quinta-feira, 28 de maio de 2015

A SUPERMÁQUINA GANHA EDIÇÃO ESPECIAL PELA IDW



                A década de 1980 é lembrada até hoje como um período áureo de grandes produções na área de entretenimento. Inúmeras séries de cinema, TV, e animação, lançadas naqueles tempos, tornaram-se ícones da cultura pop, conquistando milhões de fãs no mundo todo, e repercutindo até os dias atuais. E neste mês de maio, a IDW Publishing, que vem lançando nos últimos tempos algumas séries de quadrinhos de várias produções de muitos anos atrás, está trazendo uma edição que deve fazer o furor dos nostálgicos fãs de seriados dos anos 1980, e não é nada menos do que a Supermáquina.
                KNIGHT RIDER - VOLUME 1, é uma edição de 112 páginas, ao preço de cerca de US$ 15, trazendo para os quadrinhos as aventuras do famoso seriado de TV produzido pela Universal Studios entre 1982 e 1987, estrelado pelo ator David Hasselhoff, que interpretava Michael Knight, um justiceiro audacioso vivendo em um mundo perigoso, tendo como parceiro a maior obra-prima da tecnologia automotiva já criada no mundo, o arrojado modelo Knight 2000, um belo carro Pontiac Trams-Am preto, comandado por uma inteligência artificial chamada KITT (abreviação para Knigh Industries Two Thousand - Indústrias Knight Dois Mil), dotado dos mais variados recursos e virtualmente indestrutível. A série teve 4 temporadas, tornando-se sucesso mundial em vários países, inclusive o Brasil, onde foi exibido com o nome de "A Supermáquina".
                Na trama, o policial Michael Long, na pista para desbaratar uma perigosa quadrilha de ladrões de segredos industriais, é traído por uma amiga e baleado no rosto, sendo deixado para morrer no deserto. Mas, um milionário excêntrico, Wilton Knight, salva a vida de Michael, e lhe dá, através de uma cirurgia plástica, um novo rosto, e uma nova identidade, Michael Knight. Acreditando que um homem pode fazer uma grande diferença, ele dá a Michael a chance de se tornar um agente especial com a missão de enfrentar os criminosos que teimam em desafiar as leis, e proteger os inocentes. Para tanto, ele recebe em mãos a maior criação do milionário: um carro praticamente indestrutível, comandado pelo computador KITT, e que a partir dali seria seu parceiro. Meio a contragosto, e surpreso, ele aceita a tarefa e sua nova missão de vida, pronto para defender a causa dos inocentes, como agente da FLAG (Fundation for Law and Government - Fundação pela Lei e Governo, na dublagem em português), comandada pelo melhor amigo de Wilton Knight, Devon Milles. Contando com o apoio técnico de Bonnie Barstow, engenheira que está sempre pronta a providenciar reparos e upgrades em KITT conforme as mais variadas missões, Michael inicia sua nova luta contra o crime, para provar que um homem pode fazer mesmo uma grande diferença.
                A química do seriado estava na relação entre Michael e KITT. A princípio desconfiado por ter um carro falante e capaz de pensar por si próprio, Michael desenvolve uma grande amizade com KITT, que com o passar do tempo, vai demonstrando cada vez mais entrosamento com seu piloto e parceiro, demonstrando grande personalidade, especialmente quando nas discussões que ambos travam, quando Michael acaba por vezes tendo de ser chamado à razão por KITT quando tem alguma idéia genial para resolver algum caso. E a série ainda rendia alguns momentos engraçados, quando algum transeunte acabava vendo o carro se dirigir sozinho, ou falar com alguma pessoa (afinal, carros não falam...?). E o público sempre delirava com as cenas de perseguição, ou quando a capacidade do carro era posta à prova, enfrentando uma saraivada de balas, ou atravessando paredes sem sofrer um arranhão sequer. Dos recursos, a turbo propulsão era o momento mais aguardado pelos fãs, com o carro a saltar por cima de qualquer obstáculo, ou otimizar sua velocidade para alcançar o inimigo.
