sábado, 29 de outubro de 2016

STEVE DILLON, CO-CRIADOR DE PREACHER, MORRE AOS 54 ANOS



                O mundo dos quadrinhos perdeu no último dia 22 de outubro o desenhista Steve Dillon, artista inglês, aos 54 anos de idade. Nascido em Luton, Bedfordshire, na Inglaterra, em 1962, Steve Dillon é mais conhecido por ser o co-criador, junto com o roteirista Garth Ennis, da aclamada série Preacher, do selo Vertigo da DC Comics, publicada entre os anos 1995 e 2000, e que recentemente ganhou uma série de TV que teve vários elogios pela sua fidelidade às histórias dos quadrinhos. Mas a carreira do desenhista começou bem mais cedo do que muitos imaginam.
                Dillon fez sua estréia profissional aos 16 anos, quando desenhou sua primeira história para a revista Hulk Weekly, um título de antologia publicado pela divisão inglesa da Marvel Comics. O artista também desenhou várias tiras do personagem Nick Fury, e também criaria o personagem Abslom Daak na revista Doctor Who Magazine. Posteriormente, Dillon ilustrou aventuras para a revista de antologia Warrior, além de ter trabalhado em diversas séries da cultuada revista 2000AD, desenhando aventuras de personagens variados, entre eles o Juiz Dredd, as séries Rogue Trooper e Bad Company. O desenhista também lançaria a revista Deadline em parceria com Brett Ewins, em 1988, e o título, que seria de canal de lançamento de artistas variados, durou 7 anos, sendo cancelada apenas em 1995. Ainda em 1989, Steve Dillon começou seu primeiro trabalho para o mercado norte-americano de quadrinhos, ao desenhar a minissérie Skreemer, produzida em parceria com Peter Milligan e Brett Ewins, para a editora DC Comics.
                De 1990 a 1992, Dillon assumiria os desenhos da série Homem-Animal, da DC, em cerca de 15 números. Em seguida, ele estreou na série do personagem John Constantine, Hellblazer, do selo Vertigo, da editora, onde fez a arte de aproximadamente 25 edições, de 1992 a 1994. Foi nesta série que se iniciou a parceria do desenhista com o roteirista Garth Ennis. Juntos, os dois criariam a saga do pastor Jesse Custer, e sua batalha para tirar satisfações de Deus por ter abandonado a humanidade à sua própria sorte na série Preacher, que duraria 66 edições, além de alguns especiais. Na década passada, após o encerramento das aventuras de Jesse Custer, Steve Dillon desenharia várias aventuras para a Marvel Comics, tendo passado pelo personagem Justiceiro, para o selo Marvel Max e Marvel Knights, de 2000 a 2003, novamente em parceria com Garth Ennis, além de outras aventuras de Frank Castle em diversos outros momentos, em edições especiais e minisséries. O desenhista também ilustraria aventuras dos Supremos, do Mercenário, a série Wolverine: Origins, de 2006 a 2008, Supreme Power, e Ultimate X-Men. Um de seus últimos trabalhos para a Casa das Idéias foi uma minissérie dos Thunderbolts, em 2013.
                Na série de TV de Preacher, Steve Dillon foi creditado como produtor executivo de 10 dos episódios produzidos. No início deste mês, o artista participou da New York Comic Con, onde fez sua última aparição pública presente os fãs de quadrinhos. “É triste para mim confirmar a morte de Steve, meu irmão mais velho e meu herói", publicou no Twitter seu irmão Glyn Dillon no dia de sua morte, um sábado. "Ele faleceu na cidade que ele amava, Nova Iorque. Ele fará muita falta", completou. O anúncio da morte foi confirmada pelo artista Warren Ellis, com quem Dillon havia trabalhado na série Hellblazer, que afirmou que Dillon era um gigante, e que sua morte será uma grande perda. Não foi informada a causa da morte pela família do artista, mas correm rumores de que o desenhista já andava doente nos últimos tempos, embora não se saiba exatamente qual era a enfermidade que o acometia.
                Apesar de possuir um traço limpo, e conseguir retratar com extrema fidelidade as cenas de violência das séries de Preacher e do Justiceiro, entre outros trabalhos de que participou, muitos leitores não gostavam de sua arte, talvez pelo traço por vezes duro, e sem muita variação nas fisionomias dos personagens, o que deixava todo mundo com rostos e expressões parecidas. As cenas de ação também não pareciam muito dinâmicas em seu traço. Mas Dillon também tinha muitos fãs de sua arte. A bem ou mal, sua falta será sentida por muitos leitores, e diversos profissionais que tiveram a chance de trabalhar ao seu lado nas diversas séries que ilustrou. Dillon morreu cedo, infelizmente. Descanse em paz, Steve.

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