quinta-feira, 29 de junho de 2017

MYTHOS REPUBLICA A ORIGEM DE ZAGOR EM EDIÇÃO ESPECIAL



                Os fãs de quadrinhos da Bonelli Comics tem uma boa notícia da Mythos Editora para o mês de julho: Zagor, o herói conhecido como “Espírito da Machadinha”, ganhará uma nova série pela editora, e a edição de estréia traz nada menos do que a origem do personagem, numa excelente oportunidade para quem ainda não conhece o herói de conhecer sua história e motivação para enfrentar os maus sujeitos na época onde vive. ZAGOR – VOLUME 01, será lançada no formato 13,5 x 17,6 cm, com 160 páginas, pelo preço de R$ 29,90. E o melhor de tudo, com a história completamente em cores. Esta aventura foi lançada nas edições 55 e 56 do título original italiano. Os roteiros são de Guido Nolitta, Moreno Burattini e Maurizio Colombo, com a arte de Gallieno Ferri, que também assina o desenho da capa desta edição especial.
                Em um dia monótono marcado pela chuva, Chico resolve arrumar a cabana que divide com seu amigo Zagor. Quando o simpático barrigudo encontra um quadro que imagina ter seu amigo retratado, lembranças brotam na mente de Zagor, trazendo tristes memórias de sua vida. Após a insistência de Chico em saber mais sobre seu amigo, que confessa que o homem no quadro que se parece com ele era seu pai, junto de sua mãe, Zagor conta a Chico a triste história de seu passado, desde quando ele era menino, e se chamava Patrick Wilding, e morava com o pai, Michael Wilding, e a mãe, Betty, numa cabana às margens do rio Clear Water. Apesar das dificuldades do lugar, eles viviam felizes, como qualquer família, quando, num dia terrível, os Wilding foram atacados e mortos pelos índios abenakis, liderados por um homem branco, Salomon Kinsky. Escapando com vida do massacre após ter sido jogado pelo próprio pai no rio, o jovem acaba salvo por um andarilho que vivia nas florestas. Jurando vingança, o futuro Rei de Darwood não conseguia aplacar a sua sede de vingança. Passando a viver com Fitz, seu novo amigo, Patrick adquiriu muitos conhecimentos, inclusive aprendendo a usar habilmente uma machadinha, tanto para atacar quanto para se defender. Aprendendo a viver em meio à natureza, e viajando para muitos lugares, ele nunca esqueceu a promessa de que fez de vingança contra aquele que matou seus pais, até que, um dia, ele finalmente encontra pistas desta pessoa, e parte para o acerto de contas. Mas, quando viu-se finalmente frente a frente com Kinsky, esse encontro mudaria para sempre a sua vida, mas não da maneira como ele imaginava.
Descobrindo fatos que ignorava, o rapaz levara adiante uma vingança que o levou a cometer um massacre tão terrível quanto o que vitimou seus pais. Decidido a se redimir do ato, ele passa a defender todos aqueles que encontra pela frente, caso estejam sendo injustamente atacados, levando justiça às áreas selvagens por onde perambula. Ao encontrar-se com uma família de artistas, estes o ajudam a criar uma identidade para que seus adversários temam enfrentá-lo. Aprendendo novas habilidades e obtendo novos conhecimentos, ele adota o nome Za-Gor-Te-Nay, que no dialeto dos índios algonquinos, significa “Espírito da Machadinha”, em referência à arma que aprendeu a manejar com extrema destreza com seu falecido amigo Fitz. Aparecendo em meio a uma reunião do conselho de várias tribos indígenas, trajando uma roupa que passa a ser sua marca pessoal, Zagor estabelece sua posição como defensor da justiça perante índios e brancos, e que defenderá aqueles que forem vítimas da injustiça, seja praticada pelos homens brancos, ou pelos índios. Passando a viver na floresta de Darkwood, onde ergue sua cabana, ele se torna o protetor do local e das regiões em volta, passando a enfrentar os mais variados perigos da época, chegando até a enfrentar algumas ameaças quase sobrenaturais. Não por acaso, devido às suas vestes, Zagor pode ser considerada uma série que mescla elementos de faroeste com o gênero dos super-heróis.