                E é parte dessa emoção que os novos quadrinhos da Supermáquina prometem trazer a uma nova legião de fãs, além de tentar conquistar os velhos fãs do seriado. A edição da IDW é feita em parceria com a Lion Forge Comics, uma pequena editora que anunciou em 2013, durante a Comic Con de San Diego, ter adquirido a licença para produzir séries de quadrinhos digitais de alguns dos seriados mais populares dos anos 1980, entre eles, Knight Rider, as quais passaram a ser lançadas a partir do fim daquele ano. Até o momento, a Lion Forge já lançou 8 edições da série, todas em formato digital, que agora estão sendo lançadas no modo "tradicional", nesta edição Trade Paperback a cargo da IDW Publishing, que compila as primeiras aventuras da nova série de quadrinhos da Supermáquina. Os roteiros ficaram por conta de Geoffrey Thorne, com arte de Jason Johnson. Na primeira história, encontramos Michael Knight e seu fiel parceiro KITT prontos para uma nova aventura. Ou não? Tudo o que Michael quer é levar sua amiga, Katherine Beachum, para uma noite na cidade e relaxarem um pouco, pois na verdade ele está atuando como guarda-costas da moça, que é uma importante cientista de um projeto ultrassecreto do governo, chamado "Projeto Rider", e tem trabalhado arduamente na empreitada. E o que prometia ser uma noite de diversão agradável vai por água abaixo quando um grupo de mercenários altamente armados estraga completamente a festa, e joga Michael em um jogo de intrigas muito mais complicado do que se pode supor à primeira vista. E ele precisará de toda a sua capacidade, e da ajuda de seu parceiro de quatro rodas, para solucionar o mistério que se apresenta, e evitar sair morto desta encrenca. Portanto, é hora de Michael Knight e a Supermáquina entrarem em ação novamente.
                Para Geoffrey Thorne, que escreveu as histórias desta série de quadrinhos, o elemento mais importante na série era o relacionamento entre Michael e KITT, e de como sua parceria enfrentava as mais variadas situações, dos momentos mais sérios aos mais descontraídos, e até cômicos, um ponto que era vital manter nas novas aventuras. Para Jason Johnson, desenhista da série, o desafio era atualizar o visual de KITT, sem contudo descaracterizar o modelo original do Knight 2000. "O KITT era o veículo mais legal de todos quando eu era criança, e ainda é.", declaram Jason, que concorda com o ponto de vista de Thorne sobre a importância do relacionamento de Michael com seu carro, como verdadeiros amigos e parceiros de luta. Para Thorne, um ponto negativo é que muitos fãs da série são inflexíveis e até intolerantes quando você tenta mudar algo do seriado, explicando que este provavelmente foi um dos motivos que levaram ao fracasso do novo seriado produzido em 2008, que mostrava uma nova Supermáquina, o Knight 3000, que agora era conduzido pelo filho de Michael Knight, que havia crescido longe do pai, e iniciava uma luta parecida utilizando também um carro cheio de recursos tecnológicos e uma inteligência artificial sensiente. "Não vou fazer uma continuação linear da série de TV", garante, explicando que a essência do seriado estará presente nas aventuras, que estarão devidamente atualizadas com o tempo atual. Para o roteirista, Michael é um herói clássico. Ele serviu ao exército, trabalhou na polícia, e agora encara o desafio de dar sequência ao sonho de Wilton Knight, tornando-se um justiceiro solitário em um mundo perigoso. E todas as qualidades que se faziam parte do Michael Knight interpretado por David Hasselhoff estarão presentes na série de quadrinhos, como sua tendência bancar o machão, ser um pouco convencido e arrogante, etc.
                Já com relação ao KITT, Thorne informa que há algumas mudanças. "Na série, KITT era uma inteligência artificial já formada, com grande conhecimento de suas próprias capacidades, e do relacionamento com as pessoas, sendo, na maioria das vezes, a voz da razão a se contrapor ao comportamento por vezes excessivamente audacioso e até incauto de Michael. Na nova série, a inteligência de KITT ainda está se desenvolvendo, conhecendo suas capacidades, o que pode e o que não pode fazer, e buscando o que quer ser. Ele continua sendo muito inteligente, mas não é tão sábio, e esse desenvolvimento produzirá alguns dramas", relata Geoffrey Thorne. "Seu relacionamento evolui. Minha versão de KITT é mais teimosa e menos inclinada a obedecer Michael apenas por sua programação. Eles vão discutir mais, e Michael não vai ganhar sempre com seus argumentos. Mas eles estão unidos e um poderá morrer um pelo outro. Eles começam com Michael como uma espécie de pai a princípio, mas acabarão como irmãos. O grande obstáculo de Michael é realmente começar a ver KITT como se fosse uma pessoa e não apenas um dispositivo tecnológico super-inteligente.", conclui. Outro desafio na série, relata o roteirista, é que no seriado KITT podia fazer várias coisas que atualmente não seriam as mais apropriadas. As tecnologias atuais podem fazer muita coisa melhor e mais eficiente do que antigamente, e os novos recursos, como a internet, e desenvolvimentos atuais, tornam necessárias atualizações na lista de recursos à disposição do Knight 2000. Como pista destes novos recursos, Thorne diz que o carro pode ter sistema de invisibilidade, e a capacidade de invadir e controlar qualquer sistema de computador dentro de seu raio de ação, além claro, de aumentar incrivelmente sua velocidade.
