sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ARMA X E REINO DO AMANHÃ GANHAM EDIÇÕES DEFINITIVAS



Quem curte as chamadas "Edições Definitivas" que a Panini Comics tem lançado no mercado nacional de quadrinhos certamente terá motivos para comemorar neste mês de novembro. A multinacional italiana anunciou o lançamento de pelo menos duas grandes aventuras dos quadrinhos para este mês, que farão a alegria de marvetes e decenautas. Para quem é fã da Marvel, a boa nova é o lançamento de ARMA X - EDIÇÃO DEFINITIVA, aventura estrelada pelo mutante favorito dos fãs, Wolverine, e que para muitos é a verdadeira "origem" do personagem. Em formato americano, com capa dura, e cerca de 156 páginas, com miolo em papel couché, a edição compila a minissérie "Weapon X", roteirizada e desenhada por ninguém menos do que Barry Windsor-Smith. O preço da edição é R$ 48,00, e o lançamento é voltado para livrarias e gibiterias.
Publicada em 1991 em 12 partes dentro do título Marvel Comics Presents, a história mostra como Logan adquiriu seu esqueleto inquebrável e suas mortais garras metálicas. Aprisionado por um grupo com propósitos escusos, o mutante é transformado em uma máquina de matar, tendo suas memórias e vontade completamente destroçadas, ao mesmo tempo em que seu esqueleto é recoberto pelo metal indestrutível chamado adamantium, ganhando também suas mortíferas garras feitas do mesmo metal. Com sua consciência aniquilada, e doutrinado para se tornar o primeiro de uma geração de armas mortais, Logan empreende uma luta para conseguir recuperar a si próprio, e voltar a ser uma pessoa, ao invés de ficar reduzido ao estágio animal de sua mente. As consequências da manipulação de sua mente, e do processo de implantação do adamantium em seu corpo foram sentidas por muitos anos, e para os fãs do personagem, esta história foi durante muito tempo o que mais se aproximou da origem do herói que seria conhecido como Wolverine. Decisões editoriais posteriores da Marvel, contudo, reviraram por completo o passado de Logan, com histórias muito fracas, e até mesmo introduzindo garras de osso como parte dos poderes mutantes do personagem, numa exploração exagerada em cima do mutante mais popular do Universo Marvel.
Com histórias mais recentes colocando até suas manipulações de memória oriundas do programa Arma X em xeque, não é de estranhar que a grande maioria dos fãs tenha preferência em ver esta história como a melhor origem do personagem. E uma prova disso é que até hoje a Marvel fica inserindo retcons no passado de Logan, adicionando informações por vezes a torto e a direito, com resultados de qualidade discutível, como a história recentemente publicada na edição nacional do título do personagem no mês passado (Wolverine N° 107), quando o vilão Romulus revela a Wolverine que o programa Arma X foi idéia do próprio Logan, com a intenção de criarem uma raça de mutantes mais evoluída com o objetivo de criar um império de dominação por uma raça superior não só sobre os humanos, mas também sobre os outros mutantes. Mais loucura que isso, impossível.
Arma X já foi publicado duas vezes pela Editora Abril na década de 1990, e uma vez pela Panini, há cerca de 10 anos. E quem não teve chance de conferir a história naquelas ocasiões tem agora uma excelente chance de conferir novamente trama, que se não é uma obra-prima, certamente é superior a muita coisa que a Marvel andou publicando sobre o mais invocado dos X-Men nas últimas duas décadas. E com direito a vários extras, que infelizmente não foram divulgados pela editora até o fechamento desta matéria, mas que certamente devem garantir um brilho adicional à edição.
O outro lançamento é O REINO DO AMANHÃ - EDIÇÃO DEFINITIVA, para alegria dos fãs do Universo DC. Com roteiros de Mark Waid, e a estonteante arte pintada de Alex Ross, esta é uma das histórias mais cultuadas pelos decenautas. Depois de impressionar os fãs dos quadrinhos com sua bela arte na minissérie Marvels, Alex Ross conseguiu repetir a dose para alegria dos fãs dos heróis da DC Comics, em uma história que nada fica a dever em qualidade ao trabalho visto em Marvels. Lançada nos Estados Unidos em 1996, esta obra foi publicada pela Editora Abril no ano seguinte no mercado nacional, como minissérie, ganhando algum tempo depois uma versão encadernada. Na