sábado, 27 de setembro de 2014

TÚNEL DO TEMPO - DEZEMBRO DE 1996 - II



            Trazendo novamente mais um de meus antigos textos na seção "Túnel do Tempo", esta matéria foi escrita e publicada em 20 de dezembro de 1996, e o assunto era o sucesso dos desenhistas brasileiros no exterior, mais precisamente, no mercado estadunidense de quadrinhos, onde foram chegando aos poucos, e depois ganharam fama e respeito por lá, ao contrário do que acontecia em nosso país, onde haviam muito poucas oportunidades de ganhar a vida de maneira mais permanente com a profissão de desenhista de histórias em quadrinhos. Recordem agora como estava sendo, na época, a invasão do mercado gringo por nossos heróis do lápis...


COMICS MADE IN BRASIL

Desenhistas brasileiros invadem as editoras americanas e conquistam um dos maiores mercados de quadrinhos do mundo.

Adriano de Avance Moreno
 
Capa da edição N° 0 de Glory, da Image Comics: arte do brasileiro Mike Deodato Jr.

            Tudo começou aos poucos. Um título aqui, outro ali, publicados por editoras consideradas "menores" ou "pequenas". Mas, pouco a pouco, obstáculos foram sendo vencidos, mais pessoas se renderam à qualidade do trabalho, e enfim, conseguiram chegar às grandes editoras. Hoje, inúmeros títulos de quadrinhos do mercado americano trazem a arte de pessoas como Mike Deodato Jr., Roger Cruz, Luke Ross, Ed Benes, Joe Benett, entre outros.
            E o que isso tem de mais? Simples: todos estes artistas são brasileiros. E um verdadeiro contingente de artistas nacionais está invadindo as editoras de quadrinhos americanas e conquistando fama em um dos maiores e mais concorridos mercados do gênero no mundo.
            Tudo começou há poucos anos atrás, por intermédio do Estúdio Art & Comics, uma empresa criada com a finalidade de tradução e adaptação de histórias em quadrinhos americanas para as editoras nacionais. Aos poucos, porém, o estúdio passou a contatar as editoras dos EUA para agenciar trabalhos para artistas nacionais. Depois de muita insistência, conseguiram alguns trabalhos em editoras pequenas como a Malibu, Eclipse, Innovation, e Continuity Comics. Os títulos deste período que ficaram a cargo de artistas nacionais foram Deathworld (Mark Campos), Rainha dos Condenados (Cariello), a Bela e a Fera (Mike Deodato Jr.), Entrevista Com o Vampiro (Alex Jubran), Light Fantastic (Joe Benett), Lucifer Hammer (Rogerio Vilela), e Blood Is The Harvest (Luke Ross).
            Pouco depois, a Innovation e a Eclipse fecharam, e a repercussão de todos estes trabalhos nas pequenas editoras ajudou o Art & Comics a começar contatos com a DC Comics. O esforço deu resultado, e em 1993, a editora contratou o brasileiro Mark Campos para desenhar a revista "League of Justice" (Liga da Justiça), após ter sido aprovado em uma história de teste na revista "Darkstar", da mesma editora.

Liga da Justiça no desenho de Mark Campos.

            A invasão brasileira não parou por aí. Pouco depois, Mike Deodato Jr. assumiu o título "Wonder Woman" (Mulher-Maravilha), e arrasou na arte das histórias, dobrando a vendagem do título. Deodato, por sua vez, também fez a minissérie "Glory" para a Image Comics, que também foi um sucesso arrasador, especialmente pelos seus desenhos sensuais das super-heroínas, que fez os leitores americanos babarem, literalmente.
            Deodato, por sinal, é o maior astro da turma de brasileiros que estão conquistando os leitores americanos. No momento, ele está cuidando de nada menos do que 4 títulos mensais para a Marvel Comics: "Journey Into Mistery", "Incredible Hulk", "Ultraforce", e "Elektra". Para completar, o artista ilustrou também a edição especial "Hércules Vs Hulk", que está sendo publicada este mês nos Estados Unidos. Uma curiosidade sobre este paraibano de 32 anos é que, no início, ele achava que seus desenhos não teriam chance de serem aprovados por serem realistas demais. Depois de folhear algumas revistas da Image, teria ameaçado: "Esses caras que se preparem; vou ser melhor do que eles!" Verdade ou não, Deodato agora é o desenhista Nº 1 no quesito super-heroínas. E quem tiver dúvidas por conferir sua arte nas aventuras da Mulher-Maravilha que estão sendo publicadas pela Abril Jovem atualmente, na revista mensal Shazam!. E também na minissérie Glory, da Image, que está sendo lançada nas bancas nacionais também neste mês, pela Abril.
            Outro brazuca que arreipou os americanos é Roger Cruz, que desenha o título "X-Men" para a Marvel, e também o título "Youngblood" para a Maximum Press, de Rob Liefeld. Roger também fez a minissérie mutante "X-Men: A Era do Apocalypse", e desenhou também o título dos heróis mutantes mais antigo de todos: Uncanny X-Men.
            Mas a lista dos desenhistas tupiniquins inclui muitos outros nomes. E a valorização deles já é tão boa que o estúdio de Rob Liefeld, o Extreme, já contratou nada menos do que 6 brasileiros para desenhar seus títulos. Além de Roger Cruz desenhando o Youngblood, tem também Mike Deodato Jr. (Lady Spring), Joe Benett (Supreme), Hector Gomes (Battlestar Galactica), Fabio Laguna (Maximage), e Many Clark (posters, cards, e pin-ups).
            Na Marvel, mais um brasileiro brilha: Luke Ross, desenhando o título "Spetacular Spider-Man". Joe Benett, por sua vez, também cuida do título "Spider-Man Unlimited". Na lista de títulos da Marvel, "Spider-Man 2099" já passou pelas mãos de Luke Ross, enquanto o Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider) e o Hulk (Incredible Hulk) também já tiveram a arte de Roger Cruz. "Ravage 2099" também já teve desenhos de Joe Benett.
Glory, no traço de outro brasileiro, Ed Benes.
            Ed Benes, desenhista atual do título "Glory", de Rob Liefeld, já listou no currículo os títulos "Flash", "Gunfire" e "X-Terminator", todos da DC Comics. Outro que também passou pela DC foi Cesar Lobo, que fez as edições 6 e 7 de "Judge Dredd". Pelo mesmo caminho foram os irmãos Octavio e Sergio Cariello, que desenharam títulos como o Exterminador e Black Lightining. Além de ilustrar a série Blood Child para a pequena editora Millenium.
            Outro nome bem cotado na DC Comics é Rodolfo Damaggio. Único desenhista brasileiro que mora no exterior (San Diego, Califórnia, EUA), Damaggio é o atual responsável pelo título do Arqueiro Verde, e já está escalado pela DC para fazer a quadrinização do 4º filme do Batman, atualmente em produção, e que deve estrear em abril de 1997 nos cinemas mundiais. Outro nome brasileiro que também está na DC é Al Rio, que faz a arte do título "Extreme Justice" para a editora. Klebs, outro desenhista brasileiro, já assinou o traço da série mutante "Excalibur", entre outros trabalhos diversos.

