quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

GALACTICA ENCONTRA GALACTICA?



                Os fãs de quadrinhos têm tido a oportunidade de verem diversos projetos nos últimos tempos no mercado de quadrinhos dos Estados Unidos, em especial quando o assunto são cross-overs, os famosos encontros de personagens com outros que geralmente pertencem a uma editora diferente, ou a universos diferentes, como por exemplo, o inusitado encontro entre Conan, o Bárbaro, e Groo, o Errante, lançado pela Dark Horse Comics e já lançado no Brasil, unindo em uma mesma história, dois personagens que em tese nunca se cruzariam. E agora, pelas mãos da Dynamite Entertainment, um novo e inesperado encontro está para acontecer tendo como palco uma das mais cultuadas séries de ficção científica conhecida, quando a tripulação da última nave de combate colonial, conhecida como Galactica, da série Battlestar Galactica, encontra simplesmente a astronave de combate... Galactica!
                BATTLESTAR GALACTICA VS. BATTLESTAR GALACTICA é um dos mais novos lançamentos da Dynamite que está chegando este mês às comic shops dos Estados Unidos, e reúne, de maneira insólita, as duas versões conhecidas da famosa Astronave de Combate Colonial: a original, apresentada ao mundo na série de TV produzida em 1978, e a mais recente, concebida no remake de 2003. Tão similares uma à outra, mas também completamente diferentes em diversos aspectos. Sua missão maior é uma só: defender o que sobrou da raça humana de seus inimigos mortais, enquanto singra o espaço buscando esperança na últim tribo remanescente de humanos no cosmos, que teria colonizado um mundo distante chamado Terra!
Produzida em 1978 pela Universal Studios, e concebida por Glen A. Larson, Battlestar Galactica (Galactica – Astronave de Combate, em português), mostrava a saga dos humanos sobreviventes das chamadas Grandes Colônias do Homem, que tiveram seus mundos devastados pelos seus inimigos seculares, o Império Cilônio, após serem traídos por um dos seus, Baltar, que queria todo o seu povo subjugado a seus pés. Mas uma Astronave de Combate, a Galactica, sobreviveu ao extermínio, e conduzindo o que sobrou de seu povo, busca no espaço, entre as estrelas, a última tribo de humanos remanescente, para poderse recuperar e sobreviver. Uma tribo que colonizou o planeta conhecido como Terra. No melhor estilo Guerra nas Estrelas, que despertou o interesse do público por sagas espaciais, a série de TV não fez feio, mostrando os combates da Galactica e seus guerreiros contra os cilônios e outros perigos que encontravam pelo espaço. Infelizmente, a série acabou cancelada devido aos altos custos de produção, sendo retomada em1980, mas novamente cancelada logo depois. Apesar disso, ganhou uma boa legião de fãs, que durante anos aguardaram pela possibilidade de um retorno. O que só aconteceu em 2003, quando a Universal produziu um remake, contando a mesmoa história, mas com uma nova abordagem, que também fez sucesso, conseguindo durar até mais tempo que a produção original.
Entre as mudanças, nesta nova série os cilônios, que são os responsáveis pelo holocausto da raça humana, eram criações da própria humanidade, que se voltaram contra seus criadores, enquanto na série original, eram uma outra raça, com quem os humanos passaram a travar combates para deter suas expansões totalitárias, esmagando quem ousasse discordar deles. Enquanto a série clássica tinha como maior atrativo as batalhas espaciais, a nova não ficou apenas nisso, conseguindo mostrar também diversos outros problemas, como política, problemas sociais, etc, conseguindo dar uma maior diversidade às histórias. E, enquanto a série original nunca viu um fim em sua história, a nova teve um encerramento razoável de sua saga.
Mas agora, nos quadrinhos da nova minissérie mensal que a Dynamite está lançando, estas duas versões irão se encontrar frente a frente, e este acontecimento não deverá ser nem um pouco agradável para ambas as partes. O que acontecerá quando o comandante da Galactica, Adama, ao lado de seus principais guerreiros, seu filho Apolo, e seu melhor amigo, Starbuck, ficarem frente a frente com o almirante William Adama, comandante da Battlestar Galactica (de 2003), e seus comandados, Lee Adama, chamado de Apolo em combate, e Kara Thrace, esta mais conhecida por seu nome de guerra Starbuck? O mundo da ficção científica está prestes a ver a colisão de duas Astronaves de Combate, em um acontecimento que pode ser titânico, e potencialmente explosivo.
