segunda-feira, 18 de novembro de 2013

DISCOVERY LANÇA LIVRO SOBRE A HISTÓRIA DOS MANGÁS



Há pouco mais de 10 anos, os quadrinhos japoneses invadiram as bancas nacionais, e desde então, eles dividem a preferência de vendas do mercado brasileiro de quadrinhos com os famosos comics de super-heróis americanos, os títulos Disney, e a imbatível Turma da Mônica. Mas, a exemplo dos quadrinhos de super-heróis, há poucas publicações no mercado editorial brasileiro que desvendam os mistérios e a história deste tipo de entretenimento. E foi pensando em preencher esta lacuna que a Discovery Publicações acaba de lançar nas bancas, comic shops e livrarias a edição MANGÁ DO COMEÇO AO FIM.
Produzido no formato 17 x 24 cm, e com cerca de 100 páginas, ao preço de R$ 24,90, a edição tem textos do jornalista Sérgio Peixoto Silva, um dos profissionais da área editorial brasileira com mais larga experiência e conhecimento sobre produções japonesas de quadrinhos e de animação nipônicas, tendo sido editor e redator de várias revistas informativas dedicadas ao gênero, como Japan Fury, Animax, Anime Ex, Anime Fury, Clube do Anime, entre outras, além de ter sido um dos fundadores de vários eventos dedicados às produções nipônicas, como o Animecon, Animefestival, AnimABC, etc, que inspiraram o surgimento de muitas convenções do gênero pelo país inteiro.
O livro é uma compilação de várias matérias sobre mangás publicadas nos últimos anos por Sérgio Peixoto em publicações nacionais informativas sobre animação e quadrinhos japoneses, que foram todas revisadas, reorganizadas e atualizadas com novas informações. O livro começa com uma introdução, onde é explicado o que são os mangás, e como eles surgiram, bem como os motivos e detalhes da criação de um de seus traços característicos - os olhos grandes, por parte de Osamu Tezuka, o grande "deus" dos quadrinhos nipônicos. E mostra também que muitas obras, várias de fama até mundial, não possuem esta característica. Há também um capítulo dedicado somente à presença dos mangás no Brasil, explicando que apesar de terem ficado mais conhecidos e populares na última década, na verdade já havia publicações no estilo japonês editadas em nosso país desde os anos 1960, desenhadas por artistas brasileiros! Destas publicações pioneiras, até chegarem ao atual momento de publicação dos mangás no Brasil, desencadeado há pouco mais de 10 anos por editoras como JBC e Conrad, que finalmente apostaram de forma séria e continuada na publicação dos quadrinhos japoneses, há várias curiosidades desconhecidas pela grande maioria do público leitor, que são desvendadas neste livro.
A publicação faz uma das mais completas abordagens sobre a origem e desenvolvimento dos mangás, desde um início discreto como forma de entretenimento na sociedade japonesa, passando pela sua popularização e difusão, até se tornarem um verdadeiro fenômeno de venda, movimentando atualmente uma gigantesca indústria editorial, com várias revistas publicadas regularmente, todas com centenas de páginas e tiragens que alcançam e até ultrapassam a cifra de milhões de exemplares vendidos a cada edição, muitas delas de periodicidade semanal, como a Shonen Jump, uma das mais famosas e conhecidas do gênero, onde muitas séries de sucesso, várias delas conhecidas do público brasileiro, como Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho, Dragon Ball, e Rurouni Kenshin, entre outras, foram lançadas, ganhando em seguida adaptações em animação.
Quase metade da publicação ainda traz uma ampla dissertação sobre a crise que os mangás enfrentam atualmente na Terra do Sol Nascente, que se por um lado ainda mostra números invejáveis em termos financeiros e de tiragens, já experimentaram dias muito mais promissores, e de como a força desta indústria editorial nos últimos anos tornou-se um problema para si mesma, enfrentando diversos empecilhos que podem minar o seu futuro no curto prazo, podendo comprometer a criatividade de vários artistas, e suas oportunidades de publicação de materiais mais diversificados e de qualidade. A obra finaliza com uma apresentação do autor dos textos, Sérgio Peixoto Silva, feita por Eduardo Miranda, que foi chefe da divisão de cinema da finada TV Manchete, e um dos responsáveis por vários animes exibidos pela emissora nos anos 1990, que são lembrados até hoje pelos fãs.