Arqueiro Verde e Lanterna Verde na arte de Rodolfo Damaggio.

            Hélcio de Carvalho, do Estúdio Art & Comics, admite que o início foi duro, pois os americanos estavam receosos com o profissionalismo dos brasileiros, depois de algumas tentativas malsucedidas com argentinos e filipinos. O ponto fundamental da credibilidade é o respeito pelos prazos. Isso, claro, sem comprometer a qualidade do material, embora o respeito aos prazos seja o principal requisito, pois também é muito importante.
            O Estúdio é quem faz o trabalho de intermediação: recebe os roteiros, traduz tudo e manda para os desenhistas. Estes, por sua vez, terminado o trabalho, mandam o desenho via Sedex para o Art & Comics, que por sua vez remete direto para as editoras americanas. E o endereço dos desenhistas brasileiros varia bastante: Deodato mora em João Pessoa, na Paraíba; Ed Benes é de Limoeiro do Norte (Ceará); Joe Benett mora em Belém (Pará); enquanto Roger Cruz reside no Butantã, em São Paulo capital; e por aí vai.
            Tanto sucesso já gerou algum ciúme entre os desenhistas americanos, que passaram a receber até instruções dos chefes das editoras para copiar o estilo de desenho dos brasileiros. E, para desespero da concorrência gringa, os artistas brasileiros ainda tem muito chumbo grosso para usar nesta guerra. Azar o deles!

Arte de Luke Ross para a revista Comics Generation.


PSEUDÔNIMOS

            Quase todos os desenhistas brasileiros usam pseudônimos para ilustrar suas histórias, com algumas exceções. Segundo Hélcio de Carvalho, há preconceito contra latinos nos Estados Unidos, razão da "americanização" dos nomes dos desenhistas brasileiros, salvo algumas exceções. Para uma exemplificação, segue abaixo uma relação da maioria dos artistas nacionais e seus respectivos  pseudônimos:

Nome Profissional (Pseudônimo)
Nome Real
Mike Deodato Jr
Deodato Taumaturgo Borges Filho
Roger Cruz
Rogério Cruz
Luke Ross
Luciano Queirós
Alex Jubran
Alexandre Jubran
Mark Campos
Marcelo Campos
Ed Benes
Edilbenes Bezerra
Joe Benett
Benedito José Nascimento
Klebs
Klebs de Moura e Silva Júnior
Al Rio
Álvaro Rio
Sergio Cariello
Sergio Cariello
Octavio Cariello
Octávio Cariello
Cesar Lobo
César Lobo
Many Clark
Manuel Clark
Hector Gomes
Hector Gomes
Fabio Laguna
Fábio Laguna
Rodolfo Damaggio
Rodolfo Damaggio


Desenho do título "Extreme Justice", na arte de Al Rio.


ATUALIZANDO: Quase 20 anos depois, hoje ouvir falar de desenhista nacional fazendo séries para editoras de quadrinhos no exterior não causa mais surpresa em ninguém. Passou a ser visto com naturalidade termos desenhistas nacionais produzindo artes para editoras estrangeiras. Continuamos tendo excelentes profissionais prestando serviços agora não só para editoras dos Estados Unidos, mas até da Europa, e o número de artistas brasileiros empregados fazendo quadrinhos até aumentou, sendo que vários deles participam de convenções nacionais e até internacionais do gênero. Novos nomes entraram no mercado, ao passo que alguns outros saíram, e teve quem saiu e depois retornou. Houve momentos de vacas magras, não porque deixamos de ter artistas talentosos produzindo quadrinhos, mas porque este mercado tem seus momentos de altos e baixos, como qualquer um. O que não mudou muito foi a realidade do mercado nacional: viver exclusivamente de desenhar quadrinhos no Brasil continua sendo uma tarefa inglória, e a única maneira de ter maior segurança e trabalho frequente é desenhando para o exterior. É verdade que surgiram oportunidades e projetos de quadrinhos nacionais publicados com mais frequência nos últimos anos, mas diante do número de profissionais de que dispomos, essas oportunidades infelizmente não são suficientes para empregar a todos.
            Assim, boa parte do pessoal tem que esperar, pelo menos no caso de quem desenha comics para editoras como Marvel e DC, ver o seu trabalho ser publicado aqui depois de ser lançado no exterior. E esperar que um dia se possa criar e desenvolver efetivamente um mercado de quadrinhos nacional que possa absorver todos estes talentos que surgem no Brasil. Mas vai ser difícil mesmo, pois a mentalidade das editoras, aliada às dificuldades e realidade do mercado, continua implacável. Ainda sai mais barato licenciar quadrinhos prontos do que desenvolvê-los por aqui. Mas, aos poucos, com iniciativas mais frequentes e ousadas por parte das editoras nacionais, além de novas ferramentas que a internet oferece hoje em dia, quem sabe isso venha a se tornar realidade.

Mike Deodato "estourou" no mercado americano desenhando o título da Mulher-Maravilha para a DC Comics.



