segunda-feira, 9 de maio de 2016

PANINI LANÇA CAVALEIRO DAS TREVAS III



                Uma das histórias mais famosas do universo dos quadrinhos, Cavaleiro das Trevas, criada e desenhada por Frank Miller em 1986 até hoje rende repercussões e influência no mundo inteiro. O que deveria, em tese, ser uma única história na minissérie publicadas nos anos 1980, contudo, ganhou continuação no início da década passada, e mesmo com os comentários negativos de boa parte do público leitor, que considerou a segunda história "dispensável" ou "indigna" de ser tratada como continuação da obra-prima feita pelo próprio Miller vários anos antes, a DC Comics anunciou no ano passado que a história teria uma continuação. Sim, Cavaleiro das Trevas III estava a caminho, e novamente com Frank Miller a bordo.
                Aproveitando que o artista norte-americano foi o convidado de honra da CCXP no ano passado, a Panini rapidamente anunciou que a nova minissérie seria publicada este ano no Brasil, antes mesmo da minissérie ser publicada integralmente nos Estados Unidos. Seria apenas questão de deixar que a publicação americana tivesse mais de sua metade já lançada para que se pudesse publicar a edição nacional. E esse momento chegou: Desde o início deste mês de maio, já chegou às bancas e gibiterias brasileiras a primeira edição da minissérie, com o título de CAVALEIRO DAS TREVAS III: A RAÇA SUPERIOR. Nos Estados Unidos, os leitores americanos já têm à disposição as primeiras 4 edições da minissérie, que terá um total de 8 números.
                Ao contrário das duas primeiras minisséries, desta vez Frank Miller não comanda a história sozinho, nem providencia a arte das edições. Miller assina o roteiro, em parceria com Brian Azzarello. Os desenhos ficaram a cargo de Andy Kubert e Klaus Janson. Para muitos leitores, o fato de Frank Miller não cuidar dos desenhos foi visto com bons olhos, uma vez que eles não acharam apenas a história da parte II fraca, mas detestaram também a arte produzida pelo artista naquela nova minissérie, considerando-a muito inferior ao que o próprio Miller já tinha produzido em sua carreira.
                Nos Estados Unidos, cada edição da minissérie, além da história principal, traz também uma segunda história, focada em um dos personagens do universo de "Cavaleiro das Trevas", na forma de um minigibi com 16 páginas cada uma. E o melhor de tudo é que estas histórias "extras" estão presentes na edição nacional, também na forma de um minigibi que vem encartado dentro de cada número. A edição de estréia traz a história de Átomo (Eléktron, para os mais tradicionalistas), que também saiu na primeira edição da versão americana. Outro ponto positivo é a qualidade gráfica da edição nacional, com direito a capa cartão, e miolo em papel couché, com cerca de 32 páginas. Isso para não falar das capas variantes que a Panini também está disponibilizando, algumas delas para venda exclusiva em algumas gibiterias, como a Devir e a Comix. O preço de cada edição da minissérie é de R$ 9,90, que terá periodicidade mensal.
                Nos Estados Unidos a DC produziu uma infinidade de capas alternativas para cada edição, fazendo um acordo com várias comic shops pelo país inteiro para vendas exclusivas de cada uma delas. Algo completamente inviável de se fazer por aqui na mesma escala, mas seria interessante se a Panini pudesse colocar estas artes como "material extra" ao fim da coleção, para que os leitores nacionais pudessem ver o resultado do esforço de todos os artistas que contribuíram para estas capa variantes. Quem sabe uma edição especial, ou talvez só esperando pela edição encadernada, que inevitavelmente sairá em algum momento...
                Cavaleiro das Trevas III ocorre cronologicamente 3 anos após o fim dos eventos da segunda minissérie, e um dos destaques da história será a participação dos personagens femininos na trama, como a Mulher-Maravilha, Lara, a filha do Super-Homem com Diana, e até Carrie Kelley, a antiga Robin da minissérie original. Depois de um novo período de ausência, Batman está de volta à ativa em Gotham City, mais violento do que nunca, e pouco sutil em seus confrontos com aqueles que afrontam a lei, mesmo que estejam oficialmente trabalhando por ela. E é lógico que as autoridades não vão engolir o vigilante uniformizado solto pelas ruas da corrompida metrópole. Paralelo a isso, o povo da cidade kryptoniana engarrafada de Kandor quer o que acha ser um direito mais do que natural: voltar às suas estaturas originais. Mas as consequências de se trazer ao tamanho natural uma cidade de milhões de cidadãos do extinto planeta de Krypton torna-se um dilema quando todos eles adquirem, sob o sol amarelo da Terra, os mesmos superpoderes do Guper-Homem. E obviamente que alguns cidadãos de Kandor não irão se prestar a obedecer às leis ou se comportarem de modo decente e com caráter. Mas como combater uma cidade inteira de "super-homens"? Com planejamento e determinação, Batman derrotou e chegou a humilhar o Super-Homem no confronto travado entre ambos na primeira minissérie. Mas o homem-morcego seria capaz de fazer o mesmo numa escala de encarar uma cidade inteira? Como isso irá se desencadear, e o que poderá ser feito para evitar um confronto de proporções inimagináveis, com resultados imprevisíveis? É ler para descobrir onde tudo irá parar. O próprio Miller dá a dimensão do desafio, numa declaração feita durante a CCXP 2015 sobre a nova minissérie: “O que aconteceria se o planeta se visse subitamente habitado por milhões de super-homens? Pense nas implicações. Nós nos tornaríamos uma subespécie no planeta. E qual herói seria louco o suficiente para liderar uma insurreição? Ele vive numa caverna. Essa é uma dica.”
                Mas antes mesmo de começar a acompanhar o desenrolar da saga de Cavaleiro das Trevas III, o leitor mais informado já sabe que a saga não vai acabar por aqui. Ainda no ano passado, Frank Miller já havia anunciado que irá haver uma quarta minissérie, e que nesta próxima aventura, ele voltará a cuidar tanto da arte quando argumento, chegando a insinuar, na entrelinhas que, mesmo com sua participação nesta terceira minissérie foi lançada, a história contém mais a visão de Brian Azzarello do que a sua própria, sobre o desenvolvimento e rumo da história. Em outras palavras, o futuro "Cavaleiro das Trevas IV" voltará a ser uma produção "puro-sangue" de Frank Miller, como foram a minissérie original e sua continuação, em 2001. A produção da nova aventura deverá começar este ano, mas ainda não há nenhuma data anunciada de quando os trabalhos começarão, e muito menos expectativa de quando será lançada. Miller já adiantou que está entusiasmado para começar os trabalhos o quanto antes. Resta aguardar pacientemente o desfecho desta terceira parte, e apenas imaginar o que o artista estará planejando para a quarta minissérie do universo de Cavaleiro das Trevas...

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