                Para Shanon Eric Denton, editora da série na Lion Forge, Geoffrey Thorne foi a primeira escolha para escrever a nova série da Supermáquina. "Nós não estamos tentando mudar Knight Rider. Nós amamos a série, por isso queríamos alguém que pudesse mostrar esse amor, mas também trazê-la para os dias modernos, sem alterar o que tem funcionado tão bem durante tantos anos. Estamos em uma era em que os telefones que usamos no dia a dia têm mais poder de computação do que o KITT e NASA combinados tinham no momento em que a série estreou. E a pessoa capaz de lidar com essa transição dos anos 1980 aos dias de hoje tão perfeitamente era Geoffrey. Quanto ao aspecto da revista, o parceiro de Geoffrey nesta missão é o ex-artista da Wildstorm Jason Johnson. Jason tem uma grande energia cinética para o que ele faz e que nós realmente precisamos nesta série. Ele tem uma incrível capacidade de dar tanta atenção não apenas à tecnologia como com os personagens", revela Shanon.
                Os planos da Lion Forge são ambiciosos para a série de quadrinhos, prometendo, para breve, até um cross-over da Supermáquina com outra série clássica dos anos 1980, lançada no rastro do seu sucesso: Águia de Fogo. Promover o encontro do carro mais avançado do mundo com o supremo helicóptero de combate é algo que os fãs de ambas as séries sempre sonharam desde os anos 1980, quando ambas as séries eram exibidas, e que pode finalmente virar realidade em futuro próximo, uma vez que a editora também adquiriu os direitos de Airwolf (nome original de Águia de Fogo) para produzir também uma série de quadrinhos nos mesmos moldes de A Supermáquina, tendo sido lançados até o momento, também 8 edições, estas, por enquanto, disponíveis apenas em formato digital, que podem ser adquiridas no site da editora, no endereço .
                As artes da série produzidas por Johnson podem causar um certo estranhamento nos fãs mais antigos, uma vez que alguns visuais parecem um pouco diferentes em relação ao seriado original. O novo visual de KITT não ficou ruim, mas as feições de Michael Knight não ficaram tão parecidas com a do ator David Hasselhoff, que viveu o personagem na TV. Mas é uma questão de se acostumar, e se as histórias conservarem o espírito original da série de TV, os quadrinhos tem tudo para cativar os fãs do seriado quanto conquistar os leitores mais atuais, que nunca viram a produção original. A Lion Forge tem seus méritos em explorar o potencial de várias séries de sucesso de antigamente, e mostrar que não são apenas franquias de sucesso estrondoso como Jornada nas Estrelas ou Arquivo X que merecem ter novas aventuras, agora no mundo da arte sequencial.
                No Brasil, a Supermáquina foi exibida na década de 1980 e início dos anos 1990 na TV aberta, primeiro pela TV Record e depois pela TVS/SBT. Anos depois, o seriado seria exibido nos canais da TV por assinatura, e no início da década passada, teve a maior parte de seus episódios exibido pelo Canal 21. O seriado ganhou um telefilme, Supermáquina 2000, que deveria relançar o seriado, mas não fez o sucesso esperado, além das continuações Team Knight Rider (Equipe Supermáquina, exibida aqui como TKR - O Time do Futuro), além da Nova Supermáquina (a série de 2008), que não conseguiu repetir o sucesso da série original. Resta saber se esses novos quadrinhos da Supermáquina tem chance de aportar por aqui futuramente, uma vez que há muitos fãs do seriado em nosso país. Mais do que nunca, a esperança é a última que morre...

NEWPOP LANÇA DON DRÁCULA, DE OSAMU TEZUKA



                Séries com vampiros sempre foram exploradas tanto no cinema, quanto na TV, ou nos quadrinhos. E nos mangás não seria diferente, com vários artistas e conceberem várias obras aproveitando os sugadores de sangue nos mais variados enredos, indo do terror puro à comédia nonsense. E uma destas séries de quadrinhos nipônicos acaba de ser lançada no mercado nacional, pela editora New Pop: DON DRÁCULA!
