento comprobatório do beneficiário adquirente do ingresso no valor da meia-entrada no acesso ao evento. O promotor do evento informa que se reserva o direito de não permitir o acesso do portador da credencial em caso de não comprovação da condição de beneficiário, estando sujeito a efetuar a troca pelo valor inteiro, mediante pagamento da diferença entre o preço das credenciais.
                O ingresso Epic Experience, além do acesso normal dos ingressos diários e dos quatro dias, proporcionará ao visitante alguns privilégios, entre eles: participar do Spoiler Night, a pré-abertura da CCXP, que ocorre na noite do dia anterior ao primeiro dia de realização do evento, além de entrar uma hora antes da abertura dos portões durante os quatro dias, e também irá receber o kit EPIC, composto de uma camiseta oficial da CCXP, um pôster oficial do evento, um pôster com arte exclusiva do Bane Deluxe Art Scale 1/10 desenhado pelo artista Ivan Reis, um pin da CCXP, um pin da Iron Studios e um cordão, além de desconto de 10% nas lojas Mundo Geek, Harry Potter, Oficial CCXP e Chiaroscuro Studios dentro do festival, e um voucher que dará direito a uma foto ou um autógrafo com um dos artistas convidados do evento, cuja relação será divulgada oportunamente. Este tipo de ingresso possui valor único.
                E há também o ingresso Full Experience, classe VIP, que oferecerá ao seu comprador, os seguintes benefícios: Uma credencial colecionável exclusiva que dá direito a acesso prioritário ao pavilhão nos quatro dias do evento, sem pegar fila; Entrada garantida e assento reservado e personalizado em área VIP próxima ao palco no Auditório Cinemark principal em todas as atividades, incluindo as concorridas pré-estreias de filmes; Uma Foto e um autógrafo com quatro dos artistas convidados do evento; Acesso ao estacionamento VIP, sem custo adicional; 4 colecionáveis em escala 1:10 produzidos pela Iron Studios que serão vendidos exclusivamente na CCXP; Pôster oficial do evento autografado pelo artista; Camiseta, boné, chaveiro e caneca oficiais da CCXP; Acesso ao VIP Lounge, com alimentação e serviço de concierge; e uma sacola exclusiva do evento. Assim como o ingresso Epic Experience, este ingresso também possui valor único.
                O ingresso Unlock, além do acesso a todo o restante do evento, como os ingressos diários e dos quatro dias, dará acesso a atividades paralelas que ocorrerão dentro da CCXP, voltadas ao público profissional que trabalha na área, em um espaço exclusivo para este fim. Ele dará direito a participar das palestras e conteúdos de negócios que serão realizados nos quatro dias da convenção, das 8:00 às 17:00 Hrs., com direito a café da manhã e almoço inclusos, passeio guiado na montagem da Comic Con Experience na quarta-feira, dia 05.12, além de entrada antecipada no evento, de 1 hora antes da abertura dos portões. Este ingresso também possui valor único, não havendo valor de meia-entrada.
                E vale lembrar que estes preços dos ingressos para a CCXP 2018 referem-se ao primeiro lote, cuja venda irá do dia 05 até o dia 30 de abril. Novos lotes de ingressos serão oferecidos posteriormente a esta data, mas os valores poderão sofrer aumentos, conforme disponibilidade e procura, à medida que a data de realização da convenção for se aproximando. No ano passado, a CCXP iniciou a venda dos ingressos no mês de maio, bem mais tarde do que foi feito no ano anterior, também no mês de abril. Em 2017, contudo, a organização da convenção também realizou um evento na região Nordeste, na cidade de Recife, a CCXP Tour, que por enquanto não terá uma nova edição este ano, até o presente momento. Sem este segundo evento, a organização da CCXP já pode retomar a data de início das vendas dos ingressos agora em abril. As opções de pagamento aceitas serão cartões de crédito, com opção de parcelamento dos valores, ou boleto, sendo que neste caso a opção será apenas para pagamento à vista.