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

STAR WARS TERÁ COLEÇÃO DE ÁLBUNS NO BRASIL



                O ano de 2014 está sendo mesmo proveitoso para os fãs da saga de Guerra nas Estrelas no Brasil. Além de ganharem uma "enciclopédia", e terem o prazer de ganhar novamente um título mensal trazendo as aventuras em quadrinhos do universo criado por George Lucas, eis que a partir de outubro, eles terão o lançamento também de uma coleção de álbuns para devoto nenhum da Força duvidar. A editora Planeta DeAgostini, responsável pelo lançamento no início de agosto da coleção THE OFFICIAL STAR WARS FACT FILE, prepara agora para trazer ao mercado nacional a nova coleção COMICS STAR WARS. Basicamente, será uma coleção de álbuns de luxo, no mesmo esquema que a Editora Salvat vem fazendo há um ano lançando no mercado nacional a coleção de Graphic Novels da Marvel, trazendo exclusivamente os quadrinhos de Guerra nas Estrelas.
                Segundo a editora, é hora dos leitores nacionais conhecerem a fundo a saga mais lendária de todos os tempos, agora em quadrinhos, com edições que trarão o melhor de mais de 35 anos de histórias da saga desenvolvidos na arte sequencial, trazendo títulos míticos, com relatos originais e intrigantes, criadas por equipes de autores e roteiristas de muito prestígio, desde as primeiras quadrinizações, produzidas pela Marvel Comics nos anos 1970, até as sagas mais recentes, criadas pela Dark Horse Comics. Nos volumes desta coleção será possível encontrar histórias apaixonantes, verdadeiras Graphic Novels agrupadas por sagas, que permitirão ao leitor mergulhar em relatos interessantes e ao mesmo tempo espetaculares, e conhecer não apenas o universo da saga mostrado nos filmes e animações, mas também de todo o universo expandido de Guerra nas Estrelas. E, conhecendo a importância do universo de Star Wars, trata-se de um lançamento realmente de peso para o mercado nacional de quadrinhos, que certamente vai agraciar de forma nunca vista antes os fãs da criação de George Lucas, e tem tudo para conquistar os demais fãs de quadrinhos e cinema.
                Serão nada menos do que 70 volumes, ao preço de R$ 34,99 cada edição, sendo que cada uma contará com 192 páginas, com direito a capa dura, miolo em papel de excelente gramatura, e impressão de alta qualidade. O lançamento será no mês de outubro, com distribuição setorizada para algumas cidades do país. Assim como a coleção de Graphics Marvel da Salvat, COMICS STAR WARS também terá periodicidade quinzenal, pelo menos nas primeiras 11 edições, sendo que a partir do número 12 a editora promete que a série se tornará semanal.
                Todas as séries de quadrinhos já produzidas estarão presentes na coleção. Assim, teremos os "Clássicos", com as aventuras publicadas pela Marvel Comics, de 1977 a 1986, contando com nomes como Roy Thomas, Archie Goodwin, Carmine Infantino, Bob Wiacek, Terry Austin, e Gene Day. Todas as histórias foram recompiladas e recolorizadas pela Dark Horse Comics; "Cavaleiros da Antiga República"; "Império Negro: Primeira saga de Guerra nas Estrelas produzida pela Dark Horse, que iniciaria uma nova fase nos quadrinhos da saga; "Tempos Negros"; "A Guerra dos Clones"; "Rebelião"; "Academia Jedi", além de muitas outras aventuras.
                A Planeta DeAgostini já anunciou o conteúdo das 4 primeiras edições da coleção. Todas elas trarão as aventuras clássicas criadas a partir do fim dos anos 1970, na primeira série de quadrinhos, lançada pela Marvel Comics. Confiram as sinopses de cada edição:

# Livro: Clássicos 1 - Esta série, publicada pela Marvel a partir de 1977, e que duraria até 1986, assinala o surgimento das personagens de Star Wars no mundo das histórias em quadrinhos. É hora de reviver a emoção das aventuras galácticas originais e conhecer novas personagens e situações que nunca apareceram nos filmes, para deleite dos fãs da saga. Histórias deste volume: "Star Wars"; "Seis Contra a Galáxia"; "A Estrela da Morte!"; "Em Luta Contra Darth Vader"; "Olhem, as Luas de Yavin!"; "Será Este… O Último Capítulo?"; "Novos Planetas, Novos Perigos"; "Os Oito Campeões de Aduba-3"; "Confronto em um Mundo Desolado!"; "O Behemoth do Mundo Subterrâneo"; e "Busca Estelar!".

# Livro: Clássicos 2 - Depois da batalha contra a Estrela da Morte, a Aliança Rebelde envia Luke Skywalker em busca de uma nova localização para a base central. As suas viagens levam-no a combater os Lordes dos Dragões, governadores tiranos e até mesmo piratas espaciais. Há mais a temer na Galáxia, além do Império! Felizmente, o nosso herói pode sempre contar com a tripulação da Millennium Falcon, com a Princesa Leia Organa e com os seus droides leais. Mas será essa ajuda suficiente para sobreviver ao tempo passado na Roda, uma corrupta e extremamente inospitaleira estação espacial? Histórias deste volume: "Doomworld!"; "O Dia dos Lordes Dragão!"; "O Som do Armagedão!"; "Duelo Estelar!"; "O Caçador!"; "A Prova!"; "O Império Ataca!"; "A Aposta Definitiva!"; "Jogo Mortal"; "A Sombra do Lorde Negro!"; e "Até ao Último Gladiador!".

# Livro: Clássicos 3 - O caminho até Yavin está repleto de perigos, mas, por fim, Luke Skywalker e Leia Organa chegam à base da Aliança Rebelde para ajudar a quebrar o cerco do Império. No entanto, esta nova missão poderá ter um custo muito elevado: a vida de Skywalker. Quando o jovem Jedi desaparece, Leia terá de enfrentar um grave dilema: permanecer em Yavin como símbolo da rebelião, ou regressar ao espaço e lutar pela honra de Luke e Han Solo, perdida durante o último confronto com Vader. Será que o mais famoso grupo rebelde da galáxia voltará a se reunir? Histórias deste volume: "Voo Para a Fúria!"; "Deriva Silenciosa"; "O Cerco de Yavin!"; "Missão Condenada!"; "O Retorno do Caçador"; "O Que Aconteceu a Jabba, o Hutt?"; "Encontro Negro"; "Uma Princesa Sozinha!"; "A Grande Perseguição"; "Um Duelo de Águias!"; e "Regresso a Tattoine!".

