sábado, 30 de agosto de 2014

JOHN CARTER GANHA NOVA SÉRIE PELA DYNAMITE



           A Dynamite Entertainment prepara-se para lançar mais uma série estrelada por um personagem clássico dos quadrinhos. John Carter estará de volta no novo título JOHN CARTER: WARLORD OF MARS, com previsão de chegada às comic shops americanas no início de novembro. A nova publicação, mensal, terá preço de US$ 3,99, com 32 páginas, no tradicional formato americano. A nova série terá roteiros de Ron Marz, com desenhos de Abhishek Malsuni.
                O lançamento da nova série coroa os esforços recentes da editora em readquirir os direitos de publicação do personagem, criado pelo mesmo autor de Tarzan, Edgar Rice Burroughs, que estavam com a Disney e a Marvel Comics, e que retornaram à Edgar Rice Burroughs Inc., empresa criada para gerenciar e manter as criações do artista. Com a situação resolvida entre a Disney e a Marvel, um  novo acordo de publicações foi firmado, agora com a Dynamite, e a nova série tem o objetivo de reapresentar o personagem a uma nova geração de leitores, bem como iniciar uma nova era de aventuras com o personagem, criado há mais de 100 anos.
                Nesta nova série, é hora de retornarmos às exóticas terras de Barsoom, no planeta Marte, que se tornou o mundo adotivo de John Carter. E o herói tem, mais uma vez, de entrar em ação para salvar seu novo mundo, assim como sua amada Dejah Thoris, que estão sendo ameaçados por um inimigo como Carter jamais viu antes. John Carter deve se tornar verdadeiramente o Lorde Guerreiro de Marte contra um adversário que é praticamente sua nêmesis no selvagem planeta vermelho. Uma nova era incrível para John Carter no planeta Marte começa aqui! Como não poderia deixar de ser, a primeira edição tem nada menos que 5 opções de capa, sendo que duas delas são desenhadas pelo artista brasileiro Ed Benes. As demais capas trazem artes de J. Scott Campbell, Bart Sears, e J. G. Jones.
                "Era importante que que nós readquiríssimos os direitos de publicação do personagem para que pudéssemos reintroduzi-lo no mercado de quadrinhos. Estamos animados para ver as façanhas do primeiro herói de aventura e ficção científica criado por Edgar Rice Burroughs, que ganharão vida em toda a sua plenitude pelos apaixonados talentos criativos reunidos pelo pessoal da Dynamite", disse James Sullos, presidente da Edgar Rice Burroughs, Inc."Eles são verdadeiros fãs, e mostram isso em cada página e em cada idéia que tenho compartilhado com eles. Agora os fãs e leitores de quadrinhos de todos os lugares serão capazes de apreciar as histórias de aventuras do personagem que originaram mais tarde heróis como Flash Gordon, Super-Homem, e até mesmo Guerra nas Estrelas e Avatar", concluiu.
                "Trabalhando em conjunto com Jim Sullos e toda a equipe da Edgar Rice Burroughs, vamos levar o mundo de aventuras de John Carter a um novo nível. Temos uma história rica, além de uma incrível quantidade de material de arquivo na biblioteca da ERB, e estamos ansiosos para trazê-los para os fãs ao redor do mundo. Mal posso esperar para anunciar as equipes criativas que estarão por trás de cada série que será desenvolvida nos próximos meses. Este é o início de um grande relacionamento", afirmou Nick Barrucci, CEO e Publisher da Dynamite Entertainment, em maio, quando a editora anunciou o acordo de aquisição dos direitos do personagem. "Eu não posso expressar como todo mundo na Dynamite está feliz e animado por podermos estar trabalhando lado a lado com todos na ERB, Inc", finalizou.
                John Carter estreou em 1912 como o personagem principal no primeiro romance escrito por Edgar Rice Burroughs, serializado na época com o nome "Under the Moons of Mars" na revista de pulps, The All-Story, que mais tarde seria publicado como um romance completo agora renomeado "A Princess of Mars". Na história, John Carter é um veterano confederado da Guerra Civil Americana que é transportado misteriosamente para Marte, onde passa a viver incríveis novas aventuras no planeta, ganhando novos amigos e também inimigos entre os marcianos, ao mesmo tempo em que explora as paisagens fantásticas do planeta. O personagem excitou rapidamente a imaginação dos leitores, ganhando grande fama, e servindo de inspiração para o surgimento de vários outros heróis de aventura, como por exemplo Flash Gordon e Buck Rogers. Não demorou para o personagem ganhar suas séries de quadrinhos. Suas primeiras séries saíram no final dos anos 1930, lançadas pela Dell Comics, quando foram desenhadas por John Coleman Burroughs, filho de Edgar Rice Burroughs. Anos depois, o personagem teria aventuras publicadas pela DC e pela Marvel, quando também publicaram quadrinhos da mais famosa criação de Burroughs, Tarzan. Em 2012, a Disney produziu o filme "John Carter: Entre Dois Mundos", e a Marvel Comics produziu minisséries de quadrinhos que se interligam e dão sequência aos acontecimentos mostrados no filme.
                Os planos da Dynamite vão bem além do simples lançamento de uma nova série mensal com o personagem. A editora já confirmou que tem planos de republicar praticamente todo o acervo de quadrinhos de John Carter, das primeiras aventuras desenhadas por John Coleman Burroughs, até as mais recentes. Em outro projeto que será desenvolvido em parceria com a ERB, o serviço de tiras digitais da empresa passará também a publicar online as aventuras do personagem, com roteiros escritos por Roy Thomas, com arte do desenhista Rodolfo Perez Garcia, onde os leitores poderão acompanhar John Carter e seus compatriotas em emocionantes aventuras que os farão mergulhar na rica e diversificada história de Barsoom, que é como os habitantes de Marte se referem ao seu planeta.
                Como a Mythos Editora fechou contrato para lançar materiais da Dynamite recentemente, existem chances deste novo material que será lançado pela editora chegar ao mercado nacional. Mas será preciso uma boa dose de torcida, além de muita paciência, uma vez que até agora os lançamentos tem sido feitos de maneira bem vagarosa, além de terem saído em edições encadernadas de luxo, o que restringe o seu alcance e torna difícil sua popularização. Mas surpresas podem ocorrer, e quem sabe os leitores nacionais ainda tenham a chance de conferir esta nova série de aventuras? O tempo dirá...