Para quem quer saber mais a fundo sobre os quadrinhos japoneses, é um excelente lançamento da Discovery no mercado editorial brasileiro, e uma leitura recomendada para quem gosta não apenas de mangá, mas dos quadrinhos em geral.

MYTHOS LANÇA EDIÇÃO ESPECIAL COM O SOMBRA



Recentemente, a Mythos Editora adquiriu um belo lote de publicações que, aos poucos, está lançando no mercado nacional de quadrinhos. Primeiro foi o excelente material inglês da 2000AD, que está publicando na revista JUIZ DREDD MAGAZINE, e que está conseguindo se manter nas bancas, após seu período de teste. E agora, a editora acaba de lançar o primeiro de vários materiais que conseguiu junto à editora americana Dynamite Entertainment: O SOMBRA - VOLUME 1: O FOGO DA CRIAÇÃO, já disponível nas comic shops.
Trazendo novamente para o mercado nacional de quadrinhos o famoso personagem criado para programas de rádio na década de 1930, esta edição tem 200 páginas, com o preço de R$ 39,90, e reúne as primeiras 6 edições da série The Shadow, publicada pela Dynamite no ano passado nos Estados Unidos , com roteiros de Garth Ennis, e arte de Aaron Campbell. De quebra, a edição ainda traz uma galeria de capas completa das edições americanas, apresentando a arte de ninguém menos do que Alex Ross, além de outros artistas como Jae Lee, John Cassaday, Ryan Sook, Howard Chaykin, e mais! A Dynamite vem produzindo um bom material com as licenças que adquiriu nos últimos anos, e graças à Mythos, parte deste material poderá ser apreciado pelos leitores nacionais, e esta edição do Sombra é um excelente ponto de partida.
O ano é 1938, e o Sombra está de volta numa aventura de ação explosiva e intrigas mortais. Uma noite de carnificina na zona portuária de Nova York acaba por lançar o misterioso justiceiro numa conspiração envolvendo nada menos do que o destino do próprio mundo. Enquanto as nuvens da tempestade adensam-se ao redor do globo, prenunciando a guerra, agentes do serviço de inteligência militar estadunidense têm um encontro com o milionário Lamont Cranston, a identidade civil do herói, determinados a obter qualquer tipo de ajuda para derrotar uma horda de espiões e assassinos em busca do maior de todos os prêmios... mas qual sua verdadeira natureza, somente o Sombra sabe.
"Se você é fã de Ennis, vai gostar deste livro, sem dúvida. É o personagem perfeito para a mentalidade sombria do autor, e parece que vai ser uma viagem realmente infernal. Se você é fã do Sombra, então ficará feliz de saber que o personagem está em ótimas mãos. Ennis obviamente o adora tanto quanto nós.", declarou o portal IGN, ao que o site de notícias Newsrama acrescentou: "O Sombra é poderoso, assustador e cheio de novos poderes malucos que a maioria das pessoas provavelmente desconhece. E, sob a pena habilidosa de Garth Ennis, ele é intimidador e interessante, esteja caracterizado ou não. Estou ansioso para ler sobre o mal que espreita no coração dos homens, especialmente se esta versão do Sombra estiver no caso."
Para Garth Ennis, um dos motivos para o personagem perdurar por mais de 80 anos é sua aura de mistério: "Você nunca consegue descobrir o quanto ele realmente sabe das coisas, ou até que ponto ele pode ir na busca pelos seus objetivos. E a atmosfera de suspense e perigo, além de seu visual sombrio produzem um apelo duradouro", declarou o artista, entusiasmado com a oportunidade de escrever as aventuras do personagem. E o herói, por vezes, costuma ser bem implacável, não hesitando em meter bala nos inimigos quando a situação exige. E, a exemplo de outro herói clássico famoso, o Fantasma, o Sombra também possui seus "ditados" característicos: "Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos?...O Sombra sabe!", "O Sombra nunca falha!", "As sementes do mal geram frutos amargos!", "O crime não compensa!", entre vários outros.