A exemplo de outros defensores das selvas, como o Fantasma, Zagor não possui superpoderes, mas é extremamente hábil em lutar, e maneja sua machadinha como ninguém. E, no melhor estilo do Espírito-Que-Anda, procura impor sua aura como enviado dos deuses indígenas para que o desejo de paz seja exercido entre todos. Isso já é o bastante para que muitos desordeiros tremam ao ouvir seu nome, considerando-o um enviado de Manitu, divindidade indígena. Mas, claro, sempre existem aqueles que precisam ser convencidos pelos punhos do herói a desistirem de seus feitos ruins. A seu lado, está Chico, um amigo barrigudo, e sempre atrapalhado, que serve de alívio cômico em diversos momentos, mas que é um amigo leal e que está sempre com Zagor em suas aventuras.
O personagem foi criado pelo próprio Sergio Bonelli em 1961, sob o pseudônimo de Guido Nolita, passando a estrelar uma série mensal que se mantém até hoje na Itália. No Brasil, Zagor estrearia somente em 1978, publicado inicialmente pela Vecchi, que já editava por aqui o maior sucesso editorial da Bonelli Comics, a série de faroeste Tex, que tal como no seu país de origem, tornara-se carro-chefe dos títulos da Bonelli em nosso país. Em 1983, após 55 edições, o título foi cancelado pela falência da Vecchi, para retornar somente em 1985, agora pela RGE, que já havia assumido a publicação de Tex. As aventuras de Zagor permaneceram na editora, agora chamada Globo, até 1988, quando o título foi descontinuado, após 38 números. No ano seguinte, Zagor passou a ser publicado pela Editora Record, que lançaria 64 edições regulares, além de vários especiais, até 1996, quando o protetor de Darkwood ficou novamente sem ser publicado. Em 1999, a Mythos Editora, que havia assumido a publicação da série Tex, assumiu também a série de Zagor, que permanece na ativa até hoje, com mais de 170 edições regulares, com várias edições especiais, além da série Zagor Extra, com mais de 120 edições lançadas.
                A história que a Mythos está trazendo nesta edição de estréia já foi publicada duas vezes em nosso país. A primeira vez foi na edição de estréia da publicação pela Vecchi. A segunda vez ocorreu em 1989, quando a Editora Record seguiu o exemplo da Vecchi, e republicou a origem do herói na sua primeira edição pela editora. As duas publicações, contudo, foram feitas com o miolo da publicação em preto-e-branco, padrão das revistas Bonelli até hoje em nosso país, mesmo na Mythos, à exceção das edições especiais que são lançadas. E, justamente por nunca ter republicado esta história, que a Mythos a está lançando agora no início da nova coleção de Zagor, pela primeira vez completamente colorida no Brasil, que poderá ser apreciada não apenas pelos leitores mais antigos do herói, como pela atual geração de fãs de quadrinhos, que nunca souberam como se deu início a saga aventureira de Zagor, cujas aventuras seguem ininterruptas até hoje na Itália, e que continue assim em nosso país, pela Mythos, que faz deste um excelente lançamento, em comemoração a seus 20 anos de existência. Vida longa a Zagor, com direito a seu grito de guerra: "AAHHYAAKK!"!

TIO PATINHAS GANHA EDIÇÃO ESPECIAL DE 70 ANOS



                A Editora Abril continua caprichando em suas edições especiais dedicadas aos quadrinhos Disney, e neste fim de junho, está lançando mais uma, dedicada especialmente ao Tio Patinhas, personagem que está completando nada menos do que 70 anos de sua primeira aparição. TIO PATINHAS – 70 ANOS, é uma edição no formato 16,1 x 23,7 cm, com lombada quadrada, capa dura, e miolo em papel couché, com cerca de 400 páginas, que está chegando às bancas e livrarias, pelo preço de R$ 69,90, e traz uma seleção de histórias escolhidas a dedo em ordem cronológica, mostrando as mais variadas aventuras do pato mais rico do mundo e de Patópolis.