COLEÇÃO STUDIO GHIBLI GANHA SEGUNDO BOX EM SETEMBRO



                Dando prosseguimento a um dos melhores lançamentos do ano no mercado nacional de vídeo, a distribuidora Versátil Home Vídeo, que no mês de maio disponibilizou ao público consumidor a COLEÇÃO STUDIO GHIBLI, com nada menos do que 3 produções do renomado estúdio de animação fundado por Hayao Miyazaki, Isao Takahata, Toshio Suzuki e Yasuyoshi Tokuma, prepara-se para soltar o segundo box agora no mês de setembro, trazendo mais 3 filmes para o público amante não só das animações nipônicas, mas de qualquer produção animada. Os títulos que compõe o segundo volume são "Porco Rosso", "O Serviço de Entregas de Kiki", e "O Castelo do Céu" (Laputa). Novamente, o segundo box terá opções tanto em DVD quanto em Blu-Ray, e a exemplo da primeira caixa, a venda será exclusiva da Livraria Cultura, parceira da Versátil neste lançamento, estando ambas as versões já disponíveis em pré-venda no site virtual da empresa, no endereço www.livrariacultura.com.br, com previsão de entrega a partir do dia 12 de setembro. A Versátil já tinha anunciado que seria lançado uma segunda caixa ainda em junho, embora à época ainda não tivesse anunciado a data exata de seu lançamento, o que significa que as vendas do primeiro box foram bem-sucedidas.
                Os preços dos boxes são os mesmos de quando foram anunciados para o Volume 1 da coleção: a caixa em DVD terá preço de R$ 99,90, enquanto a versão em Blu-Ray custará R$ 149,90. Apesar do preço meio salgado, vale a pena, pela qualidade do material, e a julgar pelas vendas da primeira caixa, as chances de pintar mais volumes em breve, dando prosseguimento à coleção, são boas. Aliás, segundo depoimento de funcionários da Livraria Cultura, a procura da primeira caixa superou todas as previsões, chegando até a atrasar o envio dos pedidos, muito superiores ao estoque planejado inicialmente, sendo necessária uma reposição para atender a todas as encomendas. Um bom sinal de que este novo volume muito provavelmente também irá ser bem-sucedido na sua aceitação por parte do público consumidor. Para quem não tem a carteira forte, entretanto, há um detalhe ruim: ao contrário do que aconteceu com a primeira caixa, cujos filmes podiam ser adquiridos tanto em box quanto separadamente, desta vez não haverá venda individual dos filmes. Quem quiser adquirir as produções deste Volume 2 só terá a opção de compra do box inteiro, o que pode pesar no bolso de alguns.
                Dos filmes que compõe este segundo box, apenas O Castelo do Céu (Laputa), é inédito no Brasil. Porco Rosso já havia sido lançado em VHS pela distribuidora Flashstar na década de 1990, e O Serviço de Entregas da Kiki já havia sido exibido na TV por assinatura, nos canais da Disney. Por isso mesmo, e para felicidade dos mais nostálgicos, as respectivas dublagens em português destes dois filmes estarão disponibilizadas neste segundo box. Tal como haviam feito com o primeiro box, a exemplo de Nausicaa, Laputa infelizmente não terá opção de áudio em português, dispondo apenas do original em japonês, por ser inédito no Brasil, uma vez que a distribuidora não providenciou a dublagem do filme. Pode-se dizer que é o único ponto negativo do segundo box. Ao menos a Versátil aproveitou todas as dublagens existentes nesta segunda caixa, uma vez que na primeira, o filme "Meu Amigo Totoro" foi disponibilizado apenas com áudio em japonês, sem aproveitarem a dublagem do lançamento em VHS da Flahstar, alegando que a nova versão tinha minutos a mais, quando poderiam ter editado o aúdio existente para suas cenas, deixando em japonês apenas os minutos a mais da nova versão. Todos os filmes terão opção de legendas unicamente em português, extras inclusos.
                Como não poderia deixar de ser, todos os filmes trarão também alguns materiais extras para fazer a felicidade dos fãs do Studio Ghibli: foram anunciados vídeos promocionais (13 minutos), Clipe musical (5 minutos), Trailers japoneses (25 minutos), "O quadro de Ursula" (2 minutos), e uma entrevista com Toshio Suzuki (3 minutos). As versões em Blu-Ray ainda terão mais um extra exclusivo, mostrando os Storyboards originais das produções (num total de 319 minutos). Até o fechamento desta matéria, ainda não haviam sido divulgadas as capas individuais dos filmes, apenas dos boxes, em suas versões DVD e Blu-Ray, mas a julgar pelo excelente trabalho realizado com os filmes da primeira caixa, podemos esperar novamente por um belo visual que fará juz à excelente qualidade do material oferecido.

                Laputa, o "Castelo do Céu", é o primeiro filme "oficial" do Studio Ghibli, tendo sido lançado em 1986. O Serviço de Entregas de Kiki foi lançado em 1989, enquanto Porco Rosso data de 1992. Com este segundo volume, a Versátil já oferece ao público nacional nada menos do que 6 produções do renomado estúdio de animação japonês, e, no que depender das vendas, ainda tem material para lançar confortavelmente mais algumas caixas. Mais adiante, contudo, a tarefa ficará mais complicada, pois algumas produções do Ghibli foram lançadas por outras distribuidoras nacionais, como por exemplo Ponyo (Playarte), O Mundo dos Pequeninos (Califórnia Filmes), e A Viagem de Chihiro (Europa Video). Nada que preocupe no momento, pois ainda há um bom material inédito no Brasil para se trabalhar, e se tudo correr tão bem nas vendas agora quanto nas do primeiro volume, os fãs certamente terão motivos para comemorar o provável anúncio do lançamento de novas caixas no mercado de vídeo. Mais uma vez, a Versátil merece os devidos parabéns pela iniciativa de lançar esta bela coleção de filmes em nosso país, para felicidade de todos aqueles que apreciam uma boa história, seja ela em desenho animado ou não.
 