década passada, a Panini, que já havia passado a publicar também os heróis DC, lançou uma nova edição da história, com direito a alguns sketches de Alex Ross na criação das versões dos heróis DC para a história como extras. A nova edição de O Reino do Amanhã terá, além da tradicional capa dura, nada menos do que 336 páginas, com miolo em papel couché, no formato 19,5 x 30,0 cm, pelo preço de R$ 89,00. Assim como a versão definitiva de Arma X, esta também terá distribuição voltada para as gibiterias e livrarias, um mercado que a Panini tem conseguido explorar de maneira bastante satisfatória nos últimos anos, ajudando a compensar parcialmente a queda de vendagem nas bancas tradicionais.
Em O Reino do Amanhã, somos apresentados a um futuro próximo do Universo DC. A Terra assiste à ação de uma nova geração de super-heróis que, infelizmente, não hesita em abusar da violência para deter os criminosos. A velha geração de superseres retirou-se da ativa, com o Super-Homem tendo se recolhido ao isolamento de sua Fortaleza da Solidão após ver o Coringa matar sua amada Lois Lane. Sem o exemplo edificador do Homem de Aço, surgiu um novo herói de métodos questionáveis, Magog, e sob sua influência, os novos super-heróis passaram a abusar de suas forças. Quando uma tentativa de cercar um vilão transforma o Estado americano do Kansas em um deserto radioativo, a Mulher-Maravilha interrompe o isolamento de Kal-El para lhe mostrar que ele e os antigos heróis são mais necessários do que nunca para restabelecer o equilíbrio do planeta. Conseguindo tirar o último Filho de Krypton de seu exílio auto-imposto, a reaparição do Super-Homem causa um tremendo impacto, e junto dos velhos heróis, que retornam à ativa, inicia um confronto de ideais e ações com a nova geração de superseres, que pode se mostrar tão prejudicial quanto as atitudes irresponsáveis dos atuais heróis. À espreita dos acontecimentos, o antigo herói e espírito vingador conhecido como Espectro, tendo visões e prenúncios de que o cataclisma total se aproxima com os eventos em curso, associa-se ao reverendo Norman McCay, para tentar recuperar a percepção e os sentimentos humanos que já teve em vida, e com isso encontrar a resposta para evitar a destruição de nosso mundo. E os vilões, coordenados por Lex Luthor, sempre à espreita, observam a situação, esperando pela primeira oportunidade de se livrarem tanto dos novos quanto dos antigos heróis, e assumirem o controle de tudo, ajudando a complicar ainda mais as chances de um desfecho pacífico. E que papel escuso nesta trama tem um dos mais poderosos heróis já conhecidos, que tinha no trovão sua marca característica, e que parece estar ao lado dos vilões. E o Batman, que reuniu um verdadeiro exército de robôs vigilantes para impôr a ordem, e tem seus próprios motivos para discordar dos planos do Super-Homem e seus aliados de "disciplinar" a ferro e fogo, se necessário, a nova geração de heróis, como poderá ser o fiel da balança na batalha que poderá decidir o futuro de tudo?
Sem dúvida, uma história para agradar não apenas àqueles que curtem as batalhas épicas dos heróis contra os vilões, mas que apreciam uma boa história, onde nem tudo é o que parece ser, e as nuances dos acontecimentos desencadeados podem tanto ser positivos quanto negativos. É uma história que todo fã apreciador de quadrinhos deve ter em sua estante. Obviamente, o preço de capa desta edição não é exatamente popular, mas o título de "Edição Definitiva" dificilmente seria de uma opção com acabamento mais em conta. O preço é justo, mas poucos leitores em nosso país podem adquirir este tipo de edição. Não dá para culpar a Panini pelos preços não serem os mais aceitáveis, mostrando que a realidade do mercado de quadrinhos em nosso país, assim como a complexidade de várias boas histórias que tem sido trazidas por estas edições de luxo, é igualmente complicada de se lidar, estando muito além do controle da editora.


Tanto Arma X quanto O Reino do Amanhã são boas histórias, e seus relançamentos em edições de luxo são mais do que bem-vindas, uma vez que as mais recentes histórias que são publicadas tanto da Marvel quanto da DC andam apresentando um nível bem insatisfatório em sua maioria, para azar dos apreciadores de quadrinhos.         

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