                São nada menos do que 25 histórias, concebidas pelos mais variados artistas e desenhistas, entre os quais Tony Strobl, Daan Jippes, Giogio Cavazzano, Carlo Panaro, Marco Rota, Lars Jensen, Romano Scarpa, além dos brasileiros Ivan Saidenberg, Irineu Soares Rodrigues, entre muitos outros. E, claro, não poderiam faltar Carl Barks, o criador do Tio Patinhas, e seu mais reconhecido “sucessor”, Keno Don Rosa. Uma seleção de aventuras feita por Paulo Maffia, editor dos quadrinhos Disney na Abril, e por Edenilson Rodrigues e Rivaldo Ribeiro, do site Planeta Gibi (www.planetagibi.com.br), pra fã nenhum do quaquilionário pato botar defeito.
                A edição ainda é recheada de diversos textos informativos sobre o Tio Patinhas, explicando a origem do personagem, as inspirações para a sua criação, como sua personalidade evoluiu, o sucesso editorial que se tornou ao longo dos anos, entre muitas outros detalhes e curiosidades. Um prato cheio para qualquer amante dos quadrinhos, dissecando a trajetória deste personagem ao longo das últimas sete décadas.
                Entre as histórias que compõem esta edição especial não poderia faltar “Natal nas Montanhas”, publicada originalmente em dezembro de 1947, e que é considerada oficialmente a estréia do personagem. Entre as demais aventuras, temos “Em Busca do Ouro”, considerada por muitos a melhor história Disney já produzida nas HQs, e “Uma Pedra no Caminho”, que serve de sequência aos eventos daquela história. Outras histórias mostram a estréia de Brigite, “namorada” que pretende levar Patinhas para o altar, uma aventura da série Ducktales, outra com o pessoal na redação da “A Patada”, com sobras para o antológico Pena Kid, e pelo menos duas histórias completamente inéditas, para deleite dos fãs e leitores brasileiros.
                Estreando na história “Natal nas Montanhas”, publicada na edição Nº 178 da revista Four Color Comics, da Dell Comics, em dezembro de 1947, o personagem, criado por Carl Barks tendo como inspiração básica o personagem Ebenezer Scrooge da história “Um Conto de Natal”, do escritor Charls Dickens (tanto que seu nome original em inglês é Scrooge McDuck), era para ter uma aparição única nos quadrinhos. Tanto que o tio Patinhas da primeira história possui até um visual diferente do que seria visto depois, e era tremendamente mal-humorado, ranzinza, e avarento, tal qual o personagem ganacioso de Dickens, inclusive detestando a comemoração do Natal, a ponto de aprontar uma com Donald e seus sobrinhos, apenas para se divertir e espantar o tédio que o assolava em sua rica mansão. Deveria ser assim, mas Carl Barks viu que o personagem podia ser aproveitado em outras histórias, e logo, cerca de seis meses depois, surgia “O Segredo do Castelo”, onde o Tio Patinhas já era mostrado muito mais cordial e sem se mostrar tão avarento e ganancioso, vivendo uma aventura empolgante e até arrepiante ao lado de Donald e seus sobrinhos, sendo considerada até hoje uma das histórias mais clássicas do personagem.
                Para os leitores brasileiros, esta aventura foi também a estréia do Tio Patinhas nas publicações Disney nacionais, já que a história foi publicada logo na primeira edição da revista “O Pato Donald”, ainda que em parte, em 1950, o primeiro título Disney, e a primeira revista publicada pela então recém-fundada Editora Abril. A história seria concluída na edição 3 da revista, terminando, por assim dizer, de apresentar ao público leitor nacional aquele que viria a ser o pato mais rico do mundo. Carl Barks já dava um grande passo nesta aventura ao definir o personagem, contando parte de suas origens na Escócia, bem como de sua família, durante a busca de um tesouro escondido por um de seus antepassados no castelo ancestral do clã. O visual do personagem também já era diferente, mais próximo do que conhecemos hoje. Curiosamente, em sua primeira aventura em nosso país, o nome completo do personagem foi apresentado como Patinhas McAnjo. Só mais tarde a adaptação do nome seria mudada para Patinhas McPatinhas (embora a adaptação e tradução mais correta, para alguns, seria Patinhas McPato).