Disfarçado como o milionário Lamont Cranston, o Sombra é um justiceiro sombrio que vive suas aventuras nos distantes anos das décadas de 1930 e 1940. Utilizando de poderes de hipnose, e duas pistolas calibre 45 que maneja com pontaria infalível, ele enfrenta as forças criminosas onde quer que sujam. O personagem é pouco conhecido no Brasil, e suas histórias por aqui são bem escassas, ficando mais restritas, nos últimos 30 anos, ao material publicado pela Editora Abril produzido pela DC Comics nos anos 1980. O personagem também ganhou um filme em 1994, estrelado por Alec Baldwin. A edição lançada pela Mythos é um excelente ponto de partida para quem não conhece o personagem e quer acompanhar suas aventuras com mais atenção, por conter uma história praticamente completa.

CULT CLASSIC TRAZ VINGADORES DO ESPAÇO EM DVD



Depois de lançar este mês no mercado de vídeo a série de animação japonesa "O Judoca" (Kurenai Sanshiro, no original), eis que a distribuidora Cult Classic ataca novamente, e confirma agora para dezembro outro lançamento que estava sendo muito aguardado pelos fãs das séries live-action nipônicas: VINGADORES DO ESPAÇO (Magma Taishi, no original). A série será lançada em duas caixas, que trarão todos os 52 episódios desta produção que foi baseada em um dos muitos mangás criados por ninguém menos do que Osamu Tezuka, o maior artista da história dos mangás. "Embassador Magma", título em inglês da obra, foi publicado na revista Shonen Gaho, entre 1965 e 1967, tendo no seu total 3 volumes. A história despertou o interesse de Tomio Sagisu, proprietário da P-Productions, em lançar uma versão live-action para a TV japonesa. Contatato por Sagisu, Tezuka logo chegou a um acordo com a P-Productions, e em julho de 1966 estreava na TV japonesa, no canal Fuji Television, a versão com atores de Magma Taishi, que fez grande sucesso, sendo exibida até setembro de 1967, totalizando 52 episódios.
Magma Taishi foi a primeira série a ser produzida em cores na TV japonesa, e duas semanas depois de sua estréia, ganhou um forte concorrente: a série Ultraman, produzida pela Tsuburaya, que rivalizaria com a série da P-Productions durante toda a sua duração, lutando para conquistar a audiência e os fãs da época. No Brasil, a série chegaria nos anos 1970, tendo estreado na saudosa TV Tupi, e depois sendo reprisado pela TV Record, e posteriormente pela Bandeirantes, onde foi exibida pela última vez em nosso país. E agora chegou a chance de não apenas os saudosistas, mas da grande legião de fãs dos famosos tokusatsus, de conferir esta produção que marcou época na TV nipônica e ganhou muitos fãs em nosso país.
Na história da série, nosso planeta está em perigo ser dominado pelo cruel alienígena Rodak, que lança mão de vários demônios e monstros para atacar e dominar a Terra, começando, logicamente, pelo Japão. Tendo já subjugado vários outros mundos, a Terra seria apenas mais um alvo a ser adicionado às conquistas de Rodak. Contudo, no planeta ZFS, o velho sábio Matuzen, preocupado com a segurança de nosso planeta, envia para a Terra duas de suas principais criações: os robôs Goldar e sua esposa Silvar. Goldar é um robô dourado, medindo 14 pés de altura, e pesando cerca de 20 toneladas, e sua esposa Silvar, uma robô prateada, mesmo possuindo o tamanho de um ser humano, possui as mesmas capacidades de combate de seu esposo. Ambos possuem antenas grandes que podem emitir raios Gama e entre seus vários poderes, eles podem transformar-se em foguetes, voando pelos céus, e também lançar mísseis, através de uma abertura no tórax.
Inicia-se, então, a luta de Goldar e Silvar contra os monstros de Rodak para defender a Terra. Na luta contra o vilão espacial, Goldar faz amizade com o jovem garoto Miko e sua família, que acaba envolvida na guerra para proteger nosso mundo. Miko ganha um apito que, nos momentos de perigo, usa para chamar Goldar e sua esposa, e também Gam, o menino-foguete, "filho" dos dois robôs, mais uma criação de Matuzen, que os auxilia nas batalhas.