ROBIN WILLIAMS MORRE AOS 63 ANOS



                O ano de 2014 está sendo implacável no mundo dos famosos. Desta vez, foi o ator Robin Williams que morreu, após aparentemente cometer suicídio, de acordo com o laudo pericial da polícia, em sua residência próxima a Tiburon, no Estado da Califórnia. O ator, segundo sua esposa, Susan Schneider, estava nos estágios iniciais do Mal de Parkinson, mas ainda não sofria problemas relevantes por causa disso, e encontrava-se plenamente sóbrio. É fato que Robin Williams há anos lutava contra a depressão, e apesar disso, conseguia manter uma bela carreira artística, tendo feito inúmeros filmes ao longo dos anos. Para muitos, sua veia de comediante era sua maior arma na luta contra a forte depressão que sofria há tempos. O ator tinha 63 anos de idade. Toda a comunidade artística ficou chocada com o acontecimento, sem entender direito o que levou o artista a tirar a própria vida. Ele foi encontrado na sua residência por seu assistente, enforcado com um cinto, no dia 11 deste mês. Após autópsia e velório, o corpo do artista foi cremado, e suas cinzas espalhadas na Baía de São Francisco.
                Nascido na cidade de Chicago em 1951, Robin McLaurin Williams iniciou sua carreira artística nos anos 1970, tendo conseguido grande fama com suas comédias de stand-up, show de humor em que o comediante atua sozinho no palco, geralmente em pé, contando e interpretando os mais diversos textos de humor. Não demorou para ele conseguir trabalho na televisão e no cinema. Para os fãs dos quadrinhos, ele protagonizou duas produções com personagens clássicos. Em 1980, Williams estrelou Popeye, filme produzido pelos estúdios Disney e Paramount. Dirigido por Robert Altman, o artista encarnou o carismático comedor de espinafre criado por Elzie Crisler Segar em 1929. Apesar de possuir uma boa fidelidade às primeiras histórias em quadrinhos do personagem, boa parte do público já não conhecia estas histórias, conhecendo mais o marinheiro pelos desenhos animados, o que fez com que o filme recebesse críticas por parte da maioria de quem o assistiu. Mesmo assim, a produção rendeu cerca de o dobro de seu custo nas bilheterias. Com seu talento característico, Robin Williams conseguiu representar muito bem o personagem, no único filme com atores que Popeye teve até hoje no cinema. O outro filme foi Hook - A Volta do Capitão Gancho, de 1991, onde Robin interpreta ninguém menos do que Peter Pan, o garoto voador que vivia suas aventuras na Terra do Nunca, ao lado da Fada Sininho, e que nunca queria crescer. Na história, Peter deixou a Terra do Nunca, e acabou se apaixonando por uma jovem, cresceu, casou, e criou uma família, esquecendo totalmente seus dias de aventuras. Mas quando seu velho arquiinimigo, o Capitão Gancho, retorna em busca de vingança pelas derrotas do passado, Peter precisa não apenas redescobrir seu passado como recuperar o seu espírito de aventuras, há muito esquecido quando cresceu e virou adulto. O filme, dirigido por Steven Spielberg, apesar de ter tido uma excelente bilheteria, recebeu um vendaval de críticas, e a Tristar Pictures também não tinha ficado satisfeita com os lucros obtidos, de modo que a produção para muitos foi considerada um fracasso.
                Ao longo de sua carreira, Robin Williams estrelou vários filmes de sucesso, como "Bom dia, Vietnã" (1987), onde ganhou o Globo de Ouro de melhor ator; "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989); "Jumanji" (1995); "Aladdin e os 40 Ladrões" (1996), onde fez a voz impagável do Gênio; "Gênio Indomável" (1997), ganhando o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante; entre outros filmes. Seu humor contagiante em cena era sempre bem-vindo, embora na vida real o ator tivesse pouca alegria devido à doença da depressão, chegando a ter problemas com álcool durante algum tempo. Recentemente, o ator tinha se internado em uma clínica para melhorar sua capacidade de manter o foco das atividades, e fazia planos de novos projetos até a véspera de sua morte. Sejam quais forem os motivos que o levaram a tirar a própria vida, o mundo artístico perde um grande nome e um comediante nato. Que Robin Williams possa encontrar agora a felicidade que tanto faltou em sua vida. Sentiremos falta de suas comédias e de seu inegável carisma...



MORRE DEODATO BORGES, CRIADOR DO FLAMA



                Os quadrinhos brasileiros perderam neste mês de maio um de seus pioneiros. No último dia 25, faleceu Deodato Taumaturgo Borges, aos 80 anos. O artista, que vinha lutando contra um câncer nos rins, acabou não resistindo a uma operação de hemodiálise realizada poucos dias depois de uma cirurgia para retirar um dos rins.
                Nascido em Campina Grande, no interior do Estado da Paraíba, Deodato Borges logo descobriu sua vocação para o jornalismo, tendo atuado tanto na imprensa escrita quanto falada. E foi no rádio, em 1960, que ele criou o Flama, uma série de aventuras vividas pelo personagem-título, que pode ser considerado um dos primeiros super-heróis brasileiros da Paraíba. O Flama era um detetive que usava capa e máscara no combate ao crime, tal qual o famoso herói Spirit, de Will Eisner. Em 1963, o artista lançaria a revista "As Aventuras do Flama", trazendo as histórias do personagem agora em quadrinhos.
                O título impresso, apesar do sucesso da série no rádio, durou pouco: foram apenas 5 edições, lançadas naquele ano. Hoje, são itens de colecionador extremamente raros, de um momento pioneiro da criação de super-heróis brasileiros no mercado editorial nacional, o que pode ser considerado um feito, dadas as dificuldades de se publicar tal tipo de material. Chegou a ser criado até um fã-clube do herói, tamanha sua fama da série de rádio.
                Mas a contribuição de Dedodato Borges para os quadrinhos não se resumiu às aventuras do Flama. Em 1963, nasceu Deodato Taumaturgo Borges Filho, que seguiu os passos do pai na criação de histórias na arte sequencial, e tornou-se um dos desenhistas de maior prestígio do mercado americano de comics atualmente, sob o pseudônimo Mike Deodato Jr., tendo desenhado séries de vários personagens para editoras como a Image (Glory), DC (Mulher Maravilha), e Marvel Comics (Elektra, Hulk, Vingadores, etc), entre outras. Como editor, incentivou vários artistas no ofício dos quadrinhos, entre eles Emir Ribeiro, criador da heróina Velta, abrindo sempre espaço para tiras e hqs nos veículos em que trabalhou na imprensa escrita.
                Deodato foi enterrado no cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa. Descanse em paz, velho pioneiro. Todos sentirão sua falta.

sábado, 16 de agosto de 2014

TÚNEL DO TEMPO - DEZEMBRO DE 1996 - I



            No momento em que a série de anime Sailor Moon acaba de ganhar um remake na TV japonesa, nada melhor do que recordar os bons tempos de meados dos anos 1990, e trazer este antigo texto que escrevi na época, falando justamente de Sailor Moon. Publicada em dezembro de 1996, a primeira animação do mangá de Naoko Takeuchi havia estreado em maio daquele ano, na esteira do megassucesso nipônico Cavaleiros do Zodíaco, desencadeando a estréia de vários animes na TV nacional. A TV Manchete àquela altura já tinha exibido toda a primeira fase da série, e a expectativa era de que em breve veríamos as novas fases, que provavelmente viriam em 1997. Aproveitem a matéria que fiz na época...