# Livro: Clássicos 4 - Durante a sua missão para recrutar novos pilotos para a Aliança Rebelde, Luke Skywalker e Han Solo atravessaram o caminho da família Tagge. O Barão Orman Tagge, implacável inimigo de Darth Vader, encara Luke como mais um inimigo a ser destruído para cumprir a sua vingança total contra o Lorde Negro. Para conseguir decide usar a maior invenção do irmão Silas contra a base da Aliança Rebelde: o Gelo Ômega. Será que Luke e Han serão capazes de vencer os frios planos do Barão, obcecado com a vingança? Histórias deste volume: "O Expresso Jawa"; "Choque de Sabres!"; "Trovões nas Estrelas!"; "A Jogada do Lorde Negro"; "A Ascenção da Rainha Vermelha!"; "Em Combate Mortal!"; "Cavaleiros do Vazio!"; "O Império Contra-Ataca: O Início"; "O Império Contra-Ataca: A Batalha de Hoth!"; "O Império Contra-Ataca: Perseguição Imperial!"; e "O Império Contra-Ataca: Para Ser um Jedi!".

                Os livros seguintes não tiveram suas sinopses divulgadas, apenas sua divisão de séries: das edições 5 a 12, teremos mais aventuras da fase "Clássicos". A seguir, a coleção trará 6 volumes com a série "Cavaleiros da Antiga República". Na sequência, teremos um volume intitulado "Guerra Iminente", e então serão mais 7 livros com a "A Guerra dos Clones".  "Tempos Negros" ocuparão 4 volumes, que precederão o volume "O Poder da Força". "Império" terá 5 livros; "Rebelião" serão 2 volumes; o mesmo valendo para as sagas "Contra-ataque", "Herdeiro do Império", "Império Negro", "Império Vermelho", "Academia Jedi", e Invasão". A fase "Legado" ocupará 6 livros, enquanto "X-Wing: O Esquadrão Rebelde" terá 5 volumes. Os vilões também terão sua chance, com "Boba Fett" estrelando 3 volumes, enquanto "Darth Maul" ficará com 2 livros. E 2 volumes serão dedicados a "Dróides". E, finalizando a coleção, "Contos Jedi" ocuparão os últimos 4 volumes.
                No site da editora, no endereço www.planetadeagostini.com.br/assinar/colecionavel/480 já está sendo oferecida a oportunidade de assinatura para a nova coleção, por enquanto restrita às 3 primeiras edições, que poderão ser adquiridas antecipadamente por R$ 57,98, sendo que o assinante ainda terá de brinde miniaturas exclusivas em escala 1:32 de Darth Vader, Yoda + Soldado de Assalto Imperial, e do C-3PO. O preço da oferta e o brinde justificam a opção de assinar as edições ao invés da compra em banca, cujos preços das edições individuais certamente vão pesar no bolso do leitor mais do que o golpe de um sabre de luz, especialmente no período em que os lançamentos forem semanais. Se por um lado isso permitirá uma conclusão mais rápida da coleção, por outro irá penalizar ainda mais o público leitor, que pode não conseguir aguentar o tranco financeiro da coleção.
                Certamente vai ser um momento complicado para o fã de Guerra nas Estrelas, pois a mesma editora está lançando a enciclopédia do universo de Star Wars, e dado o momento delicado da economia brasileira, apesar do lançamento setorizado, muita gente poderá ter de pensar duas vezes sobre estas coleções, que vindo ao mesmo tempo, não dão ao público consumidor a chance de se recuperar financeiramente em tão curto espaço de tempo. E ainda tem o novo título mensal que acaba de ser lançado pela Panini Comics, com as mais recentes histórias em quadrinhos. Para complicar ainda mais o panorama, a coleção de Graphics Marvel da editora Salvat segue a pleno vapor, sendo que as primeiras edições já foram até relançadas, oferecendo ao público leitor de quadrinhos mais uma opção de livros na escolha do que comprar. Seria um momento certamente maravilhoso para o público leitor ter coleções com toda esta qualidade em sua estante, mas infelizmente o momento não é exatamente dos mais propícios.
                A Planeta DeAgostini certamente ganha méritos pelo lançamento desta bela coleção, mas seu sucesso fica ameaçado justamente por oferecer dois produtos considerados de luxo ao mesmo público leitor e ao mesmo tempo. Um público consumidor que potencialmente já tem uma parcela colecionando os álbuns lançados pela Salvat, cuja capacidade de compra de quadrinhos e similares pode acabar sendo forçada além do seu limite. Se a editora tem plena consciência de que as vendas poderão não ser as melhores em virtude deste acúmulo simultâneo de lançamentos, imagina-se que esteja preparada para o pior, e quem sabe, possa redistribuir os volumes mais à frente, em um momento mais oportuno para boa parte do público conseguir adquirir as edições. Mas, a julgar pelo histórico recente das editoras nacionais nesta área, e considerando a reputação que a Planeta DeAgostini tem com o público consumidor de suas outras coleções recentemente lançadas, a expectativa de sucesso não apenas desta coleção de quadrinhos, que é muito merecida de ser lançada em nosso país, mas da sua enciclopédia recentemente lançada, cai consideravelmente. E a última coisa que o leitor que topar colecionar esta série vai querer é que ela seja cancelada no meio do caminho, deixando a coleção incompleta, o que é considerado o maior pecado que uma editora pode cometer, pois significa mal planejamento por parte da editora.
                Os fãs de Guerra nas Estrelas, aliás, torcem para que a coleção vá até o fim, pois desde a primeira publicação dos quadrinhos da série no Brasil, ainda nos anos 1970, e depois dentro das revistas Marvel publicadas pela Abril, nunca teve uma série que durasse muito tempo. O recorde de publicação é da On-Line Editora, que de 2009 a 2011 lançou uma revista trazendo histórias dos vários títulos publicados pela Dark Horse, que durou 32 números. Antes disso, o recorde era da Ediouro, que lançara 12 números de 2005 a 2006. Fora estas duas séries, os leitores tiveram lançamentos de menor duração, quando não muito apenas edições especiais e minisséries. Eles querem um lançamento mais decente e durável, e esperam que o novo título mensal lançado pela Panini Comics fuja dessa sina, assim como esperam que, uma vez lançada, a coleção da Planeta DeAgostini vá até o fim como planejado pelas informações divulgadas pela editora. Mas a missão de colecionar a obra também não vai ser fácil para o leitor, que pode não ter reserva financeira para tanto, se estiver colecionando outras séries.
                Que a Força esteja do lado do público leitor, porque ele certamente vai precisar da força de um Cavaleiro Jedi para aguentar comprar tudo isso ao mesmo tempo. Ambas as coleções de Star Wars valem a pena pelo excelente material que trazem. Mas o bolso da grande maioria dos leitores nacionais infelizmente não terá como resistir por muito tempo. Talvez nem o poder nefasto do lado negro da Força possa ser tão cruel e devastador para com os leitores nacionais neste momento...

