sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PLAYARTE LANÇA NOVA SÉRIE DOS CAVALEIROS DO ZODÍACO



Um dos maiores sucessos da animação japonesa em todos os tempos no Brasil, a série Cavaleiros do Zodíaco, perto de completar 20 anos de sua estréia em nosso país, mostra que ainda tem fôlego para conquistar os fãs dos animes. E não apenas por aqui, mas no Japão também, onde está mostrando uma longevidade até inesperada para uma série lançada na segunda metade da década de 1980, e que só na década passada teve sua produção retomada para encerrar em anime a adaptação do mangá original de Masami Kurumada. Mas, de lá para cá, as aventuras de Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki, os cavaleiros defensores de Athena, a protetora da Terra, levaram à produção de novas aventuras animadas, das quais a mais recente é Saint Seiya Omega, produção lançada no ano passado no Japão, e que dá sequência às aventuras dos sagrados defensores de Athena, uma geração depois das aventuras vividas por Seiya & Cia.
E é esta série que agora chega ao mercado de vídeo nacional, com o título CAVALEIROS DO ZODÍACO - ÔMEGA, pela Playarte, a mesma distribuidora que lançou por aqui praticamente toda a série original, feito raríssimo em se tratando de uma produção tão longa quanto foi Cavaleiros do Zodíaco. Praticamente tudo da série original foi lançado por aqui, todos os episódios de TV, especiais de vídeo e longas para cinema. A Playarte só deixou de lançar em vídeo a série Lost Canvas, cujos DVDs acabaram saindo pela Flashstar. Mas, refazendo-se da bobeada, não perdeu tempo e garantiu para si os direitos da mais nova série dos Cavaleiros, que chega este mês às lojas em um box com 3 discos, contendo os 12 primeiros episódios da nova saga dos cavaleiros de Athena.
Os discos trazem o áudio original em japonês, e dublagem em português, feita no estúdio DuBrasil, que foi encarregado da dublagem das últimas produções dos Cavaleiros, e tem opções de legendas em português. Como extras, há um making of da dublagem brasileira, aberturas e encerramentos originais, o especial "Larissa Tassi: A Cantora dos Cavaleiros", letras das musicas, além de uma homenagem aos cavaleiros de ouro, junto com um preview dos próximos episódios. O box tem preço de R$ 99,90 nas lojas e distribuidoras. Há também a opção de venda avulsa dos discos do box, que podem ser encontrados por cerca de R$ 40,00, como já ficou comum nos lançamentos da distribuidora brasileira.
Produzida pela Toei Animation, o mesmo estúdio da série original dos Cavaleiros, a série Omega estreou em março do ano passado, com o intuito de conquistar uma nova geração de fãs, ao mesmo tempo em que oferecia novas aventuras dos defensores de Athena ao velhos fãs. Mesmo com algumas opiniões divididas entre estes, pelas mudanças efetuadas em relação a algumas das características da série original, Omega conseguiu cativar o público, a ponto de ainda estar em produção no Japão, já tendo passado da marca de 70 episódios, mostrando que a odisséia dos cavaleiros ainda tem muito a render. E, confirmando a força da série, ela já estreou também em outros países, como a França e a Espanha, onde a série original fez muito sucesso também, antes de aportar no Brasil em 1994.
Na nova aventura, vários anos se passaram desde o fim das batalhas mostrada na série original. Saori, a atual reencarnação da deusa Athena, protetora da Terra, descansa no Santuário quando surge uma nova e perigosa ameaça: Marte, o deus da Guerra, que tem o intuito de dominar nosso mundo. Athena tenta enfrentar o inimigo, mas é ferida por Marte, e quando este pretende liquidar com a deusa, surge Seiya, agora o Cavaleiro de ouro de Sagitário, para defendê-la. Apesar do poder superior de Marte, Seiya frustra os planos do vilão, que aparentemente é derrotado. Uma década e meia depois, Saori acompanha os treinamentos de um jovem rebelde chamado Kouga, que está sendo ensinado por Shina, a Amazona de Cobra, a ser um cavaleiro. É quando Marte retorna para continuar a batalha, e com Seiya desaparecido, cabe agora a Kouga encarar seu destino e se tornar o novo Cavaleiro de Bronze de Pégaso, assumindo a nova armadura da constelação que já pertenceu a Seiya um dia. Com Athena capturada por Marte, caberá ao jovem cavaleiro novato aprender a dominar os poderes do cosmo, e reunir forças com outros jovens e novos cavaleiros para não apenas resgatarem Athena, mas vencerem as forças do mal comandadas por Marte, que não medirá esforços para dominar nosso mundo. Assim, começam as aventuras de uma nova e destemida geração de cavaleiros destinados a defender a Terra das forças do mal.
A série original dos Cavaleiros foi um verdadeiro estouro quando estreou na TV Manchete em 1994, promovendo uma revolução no modo como os animes eram vistos no Brasil, incentivando a vinda de inúmeras séries na TV brasileira. Reprisada por quase 4 anos à exaustão, o anime voltou praticamente 10 anos depois no Cartoon Network, e ganhou nova exibição na TV aberta pela Bandeirantes, exibindo-se não apenas a série original como também a Saga de Hades, produzida no início da década passada. Lançada no mercado de vídeo nacional, mostrou a força de seus protagonistas, vendendo mais de 300 mil discos, sucesso que motiva agora a Playarte a investir na mais nova saga dos defensores de Athena, que ainda não tem previsão de ser exibida em alguma emissora, seja aberta ou fechada.