                Como Carl Barks previra, sua criação mostrou ser mesmo uma mão na roda para estrelar outras aventuras, a ponto de ele ganhar suas próprias histórias, tornando-se o personagem principal, e não um coadjuvante. E o sucesso do Tio Patinhas nunca mais parou de crescer, surpreendendo até mesmo seu criador, que a princípio não achava que ele tivesse potencial para tanto. No Brasil, o sucesso se repetiu, e em 1963, a Abril lançaria o Almanaque Tio Patinhas, que se tornaria também um sucesso no rol de publicações de quadrinhos Disney da editora, sendo publicado até hoje, agora apenas com o título “Tio Patinhas”, encontrando-se já neste mês de junho de 2017 na sua 625ª edição.
                Ao longo destes 70 anos, as histórias do Tio Patinhas já foram desenvolvidas sob as mais variáveis matizes, com o pato mostrando suas complexas facetas, sendo ora ganancioso (e até um pouco vilão nas tramas), avarento ao extremo, simpático, ranzinza, aventureiro, empreendedor, um pato de família, etc. De longe, as grandes aventuras pelo mundo inteiro são as mais lembradas, mas mesmo em Patópolis, o quaquilionário, já elevado à categoria de pato mais rico do mundo, não tem um minuto de sossego. Quando não está enxotando picaretas que querem dinheiro emprestado, ele precisa defender sua imensa caixa-forte, onde guarda seu rico dinheirinho, das investidas incasáveis dos Irmãos Metralhas, os mais notórios bandidos da cidade, que decidiram fazer de seu objetivo de vida assaltar o velho muquirana... Afinal, por que se contentarem em roubar galinhas, joalherias, bancos, ou lojas, quando uma montanha de três acres cúbicos de dinheiro está à vista? Para azar deles, o Tio Patinhas defende suas posses com mais vigor e determinação do que eles imaginavam, e seu bacamarte está sempre à mão para mandar uma carga dolorosa de sal grosso nos bandidos, nunca estando desabastecido de munição. E como desgraça pouca é bobagem, o pato muquirana ainda precisa proteger-se dos ataques da bruxa Maga Patalógica, que deseja roubar sua moedinha Nº 1, e usá-la para fazer um amuleto que a tornará a mais rica e poderosa feiticeira do mundo. E para isso, ele precisa estar sempre atento às tramóias da bruxa, sozinho, ou na companhia de Donald e seus sobrinhos. E, quando não são os Metralhas ou a Maga, são as disputas do mundo dos negócios, especialmente com seus arquirrivais Pão-Duro McMônei, ou John Pacatôncio, que não desistem de sobrepujar o melho pato no mundo econômico, e tirar dele o título de pato mais rico do mundo. Mas, como o Tio Patinhas sempre diz, ele ficou rico sendo mais esperto que os espertos, e mais durão do que os durões, e está sempre pronto para sobrepujar as armadilhas arrumadas por seus adversários, sejam elas quais forem, e sair-se vitorioso no final. Afora isso, Patinhas está sempre ocupado com outros afazeres, sendo visitando a Vovó Donalda em seu tranquilo sítio, metendo bronca no Gastão por ele não trabalhar, confiando sempre em sua sorte absurda, conduzindo o jornal “A Patada”, entre outras peripécias. A lista é imensa. Haja fôlego para dar conta de tudo. E haja disposição dos leitores para conseguir acompanhar tantas histórias e aventuras com o mesmo vigor que o personagem demonstra, mesmo após 70 anos de sua primeira aparição numa história em quadrinhos.