                Criação de Osamu Tezuka, o "Deus" dos mangás, a série de quadrinhos de Don Drácula foi produzida em 1979, sendo publicada na revista Shonen Champion, com o título de "Don Dorakyura", terminando no ano seguinte, rendendo 3 volumes encadernados. Na série, Drácula, cansado de ser perseguido na Europa, resolve procurar um lugar mais calmo para viver, e sugar sangue. Assim, ele se muda de mala e caixão para o Extremo Oriente, fixando residência em Tóquio, levando com ele sua filha Chocola e seu fiel criado corcunda Igor. Só que esta versão de Drácula não é nem um pouco aterrorizante: ele é meio abobalhado, e um tremendo mulherengo, que passa a perseguir as garotas bonitas das redondezas a fim de saciar sua fome de sangue. Só que as mulheres, quando não fogem do velho conde, o espancam barbaramente, achando que ele é apenas um tarado maluco fantasiado. Enquanto isso, Chocola, sua filha, mostrando mais maturidade e inteligência que o próprio pai, só quer viver da forma mais "normal" possível, passando a frequentar uma escola noturna e fazer amigos. Mas como tudo que é bom dura pouco, a paz do velho vampiro acaba quando o Doutor Hellsing chega ao Japão, a fim de resolver negócios "inacabados" com o sugador de sangue - leia-se cravar uma estaca de madeira no seu peito de forma definitiva, e recomeça a perseguição de gato e rato entre o caçador de vampiros e o conde, que já tinha seus próprios problemas para atormentá-lo, o principal deles uma garota chamada Blonda, uma balofa feia pra caramba que simplesmente "gamou" em Don Drácula, e vive perseguindo vampirão, implorando que ele lhe dê uma mordidinha. Só que o conde foge de mulheres feias mais até do que da cruz.
                E nessa toada, a série vai em frente, com as confusões vividas pelo conde, seja por mancada próprias, ou encrencas do dia-a-dia, tentando escapar de Hellsing e Blonda, e volta e meia tentando morder o pescoço de algumas garotas bonitas. Só que, sem conseguir morder ninguém, o conde é obrigado a apelar para pílulas solúveis de sangue para se alimentar, quando não afana bolsas de algum banco de sangue para matar a fome.
                Os três volumes do mangá serão lançados pela New Pop, com periodicidade bimestral. O formato é 11,3 x 17,7 cm, com cerca de 216 páginas cada volume, ao preço de R$ 26,00, com papel off-set, e capa cartão com laminação fosca e orelhas.
                Don Drácula ganhou uma produção em anime em 1980. Com supervisão de roteiros do próprio Osamu Tezuka, a série começou a ser produzida pela Jin Productions, e tinha previsão de chegar pelo menos a 26 episódios. Contudo, a audiência dos primeiros episódios foi tão frustrante que a série acabou cancelada com apenas 8 episódios, após os patrocinadores pularem fora do projeto. Nem o fato de ser uma criação de Tezuka ajudou a salvar o anime.
                E, por incrível que pareça, num destes golpes de sorte, a série veio parar no Brasil poucos anos depois, sendo exibida e reprisada à exaustão pela TV Manchete, que naqueles tempos também trouxe outro anime clássico para nosso país: Patrulha Estelar. A série de Don Drácula foi dublada no estúdio carioca Telecine, e ganhou inúmeros fãs nacionais, em que pese o reduzido número de episódios da produção, além de algumas mudanças em alguns termos. Na dublagem nacional, Chocola teve seu nome alterado para Sangria, nome mais adequado a uma menina vampira, alguns imaginaram na época, do que seu nome original, que sugeria outra coisa. Outro termo mudado foi a doença que acomete Van Hellsing nos momentos mais inoportunos, que no original eram hemorróidas, obrigando-o sempre a procurar um banheiro urgente, e na dublagem virou crise de hérnia, talvez porque o termo original fosse meio pesado, quem sabe...? Alguns anos depois, a série foi lançada em vídeo pela VTI Network, em duas fitas VHS, tornando a série um dos raros casos de uma série de anime lançada integralmente em nosso mercado de vídeo. Da Manchete, Don Drácula ainda ganhou várias reprises na CNT vários anos depois, até sumir definitivamente das telas da TV nacional, aberta ou paga.
                Felizmente, a distribuidora Cult Classic resgatou a série do vampirão recentemente, lançando todos os seus 8 episódios em um único disco em DVD, e com sua dublagem em português, além de oferecer opção do áudio original em japonês e legendas em português, salvando vários fãs nostálgicos que nunca esqueceram a divertida série, e que agora terão muitos motivos para comemorar tendo a oportunidade de conferirem os quadrinhos originais criados por Osamu Tezuka. E mais um ponto a favor da New Pop, que apesar de estar lançando poucos títulos, tem sido extremamente criteriosa no material que vem disponibilizando aos leitores, oferecendo sempre excelentes opções de leitura. E o lançamento de Don Drácula vem apenas confirmar seu histórico de bons lançamentos. Os leitores nacionais de quadrinhos agradecem bastante, e que venham sempre outros novos lançamentos com este tipo de mentalidade.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

NOVO CROSS-OVER PROMOVE A UNIÃO DA ENTERPRISE COM O LANTERNA VERDE NOS ESTADOS UNIDOS



                Os últimos tempos têm sido pródigos em lançamento de cross-overs entre diversos personagens no mercado estadunidense de quadrinhos. E não dá mostras de que vai parar tão cedo. O mais novo encontro anunciado irá reunir duas forças icônicas de manutenção da paz no universo, quando a IDW Publishing e a DC Comics promovem a união da mais conhecida força de defesa da justiça galáctica do universo DC, a Tropa dos Lanternas Verdes, com a mais famosa nave de exploração da Federação Unida de Planetas, a Enterprise, no que promete ser o maior cross-over de 2015.