                Os valores sofreram um aumento em relação aos cobrados inicialmente no ano passado. O aumento foi de R$ 10 nos ingressos da quinta e sexta, e de R$ 20 nos de sábado e domingo. E o ingresso válido para os 4 dias ficou R$ 50 mais elevado. Os aumentos foram ainda maiores nos demais ingressos especiais. Em um momento onde a inflação está em baixa, estes aumentos não deixam de serem significativos, o que pode impactar na opção de compra por parte de muitos fãs que almejam participar do evento, até porque a economia brasileira, apesar de em recuperação, ainda inspira cuidados, e muitos ainda não estão em posição de usufruir das melhoras que o panorama econômico tem proporcionado mais recentemente. A organização do evento se justifica pelo fato de muitos dos custos de produção do evento serem realizados em dólar, junto a artistas e empresas internacionais que estarão presentes na convenção. Mesmo assim, a perspectiva é novamente ter um número ainda maior de visitantes, a exemplo do que sempre aconteceu de uma edição para a outra da Comic Con Experience, que desde o primeiro evento, em 2014, só vem crescendo. Como exemplo, em 2016, um total de 196 mil visitantes estiveram presentes na convenção, e no ano passado, apesar das dificuldades da economia, já atingiu 227 mil, um aumento de 31 mil visitantes.
                Com o início da venda dos ingressos, a organização do evento começará a divulgar em breve as novidades que forem sendo confirmadas para a convenção deste ano, quais empresas estarão presentes, os estúdios, palestras, artistas, desenhistas, o credenciamento dos profissionais no Artist’s Aley, imprensa, etc. As negociações já estão em andamento, e tudo será anunciado no momento oportuno. Vista inicialmente como um passo ousado demais para o mercado brasileiro, a CCXP mostrou que todos estavam errados em duvidarem da seriedade da iniciativa já em sua primeira edição, quando o evento atraiu nada menos do que 97 mil visitantes, um número tremendamente expressivo. Já em sua segunda edição, o número de visitantes pulou para 142 mil, e os números continuaram a subir nas edições seguintes, contradizendo quem esperava ver um enfraquecimento da iniciativa, diante do quadro econômico crítico da economia brasileira, que realmente era algo preocupante, e ainda inspira cuidados nos dias atuais, estando longe de uma plena recuperação.
                Resta esperar para ver se mais uma vez a força e determinação dos fãs da cultura pop/nerd/geek irá mais uma vez surpreender e brindar a CCXP com um novo número recorde de visitantes, com a convenção brasileira já sendo considerada a maior do mundo, mais até do que a mais icônica, a de San Diego, Califórnia, pelo menos no número de visitantes. Mais uma vez, a Comic Con Experience apela para o seu tradicional slogan, repetido desde a realização do primeiro evento: “Vai ser épico!” E alguém pode duvidar que não será?

NOVO FILME DE MAZINGER EM EXIBIÇÃO NA AMÉRICA LATINA


                No ano em que completa 50 anos de carreira, Go Nagai comemora o lançamento do mais novo longa-metragem animado para cinema de uma de suas mais famosas criações: Mazinger. O primeiro super robô da história da animação japonesa é a estrela do filme MAZINGER Z INFINITY, uma das mais recentes produções da Toei Animation, estúdio responsável por todas as séries do artista. O filme também comemora os 45 anos comemorados no ano passado do lançamento da primeira série no Japão, no já distante ano de 1972, e que promoveria uma verdadeira revolução no mercado da animação nipônica, desencadeando a febre dos super mechas de combate, com batalhas devastadoras e violência desenfreada nas lutas.
                O estouro de audiência de Mazinger foi tão grande que várias outras produtoras na época resolveram imitar o estilo, lançando também seus animes de super mechas. Tendo saído na dianteira, Go Nagai, o criador de Mazinger, resolveu expandir suas criações, criando em seguida outro super robô, o Getter Robo G, no mesmo estilo. E, logo em seguida, criaria o Great Mazinger, continuação direta da história de Mazinger. De lá para cá, graças à fama de suas criações, Mazinger volta e meia sempre ganhava novas produções, fosse em novas séries de TV, especiais de vídeo, ou longas animados para o cinema, do qual Mazinger Z Infinity é o mais recente deles. A produção estreeou nos cinemas japoneses em janeiro deste ano, mas já havia tido pré-estréia na Europa ainda no ano passado, no Festival de Cinema de Roma, indo em seguida para os cinemas italianos.
                Em janeiro, uma semana após a estréia no Japão, o novo longa também estreou nos cinemas da Espanha. E o longa também chegou à América. Em fevereiro, estreou nos Estados Unidos, e agora no início do mês de abril, estreará em vários países da América Latina, onde está sendo distribuído pela Diamond Films. Entre os países que verão a mais nova aventura do poderoso robô de Go Nagai estão a Argentina, o Chile, o México, o Perú, a Colômbia, e a Bolívia, com possíveis exibições também no Uruguai e no Equador. No canal oficial da distribuidora, no You Tube, já estão disponíveis há algumas semanas os trailers oficiais do filme, com áudio em espanhol, para deixar os fãs impacientes para verem a ação nas telas grandes das salas de cinema.