                Apesar do sucesso, nos desenhos animados, Patinhas só foi ter mesmo o devido destaque com o lançamento da série Ducktales, em 1987, sendo praticamente a estrela da série, protagonizando diversas aventuras inspiradas diretamente nas aventuras clássicas criadas por Carl Barks. Sua primeira aparição em animação foi na abertura do Clube do Mickey, mais foi só uma mera aparição na abertura. Em 1967, ele estrelou “A História do Dinheiro”, sendo apenas uma produção em meio a tantas outras da Dsiney. Nos anos 1980, entretanto, sua sorte começava a mudar: ele participou da animação “A Canção de Natal do Mickey”, interpretando o personagem no qual foi inspirado, Ebenezer Scrooge, na adaptação do conto escrito por Charles Dickens. E, pouco antes de Ducktales estrear na TV americana, Tio Patinhas também participaria de uma animação do Pateta, intitulada “Louco por Futebol”, onde também veríamos pela primeira vez os Irmãos Metralhas, seus mais fidagais inimigos, em um desenho animado.
                O personagem ganharia ainda a maior de todas as histórias já desenvolvidas nosso quadrinhos da Disney, na década de 1990, pelas mãos de Keno Don Rosa, o mais famoso desenhista das aventuras da Família Pato depois de Carl Barks. Entre 1992 e 1994, ele produziu para a editora européia Egmont, que publicava HQs Disney no Velho Continente, a história completa do Tio Patinhas, em 12 capítulos, mostrando desde a sua infância, até logo após os eventos passados na primeira aparição do personagem, em 1947. Extremamente rica e detalhada, a “Saga do Tio Patinhas” ganhou o prêmio Eisner, o oscar os quadrinhos, em 1995, como melhor história seriada. Don Rosa ainda deixaria a obra mais completa ao produzir, entre 1996 e 2006, capítulos “extras” da história, revelando novos acontecimentos na vida do pato escocês que deixou sua terra muito cedo na vida para tentar a sorte mundo afora, até se tornar o pato mais rico do mundo. Esta história já foi publicada pela Editora Abril algumas vezes, sendo que da última vez, em 2015, a fez numa belíssima edição de luxo, com capa dura, e quase 400 páginas, o que demonstra a popularidade da história, e principalmente de seu protagonista, que novamente volta a ganhar uma edição tão bela quanto aquela, comemorando seus 70 anos de incríveis histórias, das simples comédias de hábitos do dia-a-dia, às mais tresloucadas, imponentes e épicas aventuras pelo mundo afora, seja procurando tesouros, mistérios, realizando disputas financeiras com seus rivais, duelando com seus inimigos, etc. E, acima de tudo, divertindo todos os seus leitores.
                Uma edição certamente imperdível para os fãs do pato quaquilionário, e um investimento dos mais compensadores para qualquer fã de quadrinhos. Mais uma excelente jogada da Editora Abril, que vem caprichando como nunca no lançamento destas edições especiais.

domingo, 18 de junho de 2017

IDW LANÇA NOVO CROSS-OVER COM HERÓIS DA HASBRO



                Depois de lançar o primeiro grande evento no ano passado unindo em uma grande aventura seus títulos de heróis licenciados pela Hasbro, eis que a IDW Publishing lançará agora em agosto, mais um grande evento unindo novamente parte destes personagens, na minissérie FIRST STRIKE, em seis edições, com a missão de impedir uma tragédia de proporções monumentais que pode atingir não apenas nosso planeta, mas também o mundo natal dos Transformers, Cybertron.
                Neste mês, a editora lança um preview da minissérie, intitulada First Strike # 0 (Edição 0), com acontecimentos que conduzirão ao início da saga. Os roteiros são de Mairghread Scott e David Rodriguez, com arte de Max Dunbar. Esta edição, assim como as demais da minissérie, terão 32 páginas, com preço de US$ 3,99 cada número. Cada edição, claro, terá suas opções de capas variantes, ao gosto do leitor. Mas os eventos não ficarão restritos somente às edições da minissérie: eles se estenderão também pelos títulos de linha dos personagens na editora, que ganharão edições especiais dedicadas ao megaevento, com numeração própria, inclusive. A editora confirmou desdobramentos com edições para as séries M.A.S.K., Transformers, Optimus Prime, Rom, Micronautas e, obviamente, GI Joe. A minissérie principal terá periodicidade quinzenal, saindo duas edições por mês.