                STAR TREK/GREEN LANTERN: THE SPECTRUM WAR será uma minissérie mensal em 6 partes que chegará às comic shops dos Estados Unidos no início do mês de julho. Os roteiros serão de Mike Johnson, com arte de Angel Hernandez, e capas desenhadas por Gabriel Rodriguez, e promete ir aonde nenhum homem jamais esteve, seja na noite mais escura, seja no dia mais brilhante. O preço de cada edição será de US$ 3,99, e como tem sido praxe, cada edição terá também capas alternativas, para felicidade dos colecionadores, que adoram comprar todas as edições disponíveis neste tipo de procedimento.
                No Século 23, a exploração de Kirk e Spock em um mundo desconhecido conduzirá a uma descoberta tão incomum que poderá alterar o destino de impérios, desencadeando um perigo de proporções inigualáveis. E, para prevenir que o cosmo padeça deste novo perigo, a mais conhecida e poderosa força de justiça galáctica, a Tropa dos Lanternas Verdes, terá de entrar em ação. E como o mais destacado de todos os Lanternas Verdes, o terrestre conhecido como Hal Jordan, terá um encontro inusitado com a tripulação da nave da Federação Enterprise, para entrarem em um acordo de cooperação para pôr fim à ameaça que pode colocar em risco toda a galáxia. E o que acontece quando os anéis de poder da tropa dos Lanternas Verdes acabam indo parar nas mãos de alguns conhecidos personagens de Jornada nas Estrelas? Uma solução ou ajuda para a situação a ser enfrentada, ou uma complicação que pode pôr tudo a perder? É hora dos fãs do paladino esmeralda e de toda a comunidade trekker conferirem como esta união de forças poderá agir para salvar o universo.
                "Já observávamos há tempos a possibilidade de unirmos estes dois universos icônicos", responde Greg Goldstein, presidente da IDW Publishing. "Tanto Jornada nas Estrelas quanto Lanterna Verde compartilham ambos muitos dos mesmos ideais e temas de aventura de ficção científica, de modo que um crossover galáctico como este é simplesmente ... lógico.", complementa. E para dar vida à história deste encontro espacial, foi escolhido Mike Johnson, que já é um veterano escritor de histórias das séries de quadrinhos de Jornada. "Assim que houve um vislumbre de possibilidade de chance de que o crossover pudesse acontecer, um canto do meu cérebro ficou trabalhando febrilmente em descobrir possíveis enredos. É o mais divertido desafio que eu já tive, mas é também o maior de todos. Com tantos personagens e mundos e tanta história para escolher, como faço para decidir o que usar? Quais são as formas mais interessantes e divertidas em que essas franquias podem se misturar? Como faço para manter uma história emocional e significativa, sem me perder no espetáculo? Responder a todas estas perguntas não me deixam com cicatrizes, mas com tatuagens brilhantes em que cada canto do meu cérebro está marcado tanto com os símbolos de Jornada quanto do Lanterna.", explica Mike Johnson, em entrevista ao Previewsworld, sobre a excitação de desenvolver o cross-over.
                Indagado sobre como fazer o encontro de Hal Jordan com James Kirk, Mike explica que, pelo roteiro padrão, eles se envolveriam numa luta ferrenha entre ambos, até se darem conta da situação e então unirem forças para enfrentarem juntos o "vilão" da história, mas que prefere seguir por outro caminho. "Esses dois têm muita coisa em comum, e a diversão será em ver como eles colocarão suas diferenças de lado para perseguirem o mesmo objetivo", afirma, ao sugerir colocar os dois personagens para conversar tomando umas boas doses de cerveja romulana em algum bar espacial.
                Para Bob Harras, editor-chefe da DC Comics, o "Lanterna Verde é um dos personagens mais populares e célebres da história dos quadrinhos, e um ícone moderno da DC Comics. Todo um universo de Lanternas Verdes e outros personagens coadjuvantes têm crescido fora de suas aventuras originais desde 1940, e esta série realmente mostrará o alcance intergaláctico da franquia". E esta aventura promete se estender por todo o tempo, espaço, e cores do espectro em pleno século 23, onde a força do mal por trás disso tudo somente poderá ser detida pela união do poder dos Lanternas Verdes com os esforços da Federação Unida de Planetas.