A GUERREIRA DA LUA ATACA

Sucesso no Japão desde 1992, Sailor Moon é o novo hit da animação japonesa na TV brasileira

Adriano de Avance Moreno

Sailor Moon: Sucesso há 5 anos no Japão.
            Seu nome é Serena, uma jovem de 14 anos meio atrapalhada, medrosa, namoradeira, sonhadora, e péssima aluna na escola. Mas ela é mais conhecida como Sailor Moon, a guerreira lunar que defende o amor e a justiça, sempre em defesa do bem. Este é o resumo do que se espera do desenho animado Sailor Moon, em exibição na TV Manchete desde 29 de abril deste ano. Trazida na base do sucesso de outro desenho japonês, os Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon não alcançou tanto sucesso quanto a série dos defensores de Athena, mas das novas séries que estrearam, é de longe o mais divertido e o mais explorado comercialmente. Só para se ter uma idéia da exploração do desenho, basta mencionar que os produtos comercializados com a marca Sailor Moon só perdem para os dos Cavaleiros do Zodíaco em quantidade e variedade.
            Para exemplificar, começamos pelos brinquedos produzidos pela Bandai, a mesma empresa que também fabrica os brinquedos dos Cavaleiros, trazidos por intermédio da Samtoy. Além das bonecas das personagens da série, há inúmeros outros itens, como casas de brinquedo, brincos, etc. Até o cetro lunar usado pela Sailor Moon virou brinquedo. A febre dos brinquedos não atingiu a mesma intensidade dos produtos dos Cavaleiros, mas conseguiu atingir os resultados pretendidos.
            Mas não parou por aí: a Abril Jovem, sentindo o potencial da série, lançou uma revista em quadrinhos das aventuras de Serena & Cia. Só que a revista nada mais é do que uma quadrinização dos episódios da TV, já que foi impossível trazer as histórias em quadrinhos originais (mangás). Também foram lançadas revistas de atividades dos personagens (com figuras para colorir, etc.). Isso sem falar em álbum de figurinhas e outros produtos licenciados na área editorial.
            Longe disso, os personagens da série japonesa também estão presentes em materiais para festas, além de chegarem em breve aos materiais escolares. Nada parece ficar imune à invasão provocada pelas guerreiras lunares, e os pais das crianças que se cuidem, pois o Natal está chegando...

NO JAPÃO

            Sailor Moon surgiu em 1992 no Japão, como mais uma das séries voltadas para o público feminino na revista Nakayoshi, da editora Kodansha, uma das maiores concorrentes da Sueisha, editora que publica a revista Shonen Jump, onde foram publicadas as aventuras dos Cavaleiros do Zodíaco. De autoria de Naoko Takeuchi, a versão animada teve sua estréia praticamente ao mesmo tempo que o mangá, e se tornou um grande sucesso na TV nipônica.
            Com o título original de "Bishoujo Senshi Sailor Moon", que numa tradução literal significa "Graciosa Guerreira Marinheira da Lua". Vale lembrar que o nome "sailor" é uma referência ao uniforme usado pelas heroínas da série, que são baseados nos uniformes escolares que as meninas precisam usar durante o equivalente ao 1º Grau no Japão, que são parecidos com os uniformes dos marinheiros ("sailor" é marinheiro, em inglês).
            Como não poderia deixar de ser, a série, que visava apenas o público feminino, conquistou também os rapazes e marmanjos. Combinando o gênero super-herói com garotas mágicas, com uma boa dose de humor e aventura, Sailor Moon mantém o tom sério mas permite descontrair, sendo uma série de pouca violência, se comparada com Cavaleiros do Zodíaco. Alguns episódios têm um tom romântico, proporcionado pelas protagonistas da série, que como toda garota da idade, andam loucas para arrumar um namorado.
            Enquanto aqui no Brasil só foram exibidos os primeiros 46 episódios da série, no Japão Sailor Moon atingiu a marca de 200 episódios, divididos em várias fases, assim distribuídas:

# Sailor Moon - Episódios 1 a 46
# Sailor Moon R - Episódios 47 a 89
# Sailor Moon S - Episódios 90 a 127
# Sailor Moon Super S - Episódios 128 a 174
# Sailor Moon Stars - Episódios 175 a 200

            Além da série de TV, Sailor Moon ganhou também 3 longas para cinema, e um especial lançado diretamente no mercado de vídeo nipônico, com mais algumas aventuras das guerreiras lunares, sempre defendendo a paz e o amor. Até o momento a Manchete só exibiu a primeira fase da série, mas para 1997 já está praticamente confirmada a vinda da fase seguinte, Sailor Moon R, provavelmente para estréia entre abril e maio. E, possivelmente ainda no ano que vem, possa vir também a fase Sailor Moon S, mas isso ainda é incerto.
            Ao contrário de outras séries como Shurato e Samurai Warriors, Sailor Moon é a primeira série de longa duração que estreou este ano, além de Dragon Ball, e promete seguir em frente, apresentando bom sucesso entre o público brasileiro, depois de ter sido exibida em vários países de língua espanhola.
            Só para citar, no Japão, Sailor Moon, em número de episódios, só perde para a série Dragon Ball (em exibição desde 1986), Gundam (contabilizadas suas várias séries), e Doraemon (em exibição ininterrupta desde o fim dos anos 1970). E, de acordo com a Alien International, a série deverá vir na íntegra para o Brasil. Os fãs que se preparem. Quem não quiser esperar e quiser curtir em vídeo, já foram lançadas 3 fitas VHS, pela Flashstar Home Video, com os primeiros episódios da fase inicial, exibida pela Manchete.
As demais fases da série trazem novos personagens e novas heroínas.