                O mote do evento é a raça mecânica alienígena dos Transformers, existente há milhões de anos em um mundo distante chamado Cybertron, onde as duas facções existentes naquele mundo entraram em um conflito desencadeado pelos Decepcticons, com o objetivo de conquista e poder. Uma guerra que acabou chegando também à Terra, nosso planeta, que acabou envolvido neste conflito. Os Transformers são uma raça alienígena antiga, poderosa, que tem lutado consigo mesma por milhões de anos, em uma guerra que trouxe morte e destruição para todos os planetas que acabaram envolvidos. E agora, os Transformers anexaram a Terra ao seu império galáctico. A história nos diz que isso pode ser um grande problema. O que pode ser feito para salvar um planeta inteiro nesta situação? Que sacrifícios devem ser feitos para salvar a toda a humanidade? Como você pode destruir todos os Transformers? Quem ou o quê pode realizar tal coisa? Pois é com esta premissa que a IDW dá a largada para o evento do ano de seus personagens da Hasbro! Uma nova era de paz está começando quando a Terra está para se juntar formalmente ao Conselho Cibertroniano dos Mundos. Mas há pessoas que tem outros planos para tal evento que deveria ser saudado por todos como uma grande oportunidade para a humanidade se desenvolver e ganhar inclusive acesso às estrelas. Quando o Baron Ironblood se junta a Destro, Storm Shadow e outros vilões nefastos em um ataque terrorista altamente explosivo contra a cidade de Iacon, em Cybertron, tudo vira de cabeça para baixo! À medida que o caos se apodera do planeta dos Transformers, Scarlett e o resto da equipe GI Joe na Terra terão de correr contra o tempo para descobrir o verdadeiro propósito por trás deste ataque antes que ambos os mundos entrem numa guerra que pode ter consequências devastadoras para nosso planeta, sem mencionar que Cybertron também não sairia ileso deste confronto. Do lado dos Transformers, caberá a Optimus Prime e aos Autobots empreenderem esforços para descobrir como tal ataque foi possível, e evitar que o iminente confronto com a Terra desencadeie uma guerra de proporções imprevisíveis. E não é por que os humanos possam ser inferiores aos Transformers que eles não podem causar uma devastação imprevisível neste confronto de forças, por mais desequilibrado que ele possa parecer à primeira vista.
                Tudo só fica ainda mais complicado quando Scarlett finalmente consegue descobrir a verdade por trás do plano de Baron Ironblood, que envolve destruir completamente toda a vida em Cybertron. Mas, com seu time encalhado na Terra, sem meios de chegar a Cybertron e impedir que o conflito aumente cada vez mais, ela deve se voltar para um aliado altamente improvável para ajudá-la a alcançar o planeta sitiado. Ninguém menos do que Soundwave, um dos Decepticons! Mas a equipe GI Joe também terá o auxílio do pessoal do M.A.S.K. para tentar chegar à solução do problema, que ficará mais complicado a cada momento, com o envolvimento de muito mais personagens que, em tese, não deveriam estar envolvidos nisso, mas não só estarão, como deixarão tudo bem difícil de ser resolvido.
                Para Mairghread Scott, co-roteirista da minissérie, o conceito central da aventura é duplo, ao afirmar que tanto a IDW quanto a Hasbro queriam muito ver a equipe GI Joe em Cybertron: “Esta é uma luta tão grande que arrastará todas as outras marcas da Hasbro para ela, e essa idéia é super-divertida!”, declarou, afirmando que as duas franquias, GI Joe e Transformers,  têm uma longa história juntos e é definitivamente algo que estava muito interessado em explorar. E, como se desgraça pouca fosse bobagem, o que acontece quando Scarlett, a líder do GI Joe, descobre que seu próprio mentor, Joe Colton, parece estar envolvido nestes acontecimentos, e altamente inclinado a arrastar a Terra para uma guerra interplanetária? Por que ele está fazendo isso, e qual sua motivação para tanto?