DYNAMITE LANÇARÁ "A MORTE DE APOLLO", DE GALACTICA



               A Dynamite Entertainment vem mandando bala nos lançamentos de quadrinhos no mercado americano nos últimos tempos, e a julgar pelos anúncios da editora, o público leitor tem aprovado as histórias, tanto que vem vários outros projetos para breve. E um deles promete balançar o coração dos leitores: "BATTLESTAR GALACTICA: THE DEATH OF APOLLO". O lançamento é para o início de dezembro, e as reservas já poderão ser feitas nas comic shops americanas a partir de outubro.
                Em 1978, a Universal lançou na TV americana a série "Battlestar Galactica" (Galactica - Astronave de Combate), onde uma avançada civilização humana teve seus mundos destruídos, após caírem em uma armadilha de seus arquinimigos, os Cilônios. A Galactica, última astronave de combate sobrevivente, iniciou então uma longa viagem pelo universo, comboiando o que restou de sua civilização rumo a um planeta perdido que sua raça havia colonizado eras atrás e cuja localização havia se perdido... um mundo chamado Terra. O seriado, com batalhas espaciais no melhor estilo Guerra nas Estrelas, durou apenas uma temporada, tendo sido cancelado pela Universal, que buscava outro tipo de audiência. Na série, o intrépido capitão Apollo (interpretado por Richard Hatch), ao lado de seu melhor amigo, o mulherengo e vigarista Starbuck (Dirk Benedict), viviam suas aventuras para proteger a Galactica e o restante da frota colonial dos perigos não apenas dos cilônios, mas de outras ameaças que surgiam à sua frente pelo espaço interestelar. Em 1980, a Universal relançou o seriado, agora com a premissa de que eles finalmente encontravam a Terra, e como nosso planeta era muito atrasado, eles tinham novos dilemas e desafios pela frente. Na passagem de tempo, sua jornada pelo espaço durara mais de 30 anos, e esta nova fase do seriado, que acabou cancelada após 10 episódios, já não mostrava mais os mesmos personagens, entre eles Apollo. O herói nesta nova fase era seu filho adotivo, Troy, já adulto, que explicava logo no primeiro episódio que seu pai havia morrido há anos, mas sem dar maiores detalhes.
                Pois é nesta premissa que irá se basear o novo projeto da Dynamite. Apollo era o herói da série, ao lado de Starbuck, e como o destino deste foi mostrado no último episódio, nunca se soube o que de fato aconteceu com Apollo. Ele morreu mesmo? Em que circunstâncias isso ocorreu? Ou teria apenas ficado perdido em algum lugar além do alcance de seus companheiros? São perguntas cujas respostas a editora promete responder nesta minissérie, que até o fechamento desta matéria, ainda não tinha o seu número de edições e preço divulgados. O roteiro será de Dan Abnett, e os desenhos ficarão a cargo de Dietrich Smith. E a primeira edição terá nada menos do que 4 capas diferentes.
                "Em uma de nossas reuniões editoriais, veio à mente que o capitão Apollo - que muitos consideram ser a alma da série original de Galactica - morreu tragicamente em algum momento não mostrado entre o seriado de 1978 e o de 1980", diz Nick Barrucci, CEO da Dynamite Entertainment. "Nós percebemos que não apenas tínhamos uma oportunidade ali, mas também uma grande responsabilidade para com os fãs da série, para lançar uma luz sobre o destino e possível nobre sacrifício do personagem. A primeira pessoa que me veio à mente que poderia escrever uma história tão importante foi Dan Abnett, e, felizmente, ele concordou e sua história é incrível. O termo 'momento de glória' não pode sequer descrever a epopéia que Dan Abnett e Dietrich Smith tem planejado para o filho favorito da última astronave de combate colonial, a Galactica", completa.
                Na história da minissérie, a frota colonial tem viajado por muitos anos pelo espaço. Finalmente, quando os humanos sobreviventes parecem ter deixado a guerra e os Cilônios para trás, eis que surgem novas ameaças à sua sobrevivência. Uma voz do passado promove uma reviravolta bizarra do destino e leva novamente a Galactica a ter de enfrentar um perigo sem igual, e os eventos decorrentes prometem mudar tudo para sempre. Conseguirá a última astronave de combate sobreviver a mais esta provação e conseguir liderar o que sobrou de seu povo ao esperado último refúgio da humanidade, o nosso mundo? E como isso se relaciona com o destino fatal de um dos maiores guerreiros coloniais, o capitão Apollo? Que fim tomou o filho do comandante da astronave Galactica, Adama? É hora de muitas respostas serem dadas a muitas questões que há tempos esperam esclarecimentos.
                Apesar de ter tido das as séries de Galactica exibidas em nossas emissoras, da série original de 1978 até o último remake, na década passada, os quadrinhos da série continuam inéditos em nosso país até hoje. A Dynamite vem publicando novas aventuras da série, em suas diversas franquias, desde 2006. Mesmo assim, não há expectativa favorável deste material chegar por aqui. A Mythos Editora tem lançado recentemente alguns materiais da Dynamite em nosso mercado, mas nenhum deles sugere que Galactica aporte tão cedo por aqui. Os fãs americanos terão muito mais sorte, e enfim ainda poderão conhecer o destino de um dos principais personagens da série original de 1978. Que os Senhores de Kobol os abençoem...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