Apesar de contar com um orçamento limitado, as histórias cativavam a audiência, e deixaram saudade em muita gente que assistiu ao seriado. Na década de 1990, Goldar ganhou uma nova versão, agora em animação, que durou 13 episódios, produzidos em 1993, que continuam inéditos até hoje no Brasil. A primeira caixa, que chega às lojas de vídeo agora em dezembro, traz 4 discos, com os primeiros 26 episódios da série, totalmente remasterizados, pelo preço de R$ 79,90. O áudio é apenas em japonês, uma vez que as dublagens da série se perderam após mais de 25 anos de ausência da TV, com opção de legendas em português. Uma pena, porém, que a Cult Classic não invista numa redublagem para estas séries antigas, pois ampliaria o alcance do material, além de aproveitar melhor o potencial do DVD, algo que era difícil de se promover nas fitas VHS. Não faria nada mal também incluir alguns extras, nem que fosse matérias sobre os bastidores da série, uma vez que produções desta época dificilmente teriam algum material deste tipo. Infelizmente, a Cult Classic é uma distribuidora pequena, e a produção deste tipo de material muito provavelmente só tornaria o produto mais caro.

DEVIR CONCLUI REPUBLICAÇÃO DE TARZAN DE JOE KUBERT



Tarzan, a famosa criação do escritor Edgar Rice Burroughs, já ganhou, desde sua estréia há cerca de um século atrás, diversas adaptações tanto no cinema quanto na TV e nos quadrinhos. Dos filmes, os mais famosos foram protagonizados por Johnny Weissmuller, enquanto na TV, o seriado mais lembrado foi estrelado nos anos 1960 por Ron Ely. Nos quadrinhos, uma das fases mais cultuadas do personagem foi nos anos 1970, quando teve suas aventuras publicadas pela DC Comics, que encarregou o artista Joe Kubert de escrever e desenhar suas aventuras. Estas aventuras começaram a ser republicadas no Brasil há poucos anos, quando a Devir Livraria lançou o primeiro volume de uma série de 3 edições que compilou as histórias do Homem-Macaco lançadas pela DC. Uma série que agora chega ao seu final, com o lançamento, por parte da Devir, do 3° e último volume da coleção, finalizando o ciclo de trabalho de Kubert no famoso herói das selvas.
TARZAN: O HOMEM-LEÃO E OUTRAS HISTÓRIAS tem um belo acabamento gráfico, com acabamento brochura com laminação brilhante e orelhas. O miolo é em papel off-set 90 g/m², no formato 16,5 x 24,0 cm, com 232 páginas totalmente recuperadas digitalmente e recolorizadas, utilizado guias das cores originais das publicações, o que garante a grande fidelidade artística do traço de Kubert, um dos gigantes dos quadrinhos americanos. O preço da edição é 43,50, e a distribuição é para comic shops e livrarias. Após ter sua publicação encerrada pela DC Comics, a Marvel adquiriu a licença para lançar as aventuras de Tarzan em quadrinhos, que durou pouco mais de dois anos, até ter sua publicação cancelada. Mas os fãs de Tarzan, e dos quadrinhos, agora tem a chance de acompanhar toda a célebre fase de Joe Kubert à frente do personagem, na coleção de 3 volumes lançada pela Devir. E não são poucas aventuras.
Neste volume que encerra a série, vamos conhecer um paraíso selvagem ao lado de um dos grandes mestres da narrativa gráfica, acompanhando o lendário Homem-Macaco enquanto ele tenta proteger duas belas atrizes e uma equipe de filmagem de Hollywood dos muitos perigos que espreitam as selvas africanas, para não mencionar um geneticista louco que chama a si mesmo de “Deus”! Ainda temos uma fiel adaptação para os quadrinhos de um dos mais clássicos romances do personagem: Tarzan e O Homem-Leão. Aliás, Joe Kubert foi extremamente competente na sua passagem pelas aventuras de Tarzan, sabendo como ninguém adaptar os vários livros escritos por Edgar Rice Burroughs em empolgantes aventuras nos quadrinhos que desenhou. Histórias como “A Fera da Lua”, “Selva de Gelo”, “A Erva Mágica”, “Julgamento de Sangue!” entre outras histórias em quadrinhos memoráveis, como a breve aventura de Korak, na qual o autor teve a chance de trabalhar ao lado de outras duas lendas dos quadrinhos: Bob Kanigher e Russ Heath!