                Este não é o primeiro cross-over envolvendo a tripulação da Enterprise no universo dos quadrinhos. Há muitos anos atrás, houve dois encontros em minissérie entre as tripulações da Série Clássica e da Nova Geração com os X-Men, além de um terceiro encontro em novelização com os mutantes da Marvel. Há algum tempo atrás, houve um encontro da tripulação clássica com a Legião dos Super-Heróis da DC; e tivemos a tripulação da Nova Geração encontrando o Doctor Who, e mais recentemente, Kirk, Spock & Cia. tiveram uma aventura conjunta com o Planeta dos Macacos. Mas este novo encontro da Enterprise com personagens da DC Comics será o primeiro protagonizado pela "nova" tripulação clássica, mostrada atualmente nos últimos filmes do cinema, pelo reboot conduzido pelo diretor J.J. Abrahms, que já ganhou série regular em quadrinhos pela IDW nos últimos tempos. E nada mais justo do que dar-lhes a chance de serem os escolhidos para este encontro singular.
                Todos os cross-overs produzidos com os personagens de Jornada nas Estrelas continuam inéditos até hoje no Brasil. O primeiro encontro com os X-Men chegou a ser produzido pela Abril Jovem nos anos 1990, mas acabou cancelado por ordem dos licenciantes, e os trabalhos posteriores não chegaram a ter chance de serem lançados em nosso país. Nos últimos tempos, a Devir Livraria lançou algumas minisséries de Jornada nas Estrelas, mas até o presente momento ainda não há perspectiva deste novo material chegar às bancas nacionais, uma vez que até mesmo os encontros com a Legião dos Super-Heróis, Doctor Who, e Planeta dos Macacos nem chegaram a ser lançados por aqui.
                É claro que a esperança nunca morre, e os fãs almejam que esse material possa ser publicado por aqui, uma vez que nos últimos tempos vários bons materiais têm sido lançados no mercado nacional, aumentando a diversidade de títulos à opção dos leitores brasileiros. Infelizmente o momento atual da nossa economia não colabora muito para o lançamento de materiais mais alternativos ao tradicional esquema infantil/super-heróis/mangás, sendo que até estes não tem muita garantia de publicação. Enquanto os fãs brasileiros penam na incerteza, os fãs americanos certamente acompanharão com interesse este novo encontro das séries. Sorte deles.

PANINI LANÇA A "GUERRA NAS ESTRELAS" ORIGINAL



                Quase quarenta anos atrás, em maio de 1977, o jovem cineasta George Lucas causaria um impacto de proporções descomunais no mundo do entretenimento, ao lançar um filme chamado "Guerra Nas Estrelas" (Star Wars), uma aventura de ficção científica mostrando o tradicional combate entre o bem, representado pela Aliança Rebelde, e o mal, encarnado no perverso e tirânico Império Galáctico, que ameaçava todo o Universo. Com um elenco de personagens carismáticos e vários conceitos e uma mitologia interessantes, o filme não apenas foi um estrondoso sucesso, como gerou continuações, e todo um império de entretenimento baseado na saga espacial concebida por George Lucas, indo parar nos quadrinhos, videogames, televisão, literatura, etc. E se mantém firme e forte até hoje, com o sétimo filme da saga a caminho de estrear nos cinemas mundiais no final do ano.
                Para lançar o filme, entretanto, George Lucas precisou percorrer um longo caminho. Ele já queria filmar um filme de aventura de ficção científica quando tentou adaptar Flash Gordon, o clássico herói espacial de Alex Raymond, ainda no início dos anos 1970, mas teve sua idéia recusada, por acharem que ele seria inexperiente demais para conduzir um filme de um personagem tão icônico. Lucas, então, partiu para criar a sua própria história de aventura espacial, começando a criar os conceitos e personagens que fariam dele, anos depois um famoso diretor de cinema. Mas, da concepção original da grande saga espacial, até o lançamento do filme propriamente dito, muita coisa foi modificada. Para começar, Lucas desenvolveu sua história inicialmente para ocupar 3 trilogias, mas devido às limitações da época, precisou simplificar seus planos e começou a desenvolver o projeto do filme a partir do início da segunda trilogia, por conter mais ação e ser mais facilmente de vender aos estúdios. Vencido este obstáculo, ele pôde enfim produzir o filme, e o resto é história...uma história que ainda está longe de acabar.
                Mas, e como teria ficado Guerra nas Estrelas se o jovem cineasta tivesse tido condições - e recursos tecnológicos, para produzir os filmes de acordo com as idéias originais que desenvolvera para a história? Como teriam sido os personagens, os combates espaciais, a história propriamente? Que mudanças os conceitos sofreram até chegarem à versão que acabou sendo apresentada a todo o mundo nos cinemas? Essa pergunta começa a ser respondida agora aos leitores brasileiros com o lançamento de STAR WARS: A GUERRA NAS ESTRELAS, uma minissérie em duas edições que está sendo lançada pela Panini no mercado nacional, é que baseada na primeira versão do roteiro original de George Lucas para a saga espacial. Cada edição, em formato americano e capa cartão, tem 116 páginas, ao preço de R$ 16,90. As edições compilam a minissérie "The Star Wars", publicada em 8 edições em 2013 pela editora Dark Horse, que tinha os direitos de publicação de quadrinhos da famosa franquia. O roteiro é de J. W. Rinzler, com desenhos de Mike Mayhew.