AS TARTARUGAS NINJAS ENCONTRAM OS CAÇA-FANTASMAS



                Duas séries que comemoram 30 anos de criação este ano preparam-se para se encontrar na mais nova minissérie a ser lançada pela IDW Publishing agora em outubro. Os mais famosos caçadores de criaturas paranormais e fantasmagóricas, Drs. Egon Spengler, Ray Stantz, e Peter Venkman, e seu inseparável amigo Winston Zedmore, os famosos Caça-Fantasmas, vão se encontrar com os mais famosos guerreiros ninjas e adoradores de pizza dos esgotos de Nova Iorque, as Tartarugas Ninjas! TEENAGE MUTANT NINJA TURTLES/ GHOSTBUSTERS promove o encontro de ambos os grupos de heróis defensores de Nova Iorque em uma aventura conjunta em uma minissérie mensal de 4 edições, que chegará às comic shops americanas na primeira semana de outubro. Preparem as encomendas de pizza e deixem os feixes de prótons carregados para o que der e vier, pois a Big Apple vai tremer com o encontro destes dois grupos tão heróicos quanto incomuns.
                Com roteiros de Erik Burnham e Tom Waltz, a série terá arte de Dan Schoening, com opções de capas alternativas. Cada edição terá preço de US$ 3,99. Tudo começa quando nosso quarteto de tartarugas mutantes acaba transportado para outra dimensão, devido a um invento defeituoso. Michelangelo, Leonardo, Rafael e Donatello ficam aliviados por verem que ainda estão em Nova Iorque, mas logo percebem que, apesar de similar, esta metrópole não é a cidade que eles conhecem. E, ao toparem com um problema alarmante, uma invasão massiva de seres espectrais, eles descobrem que algo está realmente errado. Tentando descobrir os motivos para esta súbita invasão de fantasmas na grande metrópole, os Caça-Fantasmas não demoram a colidir com o quarteto mutante ninja. Agora, ambos os grupos precisarão aprender a confiar um no outro para investigar o que está acontecendo nesta Nova Iorque. E para dizer que desgraça pouca é bobagem, as Tartarugas Ninjas vão descobrir que o mesmo incidente que as transportou para este outro universo não as fez virem sozinhas...
                Na condução deste crossover estão dois por dois criadores talentosos que não poderiam estar mais familiarizado com essas franquias exclusivas, na opinião da IDW: Tom Waltz e Erik Burnham. Além de escrever as aventuras da série das Tartarugas na IDW, Waltz também atuou como editor do título dos Caça-Fantasmas, também lançado pela editora, que é escrito por...Burnham, que, por sua vez, também co-escreveu a aclamada série "Teenage Mutant Ninja Turtles: The Secret History of The Foot Clan". Então, a honra tanto das Tartarugas Ninjas quanto dos Caça-Fantasmas está em boas mãos. E eles prometem mandar bala nesta aventura conjunta das duas equipes. Segundo Bobby Curnow, editor da série, não há momento melhor para lançar este cross-over do que no aniversário de 30 anos de ambos os grupos.
                "Tanto os Caça-Fantasmas quanto as Tartarugas Ninjas são divertidos, engraçados, e um pouco estranhos", disse Curnow. "Então, colocar os dois grupos juntos é uma escolha natural, especialmente quando você considerar o fato de que Tom e Erik tem trabalhado em ambas os títulos durante anos. Isso deve ser uma explosão e tanto!", finaliza. Para Erik Burnham, a excitação de finalmente produzir esta aventura está no nível 11 de uma escala de 10: "Vários anos atrás, Tom Waltz e eu conversamos como os fãs de como seria divertido e até insano escrever este tipo de história, se tivesse a chance de  fazê-lo". Para Tom Waltz, quando perguntado sobre quem ganharia um confronto entre ambos os grupos, ele responde que os Caça-Fantasmas, a princípio, saem em vantagem, por estarem em "sua" Nova Iorque, mas que isso não é o mais importante. "Ao longo da história, veremos que ambas as equipes (tanto coletiva quanto individualmente) possuem talentos e habilidades que serão necessárias para enfrentar com sucesso o desafio que está à sua frente. Os dois grupos terão de encontrar uma maneira de explorar e combinar suas forças, utilizando suas habilidades marciais e técnicas para encarar um vilão extremamente poderoso e mal. Mas será suficiente para conseguirem salvar o dia? Só há uma maneira de descobrir - lendo os quadrinhos!" E Erik Burnham completa: "Os Caça-Fantasmas estão mais familiarizados com este tipo de inimigo que estão enfrentando do que as tartarugas, mas as tartarugas têm a capacidade de lidar com outro tipo de inimigo que os rapazes não tem muita aptidão para encarar. As habilidades de ambas as equipes, somadas, serão a chave para superar as ameaças que eles terão de enfrentar, com cada time precisando complementar o outro."
                Para infelicidade dos fãs nacionais, não há perspectiva deste material ser lançado por aqui a curto prazo. Apesar da fama que ambas as séries tiveram com seus filmes e desenhos animados, os quadrinhos de ambas as franquias tiveram raras aparições no mercado nacional. E, em termos de mercado de vídeo, as Tartarugas tiveram até um pouco mais de sorte, pois tiveram várias fitas VHS lançadas na década de 1990 com episódios da primeira série animada. As produções mais recentes de animação tiveram a chance de sair em DVD por aqui também, assim como os filmes (exceção do primeiro, que saiu apenas em VHS, pela extinta CIC Video). Já os Caça-Fantasmas tiveram seus dois filmes lançados tanto em VHS quanto em DVD (e o primeiro em Blu-Ray também), mas as séries animadas (tanto a clássica quanto a malfadada "Extreme") nunca ganharam um lançamento sequer até hoje, mesmo com toda a fama na época. Mistérios do Brasil.