Todas as histórias desta série de Tarzan criada e desenhada por Joe Kubert foi magistralmente lançada no mercado americano pela Dark Horse Comics na década passada, e foi muito feliz a opção da Devir em trazer tal material para cá, que há muito merecia ser revisto e conhecido pela atual geração de leitores de quadrinhos. Não apenas a qualidade artística de Joe Kubert é excelente, como as histórias são também um material que todo fã de quadrinho merece ter a chance de acompanhar. O trabalho de restauração das artes originais, bem como das cores, foi impecável, e estes eternos contos de aventura com certeza irão resgatar as emoções que os antigos fãs sentiram anos atrás, e ainda arrebatar as imaginações de incontáveis gerações futuras!
E uma edição como esta não ficaria completa se não trouxesse alguns materiais extras bem interessantes, e a Devir não deixou os leitores a ver navios: a edição traz uma matéria especial contando a história do personagem no nas novelas de rádio, no teatro e na TV, dos anos 1930 até os dias de hoje, além de uma biografia de Ron Ely, o ator que interpretou Tarzan no seriado de TV no final dos anos 1960, que teve parte de suas cenas rodadas no Brasil, inclusive! E tendo completado um século de existência no ano passado, o mito de Tarzan ainda desperta a paixão dos amantes de grandes aventuras em um mundo que, mesmo hoje no século XXI, ainda apresenta mistério e fascínio: a selva!

FILME DO JUIZ DREDD GANHA CONTINUAÇÃO EM QUADRINHOS



Os fãs do juiz mais durão da cidade futurista de Mega City 1, o Juiz Dredd, certamente ficaram desapontados pelo resultado fraco das bilheterias de sua versão para cinema, produzida no ano passado e estrelada por Karl Urban no papel-título. Como o filme praticamente não se pagou, as chances de rolarem uma continuação foram praticamente descartadas, o que enterrou os sonhos dos fãs de verem novamente Dredd nas telonas, pelo menos no futuro próximo. Mas, para quem assistiu e curtiu o filme, que está disponível no mercado de vídeo, eis que a história ganha uma "continuação" agora nos quadrinhos, na edição especial DREDD UNDERBELLY MOVIE SEQUEL ONE SHOT, que chega em breve às comic shops americanas em uma edição única, depois de ter sido publicada em duas partes na revista Judge Dredd Megazine, nas edições de setembro (340) e outubro (341), na Inglaterra.
O lançamento é da Rebellion Developments, e o preço da edição é de US$ 3,99. Escrito por Arthur Wyatt, veterano de publicações da 2000Ad, e desenhado por Henry Flint, esta é uma sequência que nenhum fã do juiz Dredd deve perder. Continuando com os eventos desencadeados de onde o filme terminou, a morte de Ma-Ma no confronto com Dredd deixou um vácuo de poder no submundo de Mega City 1, que agora motiva inúmeros outros grupos criminosos a uma luta desenfreada para assumirem o espaço deixado por Ma-Ma, e o explosivo mercado negro da droga Slo-Mo. Quando um depósito de cadáveres é descoberto, e revela-se que todos são mutantes, descobre-se uma possível conexão de contrabando que está trazendo material ilegal das próprias Terras Malditas para dentro de Mega City 1. Para chegar ao cerne desta questão, Dredd une forças novamente com a juíza Anderson para investigarem e desmantelarem a operação criminosa, podendo se meter em uma encrenca de proporções mais do que inesperada.
Arthur Wyatt explica que este Dredd, visto no filme, e que retorna nesta sequência em quadrinhos, é mais jovem que o personagem visto normalmente nas histórias, e por isso, ele é mais entusiasmado em suas ações, e não demonstra qualquer dúvida para com o sistema que trabalha, o que o leva a ser em vários momentos, irredutível e implacável. Sobre sua parceria com Henry Flint, Arthur declara que o desenhista é um dos "mais" de todos os artistas da 2000AD, e que trabalhar com ele neste projeto foi um sonho que se tornou realidade. O artista explica que tentou imitar o estilo de história desenvolvido no filme por Alex Garland, e mesmo não tendo trocado nenhuma idéia com ele, acredita que conseguiu chegar ao objetivo pretendido.