A HISTÓRIA

            Séculos atrás, existia na Lua um reino místico conhecido como Milênio de Prata, onde reinavam a paz e a prosperidade, sob o comando de Selenia, a Deusa da Lua, e rainha daquele local. Selenia tinha uma filha, a princesa Selenite, que de tanto admirar a Terra e suas belezas naturais, apaixonou-se por um terráqueo, o príncipe Endymion. Havia também no reino lunar um grupo de jovens garotas guerreiras adolescentes chamadas Sailors, dotadas de superpoderes, que compunham a elite da tropa de defesa do Reino do Milênio de Prata.
            Tudo transcorria bem até que o mal existente na Terra aglomerouse em um amálgama vivo conhecido como Negaforça, que passou a dominar as almas dos habitantes de nosso planeta. Uma terráquea chamada Beryl assumiu a chefia das forças do então criado Reino do Negaverso. Sedenta de poder, Beryl e o Negaverso invadiram o Reino Lunar, atrás do poder do Cristal de Prata, que estava em posse da rainha Selenia. O ataque destroçou por completo o Reino do Milênio de Prata. Todas as Sailors foram mortas impiedosamente em combate contra o poder da Negaforça, assim como a princesa Selenite e Endymion, que tentou defendê-la. No último instante, a rainha Selenia usou o poder do Cristal de Prata junto com seu Cetro Lunar, e expulsou por completo as forças do Negaverso, confinando-o no Inferno. Mas já era tarde: todo o reino fora destruído, restando apenas ruínas.
            Usando suas últimas forças, Selenia usou novamente o poder do Cristal de Prata, e resgatou as almas de todos aqueles que haviam sido mortos pelo Negaverso, enviando-as para a Terra, para que pudessem renascer no futuro em uma época de paz. Lua e Artémis, os gatos guardiães lunares, foram colocados em cápsulas de estase, ficando em animação suspensa até o momento em que Selenite e as guerreiras lunares renascessem no futuro, para que continuassem com a missão de proteger o legado do Reino do Milênio de Prata. O ato exauriu completamente as forças de Selenia, que morreu logo em seguida.
            Nos dias atuais, o Negaverso conseguiu se libertar de sua prisão infernal, e começou a planejar a conquista do mundo presente. Lua e Artémis acordaram de seu longo sono e começaram a procurar as Sailors guerreiras renascidas, bem como a princesa Selenite, que haviam retonado como garotas normais. Sailor Venus foi a primeira sailor a ressurgir, seguida por Serena, que se tornou a Sailor Moon. Depois vieram as reaparições de Sailor Mars, e por fim, Sailor Jupiter. Unidas, as garotas passam a enfrentar e combater as forças do Negaverso, recebendo por vezes a providencial ajuda de Texudo Mask, um misterioso jovem mascarado muito hábil e corajoso. Em meio aos combates, veio a verdade: Serena, a Sailor Moon, era a reencarnação da princesa Selenite; e Texudo Mask (na verdade Darien, em sua identidade secreta), era a reencarnação do príncipe Endymion. Todas as demais sailors também tiveram conhecimento de suas vidas anteriores como guerreiras do Reino do Milênio de Prata.
            Mais batalhas seguiram-se, sendo que Texudo Mask acabou sendo capturado e hipnotizado pelo Negaverso, passando a lutar pelo lado do mal. Após vários confrontos, o Negaverso acabou finalmente vencido, Darien foi libertado, e a Negaforça, extinta para sempre, mas o custo foi alto: todas as sailors, mais Texudo Mask, e a princesa Selenite, acabaram perdendo a vida, mas graças ao poder do Cristal de Prata, e ao último desejo de Serena de retornar à sua vida normal de antes, conseguiram renascer em suas vidas atuais, mas sem lembranças de terem sido um dia heroínas da justiça, ou de suas heranças lunares, voltando a viver como pessoas normais.
            Isto foi o que se passou nos 46 episódios da fase inicial da série, apresentada até o momento pela TV Manchete. Mas novos perigos surgirão, e as Sailors voltarão a combater as forças do mal, em defesa do bem e da justiça. Assim terá início a fase Sailor Moon R, que espera-se possa estrear em pouco tempo na TV Manchete.

PERSONAGENS PRINCIPAIS DA SÉRIE

Sailor Moon, a heroína principal da série.


# Sailor Moon: Serena (Usagi, no original), 14 anos - Líder das Sailors guerreiras e reencarnação da princesa Selenite. É medrosa, sonhadora, e péssima aluna na escola. Golpes principais: Tiara Lunar, Cura Lunar.
# Sailor Mercury: Amy (Ami, no original), 14 anos - Excelente aluna na escola, é a mais inteligente das Sailors guerreiras. Principal golpe: Borbulhas de Mercúrio.
# Sailor Mars: Raye (Rei, no original), 14 anos - Tem um temperamento explosivo, e vive arrumando brigas com Serena. Principal golpe: Fogo de Marte.
# Sailor Jupiter: Lita (Makoto, no original), 14 anos. Pratica artes marciais e é a mais forte fisicamente do grupo. Decidida e corajosa. Principal golpe: Trovão de Júpiter.
# Sailor Venus: Mina (Minako, no original), 14 anos. Primeira sailor a ressurgir, é a mais experiente e madura integrante da equipe. Principal golpe: Raio Crescente de Vênus.
# Texudo Mask: Darien (Mamoru, no original), 17 anos. Reencarnação do príncipe Endymion, e galante auxiliar das sailors em combate. Em sua identidade normal, adora chamar Serena de "cabecinha de vento".
# Lua e Artémis: Gatos guardiões lunares, passam-se por mascotes de Serena e Mina. Costumam passar por maus pedaços por causa da infantilidade das garotas em alguns momentos.
            Para o futuro, nas fases seguintes da série, outras sailors irão surgir. Segue-se a relação delas, com seus nomes originais em japonês:
# Sailor Uranus: Haruka Tenoh, 16 anos.
# Sailor Neptune: Michiru Kaioh, 16 anos.
# Sailor Saturn: Hotaru Tomoe, 13 anos.
# Sailor Pluto: Setsuna Meioh, 21 anos.
# Sailor Chibimoon: Usagi, 7 anos.

Serena na fase final da série, Sailor Stars, como Eternal Sailor Moon.

CURIOSIDADES

# Naoko Takeuchi, a autora de Sailor Moon, é formada pela Universidade de Química de Kyoritsu, tendo diploma de farmacêutica.
# A música original de abertura da série chama-se "Moonlight Densetsu" (A Lenda da Lua), e foi interpretada por Takanori Arisawa, ganhando o concurso musical de TV mais respeitado do Japão, o Kohaku Utagassen, em 1993.
# Sailor Moon não foi a primeira heroína do grupo a surgir, e sim a Sailor Venus. Nos quadrinhos, Sailor Venus estreou como "Codename Was Sailor V", na revista trimestral Run-Run, edição de verão de 1991, enquanto Sailor Moon só estreou no ano seguinte. Mesmo com a estréia de Sailor Moon na revista Nakayoshi, as aventuras solo de Sailor Venus continuaram saindo na revista Run-Run, ambas da editora Kodansha.
# Sailor Moon talvez tenha sido o mangá que mais rápido ganhou versão em anime. O primeiro capítulo foi publicado na edição de fevereiro de 1992 da revista Nakayoshi. E no dia 7 de março, estreava sua versão animada na TV japonesa, produzido pela Toei Animation.
# Nos Estados Unidos, Sailor Moon teve sua exibição suspensa após 65 episódios. A série foi crucificada por críticos que alegavam que o desenho das estudantes ginasias era ofensivo à moral e aos bons costumes, afirmando que as heroínas ficavam com as pernas muito expostas...
# Algumas diferenças entre o mangá e a versão animada de Sailor Moon: na animação, o humor é muito mais pronunciado, enquanto nos quadrinhos, o clima é mais sério e romântico. Os quadrinhos também mostram uma história mais enxuta e coerente, ao contrário do anime, que em alguns momentos estica a trama até onde é possível. Fora alguns outros detalhes, não existem diferenças substanciais.