No comando da história está Peter David, que assina o roteiro da minissérie, que terá os desenhos de Johnny Desjardins, com cada edição tendo diversas capas, produzidas por nomes como John Cassaday, Johnny Desjardins, e Roberto Castro. Cada edição terá 32 páginas, ao preço de US$ 3,99. Com passagens pela Marvel e DC, e tendo escrito roteiros de outras séries de ficção científica, como Jornada nas Estrelas e Babylon 5, Peter David tem credenciais mais do que justificáveis para comandar esta empreitada, e ele não esconde o prazer de estar neste projeto: “Com todo o respeito a Jornada nas Estrelas... Eu acredito firmemente que a recente série de Battlestar Galactica é a melhor série de ficção científica de todos os tempos. E, ao analisar a série original pela primeira vez em décadas, fiquei espantado com a forma como ela se manteve muito melhor do que jamais poderia acreditar. Praticamente quarenta anos atrás, a primeira série de Galactica tinha um estilo, história e personagens próprios e merecia ter muito mais do que foi contado. Estou emocionado por ter a oportunidade de fazer parte desta reunião verdadeiramente histórica, que foi criada na nova série: tudo isso já aconteceu antes, e isso acontecerá de novo", afirmou o artista.
                "Peter David é um dos escritores mais talentosos que nossa indústria já teve. Ele escreveu histórias de super-heróis, ficção científica, prosa e muito mais. Fui um grande fã de Peter desde seus primeiros trabalhos nos comics, como na história clássica do Homem-Aranha, 'A Morte de Jean De Wolff', e seu romance Prose Knight Life e depois seu histórico na série do Incrível Hulk", diz. Nick Barrucci, CEO e editor da Dynamite Entertainment. "Ele é um talento excepcional que traz a simpatia da humanidade para as aventuras cósmicas mais distantes. Finalmente, o projeto certo surgiu, e estamos felizes por Peter ter aceitado graciosamente a tarefa épica de unir as duas encarnações de Battlestar Galactica. Os fãs vão ficar selvagens quando virem como essa história se desenrola!", completou.
Tudo começa quando os kalis são descobertos, e por serem os últimos representantes da raça reptliana que se desenvolveu para se transformarem nos cilônios, quando incorporaram sua tecnologia a seus corpos, passando a serem entidades cibernéticas. Mas como essa descoberta irá levar a Galactica original da série de 1978 a cruzar universos e se defrontar com a Galactica de 2003? E como os cilônios, seus inimigos tanto em uma versão como na outra, poderão constituir uma ameaça ainda maior a ambas as mesmas Astronaves de Combate? Inúmeras perguntas surgirão, e talvez o desenrolar dos acontecimentos não permita que se obtenham respostas plausíveis antes que o pior aconteça. A sorte está lançada, e nunca o destino dos últimos remanescentes da humanidade entre as estrelas podem ter enfrentado um perigo tão grande, que pode vir... deles mesmos!
A Dynamite Entertainment é a atual detentora dos direitos de Galactica nos quadrinhos, desde 2006, e de lá para cá, já lançou várias aventuras das diversas “encarnações” de Galactica, tanto da série clássica original, quanto do remake de 2003. De acordo com Matt Idelson, editor-sênior da Dynamite, um cross-over entre estas versões já é uma idéia antiga, mas que somente agora as peças conseguiram se encaixar, e o projeto tomou forma. "Tenho a sorte de fazer parte dessa aventura e trabalhar com um escritor cujo trabalho admirava desde antes de estar trabalhando neste negócio. Além do maravilhoso senso de mistério e admiração de que Peter esteja trazendo para a história, o nível de humanidade que as duas equipes de Galactica possuem é maravilhoso. Mal posso esperar para que as pessoas vejam esta série", conclui Idelson.
No Brasil, tanto a série clássica de 1978, como o retorno de 1980, e a nova versão lançada em 2003 foram exibidos na TV, seja aberta e por assinatura, e lançados no mercado de vídeo nacional. Já os quadrinhos de Galactica continuam completamente inéditos por aqui, e tudo leva a crer que continuarão dessa maneira por aqui, por mais que se apelem para os Senhores de Kobol, para a infelicidade dos fãs da série, em todas as suas versões.

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