Produzido pela Lionsgate, o filme do Juiz Dredd teve um orçamento limitado, e com uma distribuição sofrível, amargou prejuízo nas bilheterias, inclusive no Brasil, onde a Paris Filmes também não deu o devido tratamento que a produção merecia. Para piorar, a versão em vídeo lançada no mercado nacional nem teve extras, tanto nas versão DVD quanto em Blu-Ray. Já nos quadrinhos, Dredd vem tendo mais sorte, com suas aventuras sendo publicadas mensalmente na nova revista Juiz Dredd Magazine, lançada pela Mythos Editora, que já está na sua 7ª edição, e com planos mais ousados para trazer aos leitores nacionais mais aventuras do juiz mais temido de Mega City 1.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ARMA X E REINO DO AMANHÃ GANHAM EDIÇÕES DEFINITIVAS



Quem curte as chamadas "Edições Definitivas" que a Panini Comics tem lançado no mercado nacional de quadrinhos certamente terá motivos para comemorar neste mês de novembro. A multinacional italiana anunciou o lançamento de pelo menos duas grandes aventuras dos quadrinhos para este mês, que farão a alegria de marvetes e decenautas. Para quem é fã da Marvel, a boa nova é o lançamento de ARMA X - EDIÇÃO DEFINITIVA, aventura estrelada pelo mutante favorito dos fãs, Wolverine, e que para muitos é a verdadeira "origem" do personagem. Em formato americano, com capa dura, e cerca de 156 páginas, com miolo em papel couché, a edição compila a minissérie "Weapon X", roteirizada e desenhada por ninguém menos do que Barry Windsor-Smith. O preço da edição é R$ 48,00, e o lançamento é voltado para livrarias e gibiterias.
Publicada em 1991 em 12 partes dentro do título Marvel Comics Presents, a história mostra como Logan adquiriu seu esqueleto inquebrável e suas mortais garras metálicas. Aprisionado por um grupo com propósitos escusos, o mutante é transformado em uma máquina de matar, tendo suas memórias e vontade completamente destroçadas, ao mesmo tempo em que seu esqueleto é recoberto pelo metal indestrutível chamado adamantium, ganhando também suas mortíferas garras feitas do mesmo metal. Com sua consciência aniquilada, e doutrinado para se tornar o primeiro de uma geração de armas mortais, Logan empreende uma luta para conseguir recuperar a si próprio, e voltar a ser uma pessoa, ao invés de ficar reduzido ao estágio animal de sua mente. As consequências da manipulação de sua mente, e do processo de implantação do adamantium em seu corpo foram sentidas por muitos anos, e para os fãs do personagem, esta história foi durante muito tempo o que mais se aproximou da origem do herói que seria conhecido como Wolverine. Decisões editoriais posteriores da Marvel, contudo, reviraram por completo o passado de Logan, com histórias muito fracas, e até mesmo introduzindo garras de osso como parte dos poderes mutantes do personagem, numa exploração exagerada em cima do mutante mais popular do Universo Marvel.
Com histórias mais recentes colocando até suas manipulações de memória oriundas do programa Arma X em xeque, não é de estranhar que a grande maioria dos fãs tenha preferência em ver esta história como a melhor origem do personagem. E uma prova disso é que até hoje a Marvel fica inserindo retcons no passado de Logan, adicionando informações por vezes a torto e a direito, com resultados de qualidade discutível, como a história recentemente publicada na edição nacional do título do personagem no mês passado (Wolverine N° 107), quando o vilão Romulus revela a Wolverine que o programa Arma X foi idéia do próprio Logan, com a intenção de criarem uma raça de mutantes mais evoluída com o objetivo de criar um império de dominação por uma raça superior não só sobre os humanos, mas também sobre os outros mutantes. Mais loucura que isso, impossível.
Arma X já foi publicado duas vezes pela Editora Abril na década de 1990, e uma vez pela Panini, há cerca de 10 anos. E quem não teve chance de conferir a história naquelas ocasiões tem agora uma excelente chance de conferir novamente trama, que se não é uma obra-prima, certamente é superior a muita coisa que a Marvel andou publicando sobre o mais invocado dos X-Men nas últimas duas décadas. E com direito a vários extras, que infelizmente não foram divulgados pela editora até o fechamento desta matéria, mas que certamente devem garantir um brilho adicional à edição.