SAILOR MOON GANHA NOVO LANÇAMENTO PELA VIZ MEDIA



                Enquanto no Brasil o mercado de vídeo dedicado às produções japonesas segue emperrado e quase morto, seja pela falta de vontade e/ou incompetência das distribuidoras brasileiras, seja pela postura irracional de muitos fãs, que chegam descaradamente a apregoar boicote aos produtos oficiais alegando que eles "distorcem" ou "prejudicam" sua série favorita, nos Estados Unidos os fãs tem muito mais sorte, podendo contar com inúmeros lançamentos. E em breve, uma das séries de anime mais famosas da década de 1990 ganhará finalmente um lançamento à altura no mercado estadunidense: Sailor Moon.
                A Viz Media está relançando a série original, que foi ao ar no Japão entre 1992 e 1997, contando com nada menos do que 200 episódios, 3 longas para cinema, e um especial de vídeo, e tudo será lançado agora da forma que se deve, e para mostrar que não está brincando, as aventuras das guerreiras lunares sairão não apenas em DVD, mas também em Blu-Ray. E o primeiro lançamento está marcado para o dia 11 de novembro, quando chegará às lojas e distribuidoras a edição SAILOR MOON: SEASON ONE, PART ONE 1, um um box contendo metade dos episódios da primeira fase da série. Esta caixa, composta de 3 discos, trará os primeiros 23 episódios da série original de Sailor Moon. O preço desta edição é de cerca de US$ 45.
                Mas a coqueluche do lançamento é a edição SAILOR MOON: SEASON ONE, PART ONE 1 LIMITED EDITION que também estará à venda, que será uma edição combo DVD/BD, composto de 6 discos, trazendo não apenas os 3 discos DVD do box convencional, mas também 3 discos Blu-Ray com os mesmos 23 episódios em alta definição, além de trazer junto um booklet de mais de 80 páginas com todo tipo de informações sobre a série. O preço desta edição especial é de cerca de US$ 80.
                Para fazer a alegria dos fãs, este box ainda trará cerca de uma hora de material extra, entre eles making of e bastidores da dublagem da série, galerias de arte, painéis de anúncio e reação dos fãs aos planos de lançamento da série, trailers oficiais de apresentação, além das aberturas e fechamentos com as imagens limpas de créditos. Todos os episódios foram completamente remasterizados para a alta definição, e foi feita uma dublagem inteiramente nova para a série. E o melhor de tudo, nada de cortes e/ou adulterações do conteúdo. O áudio oferecido, logicamente, é em inglês e japonês, com opções de legendas em inglês. Ao todo, serão 510 minutos de duração. O novo elenco de dublagem em inglês traz as vozes de Stephanie Sheh (Usagi Tsukino/Sailor Moon), Kate Higgins (Ami Mizuno/Sailor Mercury), Cristina Vee (Rei Hino/Sailor Mars), Amanda C. Miller (Makoto Kino/Sailor Jupiter), Cherami Leigh (Minako Aino/Sailor Venus), Robbie Daymond (Mamoru Chiba/Tuxedo Mask) e Michelle Ruff (Luna).
                Para 2015 está previsto o lançamento da segunda caixa, que trará outros 23 episódios, completando assim a primeira fase da série clássica de Sailor Moon. Posteriormente, todas as demais fases de Sailor Moon serão disponibilizadas no mercado de vídeo, e a distribuidora lembra que o remake da série atualmente em exibição no Japão, Sailor Moon Crystal, também será lançado, já tendo adquirido os direitos há alguns meses, quando fez o anúncio de que relançaria as aventuras originais de Usagi e suas companheiras na Terra do Tio Sam. A distribuição dos novos discos será feita em parceria com a Warner Home Video, tanto para os EUA quanto para o Canadá, que também irá receber o novo lançamento.
                Os fãs norte-americanos não podiam esperar por nada menos. Sailor Moon, aliás, penou na TV americana nos anos 1990, vítima do puritanismo e da falta de tato das distribuidoras de vídeo naqueles tempos quando o assunto era animação japonesa. Quando da exibição da primeira fase, misturaram com parte dos episódios da segunda fase, exibindo tudo junto sem distinção, além de terem trocado termos e pulado a ordem de episódios. Para complicar, pretensos "defensores da moral e dos bons costumes" crucificaram a série alegando que as heroínas exibiam demais suas pernas. Mas o pior mesmo aconteceria mais à frente, com o surgimento de outras heroínas, Sailor Neptune e Sailor Uranus, que são assumidamente lésbicas. A censura do moralismo bateu forte em cima, e tentando justificar os afagos que as personagens trocavam, enfiaram nos diálogos que ambas eram "primas".
                Enquanto os fãs americanos de Sailor Moon podem comemorar este lançamento, os fãs nacionais não tem nada à vista no horizonte, a não ser curtir a publicação oficial do mangá original, criado por Naoko Takeuchi, em publicação pela JBC Editora. O anime foi bem exibido pela TV Manchete, que mostrou toda a primeira fase, mas que devido à sua crise financeira, não trouxe o restante da série. Anos depois, as demais fases foram exibidas pelo canal pago Cartoon Network, mas com todos os dubladores trocados, para decepção de muitos, além de muitos erros de tradução a princípio, como chamar as sailors guerreiras de "sailor mons". Na TV aberta, a Record chegou a começar a exibir a segunda fase, mas tirou do ar e nunca mais a série pintou na TV aberta, até recentemente, quando a Rede Brasil passou a veicular os primeiros episódios exibidos na Manchete. Na TV paga, a série deixou de ser exibida há cerca de uma década, nunca mais sendo reprisada.
                No mercado de vídeo nacional, Sailor Moon não tem do que se orgulhar. Nos anos 1990, a Flashstar lançou 3 fitas VHS, com os primeiros episódios da primeira fase, mostrada na Manchete, e ficou por isso. Alguns anos depois, a mesma Flashstar lançou 2 DVDs com os primeiros episódios da fase R, com a sofrível nova dublagem da exibição no Cartoon, e também ficou apenas nisso. Mais recentemente, tentou-se um novo lançamento da série, mas começando apenas da fase S, e utilizando a mesma velha dublagem do Cartoon, que tinha melhorado em relação à fase R, por imposição dos japoneses, que teriam sido contra lançar a série do início, além de providenciar uma nova dublagem, segundo alegações das partes envolvidas no projeto. Apesar destas justificativas ridículas, e prevendo que do modo que estava sendo planejado a coisa não seria bem sucedida, os fãs ainda tinham esperanças de que o lançamento pudesse vingar, e permitisse o relançamento de Sailor Moon no Brasil, mas saiu apenas um disco, pela CD & DVD Factory, com 3 episódios, e como já se esperava, não passou disso.
                Pior é que, diante do momento atual da economia brasileira, pra não falar do mercado de vídeo nacional, dificilmente Sailor Moon ganhará um novo lançamento por aqui, e menos ainda um lançamento de respeito e com qualidade, a exemplo do que a Viz Media está fazendo nos Estados Unidos. Virou um círculo vicioso: as distribuidoras não lançam porque os fãs não compram e até pregam boicote, mas os fãs não compram porque as distribuidoras geralmente não lançam direito, os preços por cima ainda são caros, e todos preferem baixar a internet, quando não compram discos piratas. Uma situação que exige mudança de atitudes de todos: das distribuidoras, e do público consumidor, e que atualmente não andam falando a mesma língua, exceto quanto trocam acusações e desculpas.
                Só resta mesmo aos fãs nacionais ficarem com inveja dos norte-americanos, que podem ter lá seus defeitos, mas mostram porque seu país deixa o Brasil no chinelo, e não é apenas na economia...