                Cada volume compila 4 edições da minissérie, com direito a bônus interessantes, mostrando os esboços e parte do processo de criação da minissérie, de acordo com as idéias originais concebidas nos anos 1970 por George Lucas. A primeira edição traz os esboços de vários personagens com nomes bem conhecidos para os fãs, mas muito diferentes daqueles que foram mostrados no cinema, além de mudanças no panorama geral da história. Um exemplo é que, no plano original, a sede do Império Galáctico não era o planeta Coruscant, mas o mundo de Alderaan, cuja capital, a cidade de Alderaan, encontra-se nas nuvens do planeta, a exemplo do que foi mostrado no segundo filme, quando conhecemos A Cidade Das Nuvens do planeta Bespin. Na versão que foi para os cinemas, Alderaan foi o mundo adotivo da Princesa Leia Organa, e acabou sendo destruído pela primeira Estrela da Morte.
                Outra mudança interessante é que, embora os Lordes Sith continuem sendo os grandes vilões da história, nesta versão Darth Vader não é um membro dos Sith, e nem mesmo um guerreiro Jedi. É um general das forças imperiais, e mesmo sendo apenas um homem sem ter o poder da Força, nem por isso é um adversário menos temível. E ainda temos os dois dróides mais famosos da história do cinema também dando o ar da graça, mas com ligeiras diferenças não apenas em seu comportamento quanto em suas atitudes. E também temos Luke Skywalker, em uma versão muito diferente, e ao mesmo tempo familiar em relação a outro personagem desta saga espacial como foi vista nos cinemas. Visuais muito parecidos, mas ao memo tempo bastante diferentes. Mas a trama, em sua essência, continua igual: o poderoso Império Galáctico estende seus domínios mundo após mundo, a ordem dos cavaleiros Jedi, que ajudavam a manter a paz e a ordem na Velha República, foram extintos, ou assim se pensava... E caberá a um pequeno grupo de heróis desafiar o imenso poderio do Império, além de confrontar os temíveis Lordes Sith, para restaurar a paz e harmonia em toda a galáxia, enfrentando desafios aparentemente intransponíveis, e confiando no poder da misteriosa Força, a qual os Jedi prezam tanto.
                George Lucas desenvolveu os conceitos em 1974, cerca de três anos antes de finalmente conseguir produzir o filme. Para desenvolver a minissérie, J. W. Rinzler precisou fazer várias pesquisas nos arquivos da Lucasfilm, a fim de encontrar as idéias originais e a partir de então, criar a história como Lucas a teria desenvolvido inicialmente. E o esforço se concretizou na minissérie produzida pela Dark Horse, e que agora está sendo lançada no Brasil. Então, é hora de conhecer uma história passada há muito, muito tempo atrás, em um galáxia muito distante, e acompanhar uma velha aventura conhecida em uma abordagem completamente diferente do que todos conheceram até hoje...e que a Força esteja com os leitores e fãs da saga neste lançamento bem oportuno da Panini Comics nas bancas nacionais.

"ERA DE ULTRON - PRELÚDIO" CHEGA ÀS BANCAS DEPOIS DO FILME



                Que Vingadores - A Era de Ultron seria o grande filme do ano para os fãs de quadrinhos, já era assunto mais do que óbvio. Portanto, nada mais natural do que aproveitar a estréia da segunda aventura cinematográfica do mais poderoso grupo de heróis da Marvel para soltar nas bancas algumas edições especiais dedicadas ao grupo, não?
                Infelizmente, a Panini Comics não soube aproveitar o bom momento que surgiu, e a única edição especial lançada para capitalizar com o novo filme, que tinha até o nome sugestivo de ERA DE ULTRON - PRELÚDIO, infelizmente não foi a melhor jogada da editora multinacional italiana, muito pelo contrário. Em formato americano, a edição tem 188 páginas, com a capa trazendo uma foto do filme, ao preço de R$ 21,90. O ponto positivo é trazer o álbum de figurinhas do filme de brinde, junto com 4 cromos autocolantes, numa boa estratégia para incentivar os fãs a colecionar as imagens.