O outro lançamento é O REINO DO AMANHÃ - EDIÇÃO DEFINITIVA, para alegria dos fãs do Universo DC. Com roteiros de Mark Waid, e a estonteante arte pintada de Alex Ross, esta é uma das histórias mais cultuadas pelos decenautas. Depois de impressionar os fãs dos quadrinhos com sua bela arte na minissérie Marvels, Alex Ross conseguiu repetir a dose para alegria dos fãs dos heróis da DC Comics, em uma história que nada fica a dever em qualidade ao trabalho visto em Marvels. Lançada nos Estados Unidos em 1996, esta obra foi publicada pela Editora Abril no ano seguinte no mercado nacional, como minissérie, ganhando algum tempo depois uma versão encadernada. Na década passada, a Panini, que já havia passado a publicar também os heróis DC, lançou uma nova edição da história, com direito a alguns sketches de Alex Ross na criação das versões dos heróis DC para a história como extras. A nova edição de O Reino do Amanhã terá, além da tradicional capa dura, nada menos do que 336 páginas, com miolo em papel couché, no formato 19,5 x 30,0 cm, pelo preço de R$ 89,00. Assim como a versão definitiva de Arma X, esta também terá distribuição voltada para as gibiterias e livrarias, um mercado que a Panini tem conseguido explorar de maneira bastante satisfatória nos últimos anos, ajudando a compensar parcialmente a queda de vendagem nas bancas tradicionais.
Em O Reino do Amanhã, somos apresentados a um futuro próximo do Universo DC. A Terra assiste à ação de uma nova geração de super-heróis que, infelizmente, não hesita em abusar da violência para deter os criminosos. A velha geração de superseres retirou-se da ativa, com o Super-Homem tendo se recolhido ao isolamento de sua Fortaleza da Solidão após ver o Coringa matar sua amada Lois Lane. Sem o exemplo edificador do Homem de Aço, surgiu um novo herói de métodos questionáveis, Magog, e sob sua influência, os novos super-heróis passaram a abusar de suas forças. Quando uma tentativa de cercar um vilão transforma o Estado americano do Kansas em um deserto radioativo, a Mulher-Maravilha interrompe o isolamento de Kal-El para lhe mostrar que ele e os antigos heróis são mais necessários do que nunca para restabelecer o equilíbrio do planeta. Conseguindo tirar o último Filho de Krypton de seu exílio auto-imposto, a reaparição do Super-Homem causa um tremendo impacto, e junto dos velhos heróis, que retornam à ativa, inicia um confronto de ideais e ações com a nova geração de superseres, que pode se mostrar tão prejudicial quanto as atitudes irresponsáveis dos atuais heróis. À espreita dos acontecimentos, o antigo herói e espírito vingador conhecido como Espectro, tendo visões e prenúncios de que o cataclisma total se aproxima com os eventos em curso, associa-se ao reverendo Norman McCay, para tentar recuperar a percepção e os sentimentos humanos que já teve em vida, e com isso encontrar a resposta para evitar a destruição de nosso mundo. E os vilões, coordenados por Lex Luthor, sempre à espreita, observam a situação, esperando pela primeira oportunidade de se livrarem tanto dos novos quanto dos antigos heróis, e assumirem o controle de tudo, ajudando a complicar ainda mais as chances de um desfecho pacífico. E que papel escuso nesta trama tem um dos mais poderosos heróis já conhecidos, que tinha no trovão sua marca característica, e que parece estar ao lado dos vilões. E o Batman, que reuniu um verdadeiro exército de robôs vigilantes para impôr a ordem, e tem seus próprios motivos para discordar dos planos do Super-Homem e seus aliados de "disciplinar" a ferro e fogo, se necessário, a nova geração de heróis, como poderá ser o fiel da balança na batalha que poderá decidir o futuro de tudo?
Sem dúvida, uma história para agradar não apenas àqueles que curtem as batalhas épicas dos heróis contra os vilões, mas que apreciam uma boa história, onde nem tudo é o que parece ser, e as nuances dos acontecimentos desencadeados podem tanto ser positivos quanto negativos. É uma história que todo fã apreciador de quadrinhos deve ter em sua estante. Obviamente, o preço de capa desta edição não é exatamente popular, mas o título de "Edição Definitiva" dificilmente seria de uma opção com acabamento mais em conta. O preço é justo, mas poucos leitores em nosso país podem adquirir este tipo de edição. Não dá para culpar a Panini pelos preços não serem os mais aceitáveis, mostrando que a realidade do mercado de quadrinhos em nosso país, assim como a complexidade de várias boas histórias que tem sido trazidas por estas edições de luxo, é igualmente complicada de se lidar, estando muito além do controle da editora.


