segunda-feira, 14 de abril de 2014

SAILOR MOON ENFIM É LANÇADO PELA JBC



                O mercado nacional de mangás está perto de completar 15 anos de publicação contínua, desde que a Conrad iniciou, no começo da década passada, a publicação de Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball, satisfazendo a uma grande parcela de fãs nacionais das animações japonesas, que ansiavam pela possibilidade de lerem os quadrinhos originais das séries que curtiam na TV. Pouco tempo depois, a JBC Editora e Panini Comics também entraram na disputa, fazendo o número de títulos publicados em nosso país aumentar exponencialmente, com a vinda de séries há muito almejadas, como Sakura Card Captor, Yu Yu Hakusho, Rayearth, Naruto, Samurai X, Bleach, Love Hina, entre muitos outros.
                Mas havia um título que continuava sem dar as caras por aqui: Sailor Moon. Uma das séries mais famosas da animação nipônica dos anos 1990, com cerca de 5 fases e 200 episódios para TV, havia cativado inúmeros fãs nacionais com a exibição de sua primeira fase pela TV Manchete. No início da década passada, o canal pago Cartoon Network possibilitou aos fãs verem as fases restantes da série. Mas os quadrinhos originais das aventuras de Usagi Tsukino e suas colegas defensoras da justiça estava longe de dar as caras por aqui. Somente no ano passado a JBC anunciou que enfim, o mangá de Sailor Moon seria publicado no Brasil. Os fãs comemoraram, mas ainda seria preciso esperar mais um pouco. E a JBC, num esforço de tentar mostrar aos fãs o trabalho que dava para se produzir a versão nacional do título, lançou vídeos periódicos na internet mostrando como andava o processo de produção, tentando dar mais transparência e respeito para com os fãs.
                No dia 29 de março último, a espera finalmente chegou ao fim: no evento Henshin+, promovido pela JBC na Livraria Saraiva Mega Store do Shopping Center Norte, em São Paulo, capital, foi feito o lançamento oficial do mangá criado em 1992 por Naoko Takeuchi, com a participação de muitos fãs, com direito até a concurso de cosplay entre os presentes.
                No evento, a editora confirmou que foram mais de 10 anos de negociações para conseguir a liberação do mangá. Em meados da década passada, Naoko Takeuchi se desentendeu com a Toei Animation, produtora da versão animada, e com a Kodansha, editora que publicou o mangá no Japão, devido a direitos de licenciamento do série. Isso ajudou a complicar as tratativas para se lançar Sailor Moon no Brasil, mas a JBC não desistiu da série. Posteriormente, Naoko e as demais partes foram se acertando, e com a normalização das relações, as negociações puderam enfim andar efetivamente. Mesmo assim, não foi fácil. Naoko havia tido experiências ruins com a publicação de sua série em alguns países, e foi preciso muito esforço para fazê-la acreditar na seriedade da editora brasileira, mesmo com o currículo que a JBC havia acumulado desde que passou a publicar mangás no mercado nacional. Mas enfim, todos os obstáculos foram vencidos e o mangá já está nas bancas brasileiras.
                Publicado inicialmente em 18 volumes no Japão, em 2003 a obra sofreu uma "remasterização" por ocasião da produção da versão em live-action da série. Os volumes ganharam mais páginas, de forma que a obra foi reduzida para 12 volumes, que é a versão que está sendo lançada no Brasil. Com o título de PRETTY GUARDIAN SAILOR MOON, cada volume nacional custa R$ 16,50, e vem com cerca de 240 páginas, no formato 18 x 12 cm, com direito a algumas páginas coloridas, igual à versão japonesa. A periodicidade é mensal, e a editora já lançou opção de assinatura para quem quiser receber a série em casa, com direito a ganhar de brinde marcadores de páginas com artes da série, um mimo liberado apenas na publicação brasileira, e que será exclusivo dos assinantes da publicação.
                A série também traz as personagens com seus nomes originais japoneses, e não os nomes adaptados para uso ocidental, como aconteceu com a versão animada, de quando foi exibida no Brasil. E o mangá, aliás, é muito mais sério e dramático do que o anime, que focou bastante no humor, amenizando a violência das lutas e deixando a protagonista, Sailor Moon, até meio bobinha demais em certos momentos. Uma das razões para as diferenças de andamento na história da versão animada deve-se ao fato de que o anime estreou praticamente junto com o mangá no Japão, no início de 1992. Com a série em quadrinhos andando muito mais devagar, o anime sofreu várias alterações para "esticar" as aventuras vividas pelas Sailors, em que pese a essência da história permanecer intacta.
                Usagi Tsukino, nossa heroína na série, é uma jovem ginasial de 14 anos. Como muitas meninas de sua idade, ela é desastrada, distraída e um tanto preguiçosa, o que a leva a tirar nota baixa nas provas. Por um encontro, aparentemente, ao acaso, a jovem acaba conhecendo uma gatinha falante chamada Luna, e através dela, recebe a missão de defender nosso planeta das forças do mal, ganhando para isso incríveis poderes, tornando-se a heroína Sailor Moon. Além de enfrentar as forças do mal, ela também recebe uma grande missão: encontrar as demais guerreiras Sailors e também encontrar a Princesa da Lua, que está em nosso mundo. Desse dia em diante, a vida de Usagi vira de cabeça para baixo: ela será Sailor Moon, e fará a justiça em nome da Lua.
                Este ano, aliás, promete ser especial para os fãs nacionais de Sailor Moon: além de finalmente poderem ter o mangá original nas bancas, todos estão ansiosos com o anúncio do lançamento, para julho no Japão, da nova versão animada da criação de Naoko Takeuchi, que terá o nome de Sailor Moon Crystal, e que segundo as informações já divulgadas, promete ser uma adaptação mais fiel da história do mangá. E a esperança é que a publicação da série pela JBC ajude a nova série animada a vir para cá oficialmente. Infelizmente, a série original não deu muita sorte por aqui: apesar de ter sido exibida quase na íntegra na TV paga, no mercado de vídeo apenas volumes avulsos acabaram sendo lançados, para decepção dos fãs. A mudança de vozes na dublagem das fases da TV paga em relação à fase inicial exibida na TV aberta também desagradou muitos fãs. Quem sabe agora Sailor Moon tenha mais sorte de emplacar direito no Brasil. As dificuldades são muitas, mas os fãs não perdem a esperança. Enquanto isso, é aproveitar e curtir os quadrinhos originais das guerreiras lunares nas bancas nacionais, com o final feliz de uma longa novela de negociações entre a JBC e os japoneses, com a editora nacional nunca fraquejando em sua luta. Por este feito, a JBC merece os devidos cumprimentos do público leitor...

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