                O longa tem duração de 95 minutos. Na história, 10 anos se passaram desde que Koji Kabuto derrotou de uma vez por todas as forças malignas do Império Subterrâneo comandadas pelo perverso Doutor Hell, que queria conquistar o mundo e submeter a humanidade a seus desejos. Utilizando seus monstros robôs, o cientista teria tido sucesso se não fosse pelos esforços de Koji e do pessoal do Laboratório Fotônico, que frustraram as investidas alucinadas de Hell. Koji agora é um cientista com méritos próprios, seguindo os passos de seu pai e seu avô. O Dr. Yumi, antigo chefe de Koji no Laboratório Fotônico é agora o primeiro ministro do Japão, e Sayaka Yumi, sua filha, e antiga namorada de Koji, assumiu a chefia do laboratório. A tecnologia que permitiu a criação do Mazinger se disseminou pelo planeta, com a criação de robôs para uso nas mais diversas atividades, e o mundo, apesar de alguns percalços, está em paz. Mas, ao examinar estranhas ruínas encontradas nos subterrâneos do Monte Fuji, Koji acaba descobrindo algo tenebroso: uma espécie de réplica de Mazinger, em escala muito maior, e com um aspecto ainda mais ameaçador, chamada Infinity,e uma garota em animação suspensa chamada Lisa. Inadvertidamente, ele pode ter desenterrado um poder com capacidade para aniquilar toda a humanidade e trazer o fim do mundo. Um poder que não pode cair em mãos erradas. Mas eis que, para preocupação de todos, o nefasto Dr. Hell volta a dar as caras, após anos desaparecido, mostrando que ainda alimenta seus sonhos insanos. E quanto ele desencadeia um ataque total de suas bestas-feras para tomar o controle do misterioso Infinity encontrado nas ruínas, e usá-lo para enfim subjugar a humanidade, o destino do mundo pende mais uma vez na balança. E para deter esta ameaça, Koji retorna para a batalha no comando do mais poderoso super robô já criado na Terra, o Mazinger Z! Mas poderá o grande super mecha, sob o comando do intrépido Koji, ser capaz de deter as forças do Império Subterrâneo, impedir a ameaça e salvar o mundo do perigo iminente de sua destruição? Ou opróprio Infinity será uma ameaça ainda maior a ser confrontada do que os exércitos de monstros do Dr. Hell? Essa é a deixa para o início de uma das mais renhidas batalhas de mechas, para deixar os antigos e novos fãs babando com a qualidade da animação moderna aplicada a um dos mais clássicos robôs de combate da animação japonesa. E com direito a uma versão atualizada da música-tema original da primeira série de TV, que continua a cativar e deixar qualquer um empolgado só de ouvi-la, na performance de Ichiro Mizuki, que também cantou a versao original da música-tema na produção de 1972. A música do novo longa, aliás, foi composta por Toshiyuki Watanabe, filho de Michiaki Watanabe, compositor da música na série original.
                Até o fechamento desta matéria, ainda não havia qualquer menção sobre a possibilidade deste longa também ser exibido no Brasil. Aliás, nosso país parece não ter muita sorte em conseguir atrair lançamentos de anime nos cinemas nacionais, com raras exceções, infelizmente. No caso de Mazinger, a série original permanece inédita até hoje em nosso país, sendo possível acompanhar somente por fansubbers. Das produções da franquia, apenas a série “Mazinger Edition Z: The Impact!”, produzida em 2009, foi exibida no Brasil, através do canal de streaming da Netflix, há alguns anos. Quem sabe o investimento da distribuidora aumente, e esta produção seja lançada por aqui, se não nos cinemas, pelo menos no mercado nacional de vídeo, ou até mesmo nos canais de streaming. Fica muito chato ver os fãs dos países vizinhos, com economias muito menores do que a brasileira, terem a sorte de acompanhar produções recentes de anime em seus cinemas, enquanto os fãs nacionais de animação nipônica infelizmente ficam chupando o dedo, apesar de nossa economia ser muito maior e mais dinâmica, apesar dos percalços que sofre atualmente.