Tanto Arma X quanto O Reino do Amanhã são boas histórias, e seus relançamentos em edições de luxo são mais do que bem-vindas, uma vez que as mais recentes histórias que são publicadas tanto da Marvel quanto da DC andam apresentando um nível bem insatisfatório em sua maioria, para azar dos apreciadores de quadrinhos.         

SÉRIE "O JUDOCA" GANHA CAIXA DE DVDS



                A distribuidora Cult Classic continua apostando nas produções japonesas antigas para reforçar seu catálogo de títulos no mercado de vídeo nacional. Depois de surpreender recentemente lançando a série completa de Don Drácula, e uma caixa trazendo os primeiros episódios de Fantomas, eis que neste mês de novembro a distribuidora traz para os saudosistas a série "O JUDOCA", outra produção das antigas da Terra do Sol Nascente.
                Produzida pela Tatsunoko Productions, o mesmo estúdio que criou a série Speed Racer, Kurenai Sanshiro (seu título original) foi exibida na TV japonesa de abril a setembro de 1969, pelo canal Fuji Television. Na história, o jovem Sanshiro (Sam, na versão nacional) encontra seu pai, mestre de judô de uma academia (dojo) assassinado. Ao lado de corpo de seu pai, ele descobre um olho de vidro, e reunindo as poucas pistas que encontra, descobre que seu pai foi morto por um sujeito de um olho só chamado Caolho. Praticante de artes marciais, ele simplesmente põe o pé na estrada para descobrir o paradeiro do assassino que matou seu pai, e assim, vingar a honra da família. No caminho, ele conta com a ajuda de um garoto chamado Ken, que se torna seu companheiro de aventuras, ao lado do cachorro Xereta. Em sua jornada, Sam acaba enfrentando vários adversários e bandidos, sempre evoluindo sua arte de combate, enquanto procura por pistas que o levem ao assassino de seu pai. A série teve 26 episódios, culminando com o tão esperado confronto entre Sam e o famigerado Caolho, a quem perseguiu durante toda a série. Criada por Tetsuo Yoshida, O Judoca aproveitou o estilo e boa parte dos character design da série Speed Racer, o que explica a semelhança entre o jovem praticamente de judô e o mundialmente famoso piloto do Match 5, sendo que em um dos episódios, aparece até o mesmo inspetor de polícia que muitas vezes recorria à ajuda de Speed para desvendar um caso.
                No Brasil, a série foi exibida por vários canais, entre os quais a TV Tupi, a Record, e a TV Gazeta, onde deu as caras pela última vez, há mais de vinte anos, nunca mais tendo sido reprisado, tanto na TV aberta quanto na TV por assinatura. E agora quem curtiu as aventuras do jovem judoca Sam terá enfim a chance de rever a série, com este lançamento da Cult Classic. A caixa traz 4 discos, contendo todos os 26 episódios, ao preço de R$ 79,90. O ponto negativo do lançamento é que não há áudio em português. Os episódios trazem o áudio em japonês e francês, além da opção de legendas em português e francês. Infelizmente, a dublagem em português da série, feita no estúdio Technisom, se perdeu ao longo dos anos, e por ser uma distribuidora de pequeno porte, a Cult Classic não providenciou uma nova dublagem, o que aumentaria o apelo do lançamento.
                Mas a Cult Classic é uma distribuidora com um nicho específico de atuação, que como o nome diz, são as produções antigas, os "clássicos". E como tal vem fazendo uma trabalho satisfatório, disponibilizando para o público saudosista produções que dificilmente seriam lançadas por outras distribuidoras nacionais. No ano passado, ela lançou uma caixa com toda a série do Robô Gigante, um dos mais cultuados seriados de live-action japonês dos anos 1960, e mais recentemente, anunciou planos de lançar outras séries clássicas da animação japonesa, como a produção "O Oitavo Homem", outra série de anime produzida nos anos 1960, e que deverá chegar em breve às lojas de vídeo nacionais. Em um momento em que os amantes das animações japonesas contam contam nos dedos os lançamentos que saem no mercado nacional, a iniciativa da Cult Classic é por demais bem-vinda, e que continuem a trazer outras séries que foram exibidas por aqui há muito tempo atrás, para alegria dos saudosistas e fãs dos animes.