Gibi de Sailor Moon, lançamento da Abril Jovem: quadrinizações dos episódios do anime.

 
ATUALIZANDO: Havia otimismo e razões para crer que em breve veríamos novos episódios de Sailor Moon. Apesar da série não ter feito um sucesso estrondoso como Cavaleiros, as guerreiras lunares cativaram muitos fãs, e tinham tudo para continuarem a ser exibidas na TV nacional. Mas a TV Manchete voltou a seus dias de incertezas financeiras, e com isso, as estréias de novos animes acabaram, restando aos fãs apenas contar com a nova série Yu Yu Hakusho, que apesar de ter feito também sucesso, não conseguiu evitar que a emissora carioca afundasse ainda mais em sua crise. Foi preciso esperar vários anos, até que Sailor Moon voltasse à TV nacional, agora apenas na TV por assinatura, com o Cartoon Network a exibir as fases restantes do anime, mas com uma dublagem completamente diferente da vista na fase inicial mostrada na Manchete, além de vários erros de tradução. A TV Record chegou a exibir alguns episódios da segunda fase, mas sem conseguir destaque, a série acabou tirada do ar em definitivo na TV aberta. Já o Cartoon, após algumas reprises, também tirou o anime de sua grade de programação, para nunca mais voltar até hoje. Este ano, enfim, os fãs puderam ter a satisfação do mangá original ser lançado no Brasil, pela JBC Editora, após uma espera de longos anos pela série. Até então, o máximo que os leitores tiveram fora justamente a revista publicada pela Abril, que usava cenas do desenho para contar as histórias, que durou apenas 9 edições, publicada entre 1996 e 1997.

Sailor Moon e seu aviso: "Punirei você em nome da Lua". Malfeitores, estejam avisados...




sábado, 9 de agosto de 2014

STAR WARS GANHA ENCICLOPÉDIA NO BRASIL



Os fãs da saga criada desde 1977 por George Lucas acabam de ganhar um tremendo presente: a editora Planeta DeAgostini acaba de lançar a série THE OFFICIAL STAR WARS FACT FILE (O Arquivo de Fatos Oficial de Guerra nas Estrelas, em bom português). Composta de cerca de 50 edições, que chegarão quinzenalmente às bancas, ao preço de R$ 24,99 cada edição. Cada volume, por sua vez, tem cerca de 72 páginas, capa dura, e miolo em papel de excelente gramatura, trazendo informações sobre praticamente tudo o que se conhece sobre o universo de Guerra nas Estrelas, seja o que foi visto nos filmes da franquia, ou nos desenhos animados, ou séries de quadrinhos e/ou games, o que faz da coleção a mais completa fonte de dados da saga dos cavaleiros jedis e seus inimigos siths.
Como de costume, a edição N° 1, que traz o volume 28 da coleção, sai por um preço "promocional", de apenas R$ 9,99, estratégia mais do que batida das editoras para fisgarem os leitores mais desavisados. A edição N° 2 ainda terá um desconto no preço, pois embora já tenha o valor nominal que valerá para todos os demais volumes, traz de brinde a edição N° 3. É a partir das edições que chegarão às bancas em setembro que os fãs irão sentir os efeitos nefastos do lado negro da força em seus bolsos, com o valor total. Se tudo correr bem, a coleção poderá ser completada em 25 meses, encerrando-se em agosto de 2016. Será uma longa jornada, e sem direito a usar propulsão hiperespacial para diminuir a espera, mas que valerá a pena, se for um devoto fã da saga de George Lucas. É hora de exercitar paciência digna dos combatentes jedis.
Cada volume da coleção tem um tema específico de assunto a ser tratado. Confiram a listagem de todos eles:

# PLANETAS E LOCALIZAÇÕES: Na exploração do vasto espaço da galáxia, aqui você encontrará dados de todos os planetas conhecidos da saga, sua localização, importância, além de informações sobre sua civilização, cidades, história, fauna, flora, e geografia em geral de cada mundo;
# HUMANOS: Aqui o leitor ficará conhecendo as biografias dos mais importantes personagens, sejam eles do passado ou do presente, além das organizações a que pertenceram, e outros dados sobre seitas secretas, órgãos de poder, e demais entidades;
# DRÓIDES E MÁQUINAS: Um portfólio completo sobre todos os construtos mecânicos com inteligência artificial vistos na saga. Saiba tudo sobre os dróides, robôs, andróides, ciborgues, etc, com direito a dados sobre seus desenhistas e criadores, além de descrições técnicas dos vários modelos que perambulam pela galáxia;
# NAVES E VEÍCULOS: Quem sempre sonhou singrar o espaço visto em Guerra nas Estrelas precisa estar por dentro de todas as informações sobre os veículos utilizados para se viajar pela galáxia. Aqui o leitor encontrará as informações que sempre quis saber sobre a Millenium Falcon, os Cruzadores Imperiais, e qualquer veículo já visto, com detalhes sobre seu interior, capacidade de propulsão hiperespacial, além de um dossiê sobre seus proprietários e usuários;
# ARMAS E TECNOLOGIA: O espaço é um lugar fascinante, mas também perigoso, e nem sempre pacífico. Por isso, é necessário conhecer as tecnologias que permitem singrar o cosmo, e as armas à disposição para não apenas se defender, mas também atacar quando for preciso. Desde simples blasters até os imponentes sabres de luz, passando por sensores, implantes cibernéticos, detonadores térmicos, holojogos, mochilas propulsoras, tudo poderá ser visto aqui, com detalhes de funcionamento, utilidade, e potenciais defeitos de uso;
# HISTÓRIA: A história da galáxia, desde 10 mil anos antes da Batalha de Yavin 4 (quando Luke Skywalker e a Aliança Rebelde destruíram a primeira Estrela da Morte), até os dias atuais, é rica em acontecimentos. É hora de conhecer as batalhas, campanhas militares e períodos de paz que a República, e depois o Império, desfrutaram nestes longos milênios. Planos de batalha, estratégias, treinamentos, facções, táticas e dados técnicos poderão ser vistos aqui. Conhecer o passado é deter as chances para comandar o futuro;
# ALIENÍGENAS: Nem só de humanos vive a saga de George Lucas. Conheça as mais variadas espécies alienígenas vistas na galáxia, sejam inteligentes ou não, com detalhes sobre sua língua, cultura, e quaisquer outras particularidades raciais.

