sábado, 25 de abril de 2015

SUPERPATETA GANHA EDIÇÃO COMEMORATIVA DE SEUS 50 ANOS



                Ele é um dos maiores super-heróis dos quadrinhos, e está comemorando nada menos do que 50 anos de criação. Mais rápido que uma bala, ele também é mais poderoso que uma locomotiva. Parece familiar? Sim, parece, mas não estamos falando do Super-Homem, o mais famoso de todos os "supers" dos quadrinhos, mas de alguém que pode ser considerado o seu equivalente no Universo Disney: o Superpateta, a identidade heróica do Pateta, o melhor amigo do Mickey. E, para comemorar as 5 décadas de sua primeira aparição, a Editora Abril acaba de lançar nas bancas a edição SUPERPATETA - 50 ANOS, com algumas das histórias mais emblemáticas do poderoso defensor atrapalhado da lei de Patópolis.
                A edição, no tradicional formatinho, tem capa cartão envernizada, e traz nada menos do que 308 páginas, ao preço de R$ 16,00. A idéia de "transformar" o Pateta em super-herói surgiu no início dos anos 1960, inspirada no grande sucesso que as revistas de super-heróis da Marvel Comics estavam fazendo nos Estados Unidos, revigorando por completo o gênero, que andava desgastado na década anterior. O mérito da criação da nova identidade do Pateta foi de Dell Connel, editor da Western Publishing, que publicava as revistas Disney na época. Connel criou a história onde pela primeira vez o Pateta banca o super-herói, já se intitulando Superpateta, que foi publicada em 1965, na edição n° 2 da revista The Phantom Blot, com data de abril daquele ano.
                Nesta primeira história, contudo, o personagem não adquire ainda seus superpoderes. Ao ingerir um supercombustível inventado pelo Professor Pardal durante os trabalhos de uma caçada de Mickey ao seu grande inimigo Mancha Negra, Pateta acaba acreditando que ganhou poderes devido ao supercombustível, e protagoniza, já vestido com um uniforme vermelho e capa azul improvisados, um festival de confusões tentando ajudar Mickey a prender o Mancha Negra. Os desenhos ficaram a cargo de Paul Murry, que se tornou o primeiro desenhista do Superpateta. Como a idéia pareceu ter potencial, nada melhor do que dar superpoderes de verdade ao Pateta para desempenhar sua nova "carreira" heróica, e assim, alguns meses depois, eis que surgiu a primeira história do "Super" Pateta, que graças a uma capa especial inventada pelo Professor Pardal, podia exibir vários superfeitos, como voar, ter superforça, superaudição, além de outros atributos, o que só aumentava ainda mais o seu potencial de criar tremendas confusões tentando salvar a todos pela frente. Essa segunda história também contou com roteiro de Dell Connel, assim como os desenhos continuaram com Paul Murry, que estavam chegando perto daquela que seria a versão definitiva do herói. Esta surgiu em outubro de 1965, e já com o início de um título mensal próprio, "Super Goof" (Superpateta, em inglês, uma vez que o nome original do Pateta é Goofy). Nesta história, criada por Bob Ogle, com desenhos de Paul Murrym são introduzidos os famosos superamendoins, os quais Pateta cultivava em seu quintal, até que descobriu que eles podiam lhe dar superpoderes.
                Agora exibindo superhabilidades de verdade, o Pateta abraça sua nova identidade heróica, dando ao povo de Patópolis um novo e grande defensor da justiça, ainda que continue cometendo algumas trapalhadas de vez em quando, mesmo após ganhar mais experiência no uso de seus superpoderes. Como o efeito dos superamendoins é temporário, ele sempre leva um estoque extra no seu chapéu, para todas as eventualidades, o que não o livra de passar por vários apertos quando seu poder some nos momentos mais inoportunos. E o Pateta encara sua identidade secreta com responsabilidade, pois nem mesmo seu melhor amigo Mickey sequer desconfia que seu atrapalhado parceiro de aventuras é o paladino escarlate da justiça. Em 1966, seria a vez do Pateta ganhar a companhia de seu sobrinho Gilberto em suas aventuras super-heróicas, ganhando a companhia do Supergilberto, alcunha que seu sobrinho adota após também provar os superamendoins do tio, sendo que até então até mesmo ele desconhecia o segredo do Pateta.