                De acordo com David Rodriguez, o outro co-roteirista de First Strike, Colton não é um supervilão com um plano grandioso ou caricato. Ele é metódico, tático e incrivelmente perigoso. Ele teria passado anos planejando e montando a execução desta missão. E Scarlett sabe que Colton não teria puxado o gatilho, a menos que ele soubesse ter um argumento razoável para ter feito isso. E embora os Transformers pensem que os humanos representam pouca ou nenhuma ameaça para o Cybertron, a realidade é que todo o planeta está em perigo muito real e imediato. E poderão descobrir que subestimar os humanos pode ser altamente imprudente.
                O projeto de First Strike começou a ser discutido em janeiro pela editora americana, que logo começou a selecionar o time criativo que cuidaria da aventura. David Rodriguez sintetiza o momento: “Começamos neste projeto em janeiro. Foi aí que aconteceram todas as apresentações e as primeiras discussões sobre os eventos naturais que surgiriam a partir de ‘Revolutions’, e a indicação da Terra para o Conselho. É um grande projeto e há muitas partes móveis para se gerenciar, muitos personagens e motivações em jogo. Mas todos tiveram uma atitude muito acolhedora e colaborativa. Houve um grande feedback e assistência de todas as equipes tanto da Hasbro quanto da IDW, e eles foram excelentes para se trabalhar.” O artista ainda explica quais foram os maiores desafios que enfrentou ao trabalhar em First Strike, ao afirmar que teria que fazer referência a todas essas partes móveis envolvidas, e com dezenas de personagens envolvidos nesta história, seria necessário ter certeza de que sua participação fizesse sentido, bem como se certificar de que seu desenvolvimento fosse bem acompanhado, desde o final de “Revolutions”, até os eventos que desembocaram em “First Strike”. Felizmente, informa Rodriguez, os editores foram rápidos em responder qualquer dúvida que pudessem ter a respeito. E David Rodriguez é um dos profissionais mais indicados para o time criativo, por ter uma experiência de uma década e meia trabalhando com personagens daHasbro como designer e escritor de jogos de videogames.
                Rodriguez ainda enfatiza que “era importante para nós que todos os vilões envolvidos nesta história tivessem um motivo claro para participar desta operação. Sabíamos o que eles tinham que ganhar com isso, por que estavam assumindo um risco tão grande e quais habilidades e recursos trouxeram à mesa. Seu objetivo pode parecer impossível, mas trata-se de um grupo de indivíduos que colocaram anos de pensamento e esforço em um plano que consiste unicamente em derrubar os Transformers. O que é aterrador é que eles realmente têm o que é preciso para realizar isso”.
                A direção da IDW aponta “First Strike” como o desdobramento óbvio dos acontecimentos ocorridos em “Revolution”, e de como a união de tantos personagens e sua exposição ao mundo trouxe consequências benéficas de um lado, e tremendamente negativas, de outro. Infelizmente, para os fãs brasileiros destes personagens, a possibilidade deste material chegar por aqui é praticamente nula. Mesmo em seus bons tempos de popularidade, Transformers e GI Joe nunca conseguiram emplacar seus quadrinhos por aqui por muito tempo. A RGE (e posteriormente, Editora Globo), lançou séries próprias de ambos os grupos, mas que duraram muito pouco. A Editora Abril chegou a publicar também os quadrinhos de GI Joe, mas também não foi muito longe. E, mais recentemente, até mesmo a Panini não mostrou interesse em publicar o cross-over entre os Transformers e os Vingadores, dando mostras de que os leitores nacionais, infelizmente, não poderão almejar esperanças de ver este material ser lançado por aqui, a exemplo do cross-over Revolution, lançado no ano passado. Só resta mesmo é ficar com inveja dos leitores americanos, que poderão apreciar esta aventura conjunta de alguns dos mais populares heróis da Hasbro, que ficaram muito conhecidos em nosso país pelas versões animadas exibidas nos anos 1980.