A edição de estréia, com o volume 28 da coleção, é sobre os humanos, trazendo dados importantes de um dos personagens mais relevantes da saga, ninguém menos do que Darth Vader, que inclusive ilustra a capa do volume. Fazem companhia ao vilão mais temido de toda a galáxia fichas completas sobre Mace Windu, Finis Valorum, Quinlan Vos, Pre Vizsla, além dos oficiais General Maximilian Veers e Almirante Yularen, das forças imperiais. A edição também traz um pôster de brinde, com uma cronologia dos mais importantes fatos da história da série, dos tempos mais remotos, até os eventos decorridos na Batalha de Endor, mostrada em "O Retorno de Jedi", além de um mapa estelar mostrando a localização de todos os mundos na galáxia, com divisões de suas áreas, e informações sobre propulsão de dobra, navegação estelar, rotas de trânsito mais conhecidas, e os planetas mais destacados. Um item excelente para o leitor se situar nos acontecimentos do cosmo criado por Lucas.
Trata-se de uma excelente oportunidade para aprofundar os conhecimentos do universo de Guerra nas Estrelas, que em breve deverá ganhar um novo filme nos cinemas, dando sequência às aventuras já mostradas nos 6 filmes anteriores. Para quem já é fã da saga, é uma coleção indispensável. Para quem curte ficção científica, também é um prato cheio, podendo conhecer com detalhes nunca antes relacionados em uma única coleção os pormenores desta grande saga espacial. A Planeta DeAgostini tem méritos no lançamento desta série. Mas o preço, pelo volume de páginas que cada volume traz, poderia ser um pouco mais acessível, afinal o bolso do público leitor não tem andado muito bem nos últimos tempos. Resta esperar que ele sobreviva a este lançamento, que certamente terá um impacto quase tão fulminante quando o golpe de um sabre de luz, e que lhe permita adquirir sempre lançamentos com esta qualidade.
E viva o poder da Força!

PENINHA GANHA EDIÇÃO COMEMORATIVA DE 50 ANOS



Para quem curte edições legais dos personagens Disney, a Editora Abril acaba de soltar nas bancas mais um lançamento imperdível: PENINHA - 50 ANOS, e como o título já diz, comemora nada menos do que 50 anos de criação do pato mais atrapalhado que Patópolis já viu. Com 308 páginas, em formatinho, com direito a capa com brilho e detalhes em alto relevo, ao preço de R$ 16,00, a edição traz mais de 30 histórias com o famoso primo do Pato Donald, divididas em 3 fases: a americana, onde o personagem foi criado; a italiana, com o seu amadurecimento; e claro, a brasileira, onde o Peninha alcançou fama e popularidade ímpares que nem mesmo seus criadores imaginavam ser possível. Tudo com bons textos introdutórios de Marcelo Alencar, que explica aos leitores todos os detalhes pertinentes a cada uma destas fases.
Como aconteceu com outro personagem Disney que recentemente também completou 50 anos, o Urtigão, Peninha foi criado pelos artistas americanos como parte de uma leva de personagens destinados ao mercado exterior, tendo sua primeira história sido criada em 1964, "Fome para Fortalecer", pelas mãos do roteirista Dick Kinney, com arte do desenhista Al Hubbard. Essa história seria publicada no Brasil no ano seguinte, marcando a estréia do personagem em terras tupiniquins. O Peninha, cujo nome original em inglês é Fethry Duck, somente seria apresentado aos leitores americanos em 1966, com a história "O Primo Dinamite", que pode ser considerada oficialmente a "primeira" aparição cronológica do personagem, pois na história, Donald menciona que ele não vê o primo há anos, de modo que pode-se afirmar que os eventos dessa aventura precedem os mostrados em "Fome para Fortalecer". Portanto, o personagem já surgiu criando certa confusão quanto à sua primeira história. E não iria parar por aí.
Entusiasmado por natureza, o personagem sempre embarcava em alguma moda, ou inventava um empreendimento, ou iniciava alguma confusão com seus gestos. E quase sempre quem entrava bem com toda essa disposição do personagem em experimentar coisas novas era seu primo Donald, e em outras ocasiões, também entravam na roda os seus sobrinhos e até o Tio Patinhas. Quem também se tornaria "vítima" do Peninha seria o caipira Urtigão, que sempre mantinha sua espingarda azeitada para passar fogo no primo de Donald se o visse chegando perto de sua propriedade, sabendo a encrenca que estava por vir. A edição também traz outra HQ especial, "Pato Enlatado não Faz Fita", onde havia a estréia do jornal "A Patada", de propriedade do Tio Patinhas, que empregava tanto Donald quanto Peninha na função de repórteres, com os resultados mais variados e que durou bastante tempo.
O personagem ganharia a simpatia dos leitores italianos, que ganharam histórias produzidas na Itália ainda nos anos 1960, mas foi na década seguinte, a partir de 1972, que Peninha ganharia suas histórias nacionais, produzidas pela Editora Abril, que na época montou um estúdio para suprir as edições nacionais das revistas Disney. E, pelas mãos talentosas de nossos artistas, com destaque para os roteiros de Ivan Saidenberg, nosso pato descompromissado, alegre, aventureiro e trapalhão assumiria dos mais diversos papéis e aventuras. Ao lado de seu primo Donald, ele continuaria sua carreira de repórter de "A Patada", mas também viraria super-herói, o intrépido Morcego Vermelho, terror dos criminosos de Patópolis, e também do Coronel Cintra, que tinha de aturar as estripulias do amalucado herói embuçado em seus confrontos com os grandes vilões da cidade, como Mancha Negra, Metralhas, etc. Peninha viraria também um cowboy destemido, Pena Kid, que galopava pelo velho oeste em seu fiel Alazão de Pau (um cavalo de pau, literalmente, substituído tempos depois pelo Torniquete, um cavalo de verdade, e que sabia muito bem a fria que era ter seu dono); teria aventuras no fundo do mar, como Pena Submarino (uma alusão a Namor, o Príncipe Submarino, da Marvel Comics); ganharia uma namorada, Glória, a princípio tão amalucada ou até mais do que ele, cuja primeira aparição é reapresentada nesta edição comemorativa; defenderia as florestas como o Pena das Selvas; singraria o cosmo espacial como Pena Gordon; ou simplesmente participaria de inúmeras hilárias adaptações de outros conhecidos personagens, como Indiana Pena, Sancho Pena, Sir Peninhoé, entre várias outros. E, nos anos 1980, o personagem ganhou um sobrinho, o Biquinho, criação nacional, e a partir dali, o Peninha sentiria também o impacto das confusões que ele próprio causava, com um sobrinho que criava ainda mais encrenca do que ele, e sendo potencialmente até mais maluco e enrolado que o próprio tio. A origem do Biquinho é outra história que é republicada nesta edição, assim como a origem do Morcego Vermelho, para deleite dos leitores fãs do personagem.
O personagem já havia ganhado algumas edições especiais dedicadas a ele quando ganhou um título mensal próprio pela Editora Abril na década de 1980, que teve cerca de 56 edições, publicadas de 1982 a 1984, antes de ser cancelado. Na década passada, a Abril relançaria o título mensal do Peninha, mas que durou apenas 19 números, entre 2004 e 2006. Também foram lançados vários almanaques estrelados pelo atrapalhado primo do Donald, com 2 edições entre 1981 e 1982, seguidas por mais 9, lançadas de 1986 a 1993, e depois de uma longa ausência, outras 4 edições publicadas de 2010 a 2012.
Atualmente, a Abril não produz mais histórias com o personagem, que vive da reimpressão das aventuras já publicadas ao longo das suas 5 décadas de existência, e do material produzido em outros países, onde mais recentemente Peninha ganhou até papel da agente secreto, como operativo, ao lado de seu primo Donald, da PAI (Patinhas Agência de Inteligência), cuja principal missão é defender a fortuna do Tio Patinhas de qualquer ameaça. E como sempre, não demora para o personagem se envolver em confusão, arrastando Donald junto com ele. Mesmo assim, apesar de trazerem novas aventuras do Peninha, a quantidade de histórias que eram produzidas pelo antigo estúdio de desenho da Abril era muito maior, dando chance aos artistas de explorarem a versatilidade do personagem nos mais diversos temas e papéis. Recentemente, a editora passou a criar algumas novas histórias, por enquanto centradas mais no personagem Zé Carioca. Quem sabe com o tempo, e principalmente com um momento melhor da economia, e do mercado de quadrinhos, a editora resolva investir na produção de novas aventuras do tresloucado primo do Donald. Por enquanto, a editora faz bem em não deixar os 50 anos de criação do personagem passarem batido, e com esta bela edição, consegue não apenas oferecer um lançamento condizente com o momento festivo do personagem, como fazer uma ampla apresentação do mesmo à nova geração de leitores, despertando a curiosidade de conhecer a grande miríade de histórias já lançadas.