sábado, 10 de março de 2018

DYLAN DOG E MARTIN MYSTÈRE RETORNAM PELA MYTHOS



                Os fãs dos quadrinhos da Bonelli Comics terão novos motivos para festejar neste mês de março. Duas séries de personagens da editora italiana ganham mais uma chance nas bancas brasileiras, oferecendo aos leitores nacionais a oportunidade de acompanharem novamente suas aventuras. DYLAN DOG e MARTIN MYSTÈRE estão de volta, e pela Mythos Editora, atual casa dos quadrinhos Bonelli em terras tupiniquins.
                Ambos os personagens já foram publicados pela editora, há muitos anos, e seus títulos acabaram sendo descontinuados devido às fracas vendas, sempre a principal razão de cancelamento de um título. Dos dois, Martin Mystère foi o primeiro a dar as caras por aqui, ainda nos anos 1980, tendo seu primeiro título lançado ainda pela RGE – Rio Gráfica e Editora, com sua edição de estréia em novembro de 1986. A RGE, entretanto, estava em fase de mudança de nome, e em 1987, passaria a se chamar Editora Globo, nome que mantém até hoje. Mas nessa mudança, todos os seus títulos de quadrinhos foram suspensos, para serem relançados no ano seguinte, sob o nome nome da editora. Foi também o caso de Mystère, que retornou às bancas em março de 1987, com seu título regular durando 12 edições, sob o título “Grandes Enigmas de Martin Mystère – Detetive do Impossível, sendo cancelado no ano seguinte. Com o mesmo título, Martin Mystère retornaria dois anos depois, em 1990, agora pela Editora Record, onde sua revista duraria 17 números, até novamente ser cancelada. Em 1992, a Record ainda publicou uma edição especial trazendo uma aventura conjunta de Mystère e Dylan Dog. O detetive do impossível voltaria às bancas nacionais apenas no ano 2002, agora pela Mythos, a então nova casa dos títulos da Bonelli Comics no Brasil. Foram 42 novos números, até 2006, antes da revista ser novamente cancelada, para nunca mais voltar às bancas, até agora, quando a Mythos dá ao personagem mais uma chance para batalhar por seu espaço entre o público leitor nas bancas brasileiras.
                Dylan Dog, por sua vez, estreou no Brasil em 1991, pela Editora Record, e sua jornada inicial nas bancas nacionais durou 11 números, e uma edição especial, sendo cancelado em 1993. Em 2001, o personagem ganharia nova chance pela editora Conrad, que publicou 6 edições no total. Mas, desta vez, Dylan não ficou fora muito tempo: a Mythos assumiria a publicação do personagem no ano seguinte, e a levaria adiante até 2006, com um total de 40 números lançados. Seriam mais de 10 anos de ausência nas bancas nacionais, até que no ano passado a editora Lorentz resolveu apostar no personagem, lançando 3 edições, que foram bem recebidas pelos leitores. A editora, contudo, acabou surpreendida pela Mythos, que retomou os direitos de publicação do personagem, que agora neste mês de março, a exemplo de Mystère, retorna às bancas com um título regular mensal da editora.
                As duas novas séries chegam às bancas neste mês de março, com a numeração reiniciando do Nº 01, e não continuando as numerações das primeiras séries lançadas pela Mythos. Em Dylan Dog Nº 01, que sai no tradicional formato dos títulos Bonelli mantidos pela editora (Formato 15,7 x 21 cm), com 100 páginas, com o miolo em preto e branco, pelo preço de R$ 26,90, temos a história “Horror Paradise”, com textos de Medda, Serra & Vigna, e desenhos de Claudio Castellini. Um péssimo despertar para Dylan Dog, que não se recorda como e nem por que alguém o jogou em uma espécie de parque de diversões de um filme de terror. Enquanto foge de demônios, monstros e alienígenas famintos que o fazem seu alvo principal, o Investigador do Pesadelo deve reencontrar o fio da memória, e descobrir como foi parar nesta encrenca das grandes. Tudo começou poucos dias antes, ao seguir os rastros ensanguentados de Alfred Hotchkiss, o diretor maldito, o gênio do splatter, que foi desta para a melhor em circunstâncias muito misteriosas. Mas será que Dylan conseguirá se manter vivo até resolver esse mistério?