"AGENTES DA SHIELD" GANHA LANÇAMENTO EM VÍDEO NOS EUA



                Enquanto os fãs se preparam para a estréia, este mês, na TV americana, da segunda temporada de "Marvel's Agents of Shield" (Marvel - Agentes da Shield), a Disney, através de sua distribuidora Buena Vista, está lançando no mercado de vídeo dos EUA o box da primeira temporada da série, exibida no fim do ano passado e início deste ano. Situada no mesmo universo dos filmes produzidos nos últimos anos, a série se passa cronologicamente alguns meses após os eventos vistos em "Os Vingadores". A batalha travada pelo destemido grupo de heróis em Nova Iorque, que salvou nosso mundo de uma invasão alienígena, também despertou o grande público para uma realidade tão espetacular quanto ameaçadora: heróis, deuses, monstros, eles andam entre nós. A fim de garantir que os espólios da tecnologia dos Chitauris espalhados após o confronto na metrópole americana, ao mesmo tempo em que pessoas começam a apresentar habilidades fora do normal surgem aos quatro cantos, uma nova equipe da Shield, a agência máxima de inteligência e defesa da paz mundial é reunida para tratar destes problemas antes que se tornem novas catástrofes, potencialmente tão ou mais devastadoras que o exército invasor derrotado pelos Vingadores.
                Liderados por um misteriosamente revivido agente Phil Coulson (Clark Gregg), a equipe engloba a misteriosa Melinda May, o agente de campo Grant Ward, os experts em ciência e tecnologia Leo Fitz e Jemma Simmons, além de uma nova e misteriosa recruta, a hacker de computador Skye. Investigando o surgimento de pessoas com estranhos poderes, além de armas desconhecidas, o grupo também terá de se preocupar com as atividades de um misterioso grupo de atividades criminosas comandado por alguém conhecido apenas como "Clarividente". E o que poderá ser o "plano mestre" da temida organização criminosa conhecida como Hydra, e como eles irão interagir com o restante do universo Marvel dos cinemas, com participações especiais de Maria Hill e Nick Fury, além de Sif, a dama guerreira de Asgard, aliada de Thor, o Deus do Trovão? E acompanhar a atuação do pequeno grupo de Coulson quando a Shield sofre o seu maior ataque, conforme visto nos acontecimentos de "Capitão América - O Soldado Invernal"? Paralelamente a isto tudo, há ainda outros mistérios a serem esclarecidos: Phil Coulson havia sido morto por Loki em Vingadores. Como ele ressuscitou? Ou será um construto artificial com suas memórias - os famosos MVA (Modelo de Vida Artificial), vistos nos quadrinhos em várias aventuras da superagência de espionagem? E o grupo ao qual Skye está ligada, a "Maré Vermelha"? Quais seus objetivos? Recrutada por Coulson como uma aliada com recursos a serem explorados na defesa e proteção das pessoas, a jovem relutou, mas acabou aceitando integrar-se ao grupo da Shield. Mas Skye está mesmo do lado de Coulson e seus companheiros, ou estará fazendo um jogo duplo? Muitas perguntas surgem, e nem todas elas poderão ter chance de serem respondidas nesta primeira temporada do seriado, que apesar dos trancos e barrancos, conseguiu abrir seu caminho, e promete mostrar muito mais em sua segunda temporada, prestes a estrear.
                A primeira temporada tem opções tanto em DVD quanto em Blu-Ray, ambas compostas de um box set de 5 discos, contendo todos os 22 episódios da primeira temporada. A versão em DVD tem preço de cerca de US$ 46, enquanto a versão em alta definição sai por cerca de US$ 80. A única opção de áudio é em inglês. Legendas estão disponíveis em inglês, francês e espanhol, para decepção de quem esperava alguma opção em nosso idioma. De quebra, não poderiam faltar os extras da produção, entre os quais temos: "Jornada à San Diego Comic Con": veja como foi a participação do pessoal da série no grande evento e como foram recebidos pelos fãs neste encontro; "Marvel Studios: Reunindo um Universo": especial de TV sobre a reunião dos heróis e personagens da Marvel; relatórios dos bastidores da produção, com acesso "exclusivo" ao making of de alguns dos episódios favoritos da temporada, entre eles “The Malibu Jump”, “The Bridge”, “Asgardian Bar Fight”, “Classified”, “Cello Duet”; "VFX Breakdowns": Explore as camadas de efeitos desde sua montagem à versão final; comentários em áudio com o elenco e equipe de produção; "Gag Reel"; além das famosas cenas excluídas da produção.
                Até o fechamento desta matéria, este box ainda não tinha sido anunciado para lançamento no mercado nacional. Com certeza ele será lançado no Brasil. Fica a dúvida de qual formato: DVD, Blu-ray, ou ambos? Como infelizmente até os lançamentos da Disney em nosso país tem deixado a desejar em alguns títulos, não dá para garantir de que modo a série aportará em nosso mercado de vídeo, e a julgar pelos preços praticados pela empresa, também não se pode esperar nenhum preço muito módico pelo box, se bem que este tipo de empecilho não tem sido exclusividade apenas da Disney, mas de todas as demais distribuidoras que operam em nosso mercado. Resta torcer para que a série tenha um lançamento digno e um preço justo, o que já anda sendo considerado uma vitória por estas bandas.