                No Brasil, as histórias que mostram as diferentes "origens" do Superpateta foram publicadas em 1966, e de lá para cá o personagem sempre esteve presente nas edições publicadas pela Editora Abril, ganhando ainda nos anos 1960, suas primeiras aventuras criadas por artistas nacionais. Com a criação do estúdio de quadrinhos Disney dentro da editora, a partir dos anos 1970, o herói ganhou inúmeras aventuras produzidas por aqui, chegando a contracenar com outros heróis de Patópolis, como o Morcego Vermelho. E não ficou apenas nisso, tendo encontros também com o Zé Carioca, e seu alter ego heróico, o Morcego Verde, provocando estripulias em pleno Rio de Janeiro, em histórias bem inspiradas de nossos profissionais da arte sequencial. E nosso herói enfrentou todo tipo de problemas, desde salvar gatinhos perdidos em cima de árvores, a criminosos como os Metralhas, João Bafo-de-Onça, cientistas perversos como o Dr. Estigma e o Professor Gavião, além de ameaças alienígenas, conseguindo sempre sair vitorioso, mesmo que às custas de várias confusões, mas mostrando que o bem sempre vence o mal. Mesmo com a fama adquirida entre os leitores nacionais, o Superpateta nunca estrelou um título regular no Brasil, ficando restrito a alguns almanaques e edições especiais, compilando histórias publicadas nos títulos de linha da editora, como Mickey, Almanaque Disney, Tio Patinhas, Pateta, entre outros. Mas é claro que isso nunca deteve nosso herói na sua missão de divertir o público leitor. E esta edição comemorativa de 50 anos é mais do que bem-vinda e merecida pelo personagem.
                A edição lançada pela Abril traz 18 histórias do herói de ceroula vermelha, divididas em 3 "fases", começando pela americana, com as primeiras histórias do personagem. E, pela primeira vez, as histórias de suas três "origens" são publicadas em uma mesma edição, o que não confunde o público leitor, que já conhece há tempos a fama de atrapalhado do Pateta, e que não precisaria ter uma origem certinha ao estilo Marvel ou DC. A edição também traz a história de estréia do Supergilberto. A segunda "fase" é a brasileira, com algumas das histórias criadas com o personagem em nosso país. A terceira e última "fase" é a italiana, uma vez que atualmente o país europeu é o responsável pela criação das últimas aventuras do personagem, uma vez que o estúdio de quadrinhos da Abril foi desativado há vários anos. Cada fase vem com um texto de introdução de Marcelo Alencar, explicando todos os pormenores de cada uma destas fases, situando o leitor, seja ele um velho fã do herói ou um novo leitor. Tirando as fases americana e brasileira, compostas por republicações de aventuras já lançadas no Brasil, todas as 3 histórias da fase italiana são inéditas em nosso país, e segundo Paulo Maffia, da redação Disney da Abril, as novas aventuras produzidas pela sucursal Disney da Itália passarão a ser publicadas regularmente na revista do Pateta, trazendo material inédito para os fãs.
                Mesmo após 50 anos de inúmeras aventuras, o Superpateta mostra fôlego para continuar por muito tempo ainda, a exemplo de vários de seus "colegas" das outras editoras americanas. E quem ganha é o leitor, que sempre poderá contar com o renomado herói de Patópolis para renovar seu bom humor e disposição com as estripulias e trapalhadas do intrépido paladino da justiça. E congratulações à Abril por mais uma edição caprichada de um dos mais queridos personagens Disney entre o público leitor nacional, que merece sempre ter este tipo de edição em suas coleções de quadrinhos.

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