                Já Martin Mystère Nº 01, cujo formato e apresentação gráfica é exatamente a mesma da nova série de Dylan Dog, inclusive até no preço, R$ 26,90, temos a aventura “Intriga em Pequim”, com argumento de A. Castelli, e arte de S. Deidda. Martin Mystère, sua amada Diana, e seu amigo Java estão na China para visitar uma das maravilhas arqueológicas do mundo: o exército de terracota, mais de seis mil estátuas em tamanho natural construídas no Século III antes de Cristo por ordem do imperador Qin Shi Huang como defesa de seu futuro túmulo. No local, contudo, nossos heróis acabam se envolvendo numa luta sem trégua cujo objeto de disputa parece ser o domínio da própria China. Diana sempre detestava quando Martin saía para suas aventuras, mas estar enrolada em uma delas certamente não melhorará o seu humor, e isso se conseguirem todos continuarem vivos para contar esta história, o que pode ser bem complicado.
                Na Itália, Martin Mystère também chegou primeiro às bancas. Criado pelo escritor Alfredo Castelli e pelo desenhista Giancarlo Alessandrini, o chamado Detetive do Impossível estreou em 1982, e desde então é publicado ininterruptamente pela Bonelli Comics, sendo uma das mais vendidas da editora. Martin Jacques Mystère é um intelectual e aventureiro, sendo também historiador de arte, arqueólogo, antropólogo, escritor, e produtor de televisão. É também colecionador de objetos incomuns, tendo estudado a fundo os lugares mais enigmáticos do planeta, e seus grandes mistérios, e apesar de morar em Nova Iorque, frequentemente viaja pelo mundo investigando diversos casos e acontecimentos que lhe despertam a atenção. Seu parceiro de aventuras é Java, um homem neanderthal mudo e muito forte que ele descobriu na Cidade das Sombras Lucidas escondidas na Mongólia, e que se tornou seu amigo e auxiliar mais próximo. Java conseguiu se adaptar bem ao mundo moderno, e se tornou não apenas ajudante e amigo de Martin, mas também seu protetor, sempre o ajudando a sair das várias enrascadas em que está se metendo.
                Já Dylan Dog foi criado por Tiziano Sclavi, escritor de quadrinhos e novelas, tendo sua aparência concebida pelo artista Claudio Villa, inspirado no ator inglês Rupert Everett. Villa assinaria a arte das primeiras capas do título regular do personagem, lançado nas bancas italianas em 1986. E o personagem também cairia no gosto dos leitores italianos, tornando-se outro grande sucesso da Bonelli Comics, e sendo publicado até hoje, sem interrupções, sendo o segundo título mais vendido da editora, perdendo apenas o cowboy Tex. O personagem ganhou até um filme em 2011, estrelado por Brandon Rouht, que não fez muito sucesso. Dylan Dog, conhecido como o Detetive do Pesadelo, é um investigador particular, ex-agente da Scotland Yard, que vive em Londres, tem problemas financeiros com certa frequência, e tem um inseparável parceiro chamado Groucho, que está sempre pronto a fazer piadinhas sobre qualquer tema, assunto ou acontecimento. Está sempre resolvendo casos de horror, e quase nunca consegue ter um relacionamento com as mulheres, nem mesmo as que acaba salvando durante as investigações de seus casos. Alcóolatra e vegetariano, ele detesta celulares.
                O retorno de ambos os personagens pela Mythos é uma boa oportunidade para os leitores voltarem a acompanhar suas aventuras, cujas histórias não os tornaram personagens famosos à toa no mercado italiano de quadrinhos. Os preços das novas edições, levando-se em conta o padrão gráfico apresentado, entretanto, deverá desanimar os potenciais leitores, uma vez que são mais do que o dobro do que é cobrado pelos demais títulos Bonelli na editora, e com a economia nacional ainda se recuperando, e considerando a disputa vivida nas bancas nacionais pelos leitores de quadrinhos nos últimos anos, com as coleções de graphic novels e edições especiais em capa dura, a missão de emplacar boas vendas será complicada para estes heróis, que há muito mereciam estar de volta em nossas bancas. Resta esperar que a base de fãs consiga manter os títulos em patamares de venda aceitáveis, pois do contrário, não tardará para a Mythos mais uma vez encerrar ambas as séries, algo que os leitores certamente não desejam, mas que a editora também poderia ser mais razoável, em que pese as dificuldades editoriais de se manter uma publicação em nível viável em nosso mercado. Boa sorte às novas séries de Dylan Dog e Martin Mystère, portanto.