                Só que, de prelúdio mesmo, há muito pouca coisa na edição, que é a história publicada na edição americana "Avengers: Age of Ultron Prelude - This Scepter'd Isle", que mostra como o Cetro de Loki, visto no primeiro filme, estava em poder da Shield após a derrota do deus asgardiano, e de como o artefato, em virtude da infiltração da Hidra na organização de vigilância internacional, como foi visto em Capitão América - O Soldado Invernal, acabou indo parar nas mãos da organização terrorista, e que serve de mote para o início do filme e parte das consequências da trama. De resto, a edição traz logo de início a adaptação em quadrinhos do primeiro filme dos Vingadores, o que não é de todo ruim, em que pese o ritmo aparentemente apressado de várias cenas da história em quadrinhos, com algumas cenas mudando drasticamente para outras sem meio-termo na narrativa, o que pode causar alguns incômodos em quem assistiu o filme, pelos buracos que apresenta. Até aí, pelo menos é um material inédito nos quadrinhos nacionais. O problema ficou mesmo para o resto da edição, especialmente nas últimas histórias.
                Em seguida, temos a origem do Visão, compilando as edições 57 e 58 de "Avengers", de 1968, e de como a primeira aparição do sintozóide acabou levando à descoberta da origem de Ultron, e de como ele foi criado por Hank Pyn, o vingador conhecido inicialmente como Homem-Formiga, e depois Golias e Gigante, na época. Como o Visão é um dos novos personagens introduzidos em "Era de Ultron" nos cinemas, nada contra rever a primeira aparição do personagem, e de como ele, inicialmente um instrumento de vingança de Ultron, acaba por se rebelar contra seu mestre e ingressar nos Vingadores. É um material clássico que pode ser desconhecido para muitos fãs que só conhecem os Vingadores pelos cinemas.
                O problema começa nas histórias seguintes, como "A Vingança de Ultron", que nem começa pelo seu início, mas pela segunda metade da história, com as partes 3 e 4 publicadas nas edições 21 e 22 do segundo volume de "Avengers", de 1999, ou seja, o leitor recebe uma história pela metade, onde os heróis já partem para o confronto decisivo contra o perverso robô, que lança um verdadeiro exército de cópias de si mesmo contra o supergrupo, sem entender como a história começou e como eles chegaram lá, se nunca leu a aventura antes. Neste caso, uma falha até dupla da Panini, porque esta história acabou de ser republicada recentemente, no mês de fevereiro, estrelando o volume 1 da nova coleção "Os Heróis Mais Poderosos da Marvel", da editora Salvat, tendo sido publicada completa em edição de luxo com capa dura, inclusive com textos explicativos, o que faltou na edição da Panini, que poderia ter situado melhor o leitor que nunca viu a aventura antes, para não mencionar que ela não terminava exatamente ali, tendo consequências futuras que também não foram contempladas nesta edição.
                A edição fecha com uma história publicada no terceiro volume de "Avengers", número 12.1, de 2011, onde uma missão de resgate aparentemente sem maiores preocupações com a segurança do mundo acaba conduzindo ao retorno de Ultron, novamente uma história incompleta, pois o robô é mostrado muito pouco, e ele se retira para confrontar os heróis em seu devido momento, quando estará totalmente preparado para aniquilá-los. E, novamente, nenhum texto explicativo para o contexto geral da história, que termina sem que o leitor saiba o que ocorreu depois exatamente.
                Outra "mancada" da Panini foi que esta edição, embora esteja datada do mês de abril deste ano, só chegou às bancas no fim da primeira semana de maio, praticamente duas semanas após a estréia do segundo filme dos Vingadores nos cinemas nacionais, ocorrida no dia 23 de abril. Por mais que se possa dizer que a culpa é da distribuidora, o fato de todos os títulos de quadrinhos da Panini estarem sendo distribuídos com atraso nos últimos meses já deveria servir de alerta para a editora antecipar o seu lançamento, e garantir que chegasse às bancas antes do filme estrear.
                Por fim, a editora também deveria ter planejado melhor a edição, de modo que as histórias mais recentes fossem mostradas completas, ou pelo menos, mostrasse outros confrontos dos Vingadores contra Ultron que coubessem no número de páginas planejado para a edição, uma vez que existem outras aventuras que há tempos não são republicadas, ao passo que as histórias mostradas na parte final da edição já foram lançadas por aqui mais recentemente. Material era o que não faltava para isso. E a ausência de textos explicativos para situar o leitor bem como não fazer um pequeno apanhado do histórico de confrontos entre Ultron e os heróis, mostrando todas as encrencas que o robô já causou até hoje, mesmo que de forma resumido, foi outro ponto negativo. Os leitores e fãs mereciam mais.
                A Panini tem lançado muitos materiais bons nos últimos tempos no mercado nacional de quadrinhos, mas de vez em quando, acaba cometendo algumas gafes e desperdiçando chances em potencial de incrementar e ampliar base de leitores dos personagens que publica. E, com a crise da economia brasileira, lançamentos mal planejados não ajudam a melhorar as vendas dos títulos no mercado, muito pelo contrário.