"BATMAN - A MÁSCARA DA MORTE" É LANÇADO PELA PANINI



                Além de ser um dos ícones fundamentais do Universo DC, Batman, o Cavaleiro das Trevas, tem sido, ao longo das décadas, protagonista de histórias das mais variadas temáticas e estilos, sendo escrito e desenhado por uma legião de artistas dos mais variados. Neste início deste mês de agosto, os fãs do defensor de Gotham City terão nova oportunidade de ver seu herói com uma abordagem ligeiramente diferente. A Panini está lançando a edição especial BATMAN - A MÁSCARA DA MORTE, que tem como principal destaque o artista criador da história: Yoshinori Natsume, consagrado mangaká autor de várias séries na Terra do Sol Nascente, entre elas, Togari e Kurozakuro, ambas inéditas por aqui.
                Não é a primeira vez que o Cavaleiro das Trevas tem uma aventura criada por artistas japoneses, utilizando o estilo dos quadrinhos nipônicos. Na década passada, o consagrado artista Kia Asamiya, criador de séries como Dark Angel e Nadesico, também criou uma aventura estrelada pelo justiceiro noturno de Gotham City. Essa aventura, inclusive, já foi publicada no Brasil pela Mythos Editora, em 4 edições, que inclusive foram publicadas aqui antes mesmo até dos Estados Unidos. Agora, a situação é invertida: Batman: Death Mask, seu título original em inglês, foi publicada como minissérie de 4 edições em 2008, e apenas agora, praticamente 6 anos depois, é publicada em nosso país.
                A vantagem do leitor brasileiro é que a minissérie está sendo lançada em um volume único, no mesmo formato dos demais mangás em publicação pela editora, no tamanho 12,7 x 18,8 cm, com capa cartão, lombada quadrada, e miolo em papel pisa brite, com cerca de 204 páginas, ao preço de R$ 12,90. Na trama, há um novo assassino à solta em Gotham, que literalmente arranca os rostos de suas vítimas, promovendo um festival de mortes brutais. Ao mesmo tempo, Bruce Wayne experimenta alguns pesadelos incomuns a tantos outros que vê quando dorme, e isso coincide com a chegada de um ambicioso homem de negócios japonês que deseja estabelecer acordos com a nata dos empresários da metrópole americana, e cuja assistente é idêntica a uma jovem mulher que Bruce Wayne conheceu anos atrás. O Cavaleiro das Trevas se vê então assombrado por seu passado, lembrando de quando treinou no Japão e ficou cara a cara pela primeira vez com o lado sombrio de sua natureza, e que agora está encarnado em um perigoso e violento assassino que o herói não consegue decidir se é realmente um homem, um demônio ou uma manifestação distorcida de seu próprio eu! Conseguirá Batman enfrentar o desafio que está à sua frente, e sobrepujar quem, ou o quê está sendo responsável pela onda de mortes que assola Gotham City?
                Yoshinori Natsume declarou que usou referência de vários desenhistas, tanto ocidentais quanto orientais, para definir o estilo de sua arte para a história, e acredita que conseguiu ser bem-sucedido em adaptar seu estilo de arte para a história, que seria publicada originalmente no mercado americano. E, tal como fez Kia Asamiya quando desenho o cruzado embuçado, Natsume também conseguiu criar uma boa ligação entre o Japão e Batman no contexto da história. É, de fato, uma edição interessante para qualquer fã da arte sequencial, seja ou não fã do Batman; onde podemos ver um grande artista dos mangás trazer sua perspectiva única ao personagem da DC Comics, combinando o estilo dos quadrinhos nipônicos e ao mesmo tempo mantendo a essência dos comics do herói. Com a comemoração dos 75 anos de criação do Batman, o lançamento desta edição vem a calhar, e espera-se que a Panini tenha várias outras idéias para novos lançamentos envolvendo o aniversário de criação do personagem criado por Bob Kane. Os leitores certamente irão apreciar...