Mas, no que depender dos fãs nacionais, Ômega tem tudo para fazer jus à tradição de sucesso da série no Brasil. E com isso saírem mais volumes em vídeo no mercado nacional, o que não é pouca coisa, se levarmos em conta o panorama atual das animações nipônicas no nosso país.

JBC REPUBLICARÁ GUERREIRAS MÁGICAS DE RAYEARTH



                Depois de relançar, em formato tankohon completo, e com um tratamento gráfico mais acurado uma de suas primeiras séries de mangá lançadas no mercado nacional, Card Captor Sakura, a JBC Editora parece ter tomado gosto pela coisa, e a iniciativa de trazer de volta às bancas as aventuras da jovem estudante Sakura Kinomoto em seu desafio para reunir as cartas mágicas Clow, que inadvertidamente acabou liberando ao deslacrar um livro de magia, foi seguida pela republicação de outra série que também havia marcado a estréia da editora no mercado nacional de mangás, Rurouni Kenshin, publicado originalmente com o título de Samurai X em nosso país, nos mesmos moldes gráficos do relançamento de Sakura. Em seguida, foi a vez de Love Hina, sucesso do mangaká Ken Akamatsu, retornar às bancas nacionais, seguindo o mesmo modelo. A editora também relançou, em um formato destinado a livrarias, a série Death Note, mesmo decorrendo pouco tempo de seu lançamento no Brasil, ao contrário das demais obras. E agora, a editora nipo-brasileira ataca com mais um relançamento, trazendo novamente para os leitores outra série com a qual fez sua estréia na publicação de mangás em nosso país: Guerreiras Mágicas de Rayearth.
                Lançado no formato meio-tankohon, estratégia utilizada para baratear o lançamento dos mangás na época, Rayearth teve 12 edições, trazendo a versão original das aventuras de Lucy, Marine, e Anne, três estudantes de Tóquio que acabam sendo transportadas para o distante mundo de Zephir com a missão de se tornarem guerreiras mágicas lendárias e salvarem aquele mundo da destruição total. Agora, a obra será relançada em 6 edições. Assim como Sakura e Kenshin, Rayearth foi escolhido para ser lançado pela editora devido ao fato de a versão em anime já ter sido exibida no Brasil, entre 1995 e 1996, tendo sido veiculada no canal TVS/SBT, que transmitiu todos os 49 episódios da série. Posteriormente, a série ganhou uma produção especial para vídeo, composta de 3 episódios, trazendo uma versão completamente diferente da história, que permanece inédita até hoje no Brasil. A série de TV ganhou lançamento no mercado de VHS à época, com uma versão resumida da primeira fase da história, que teve 20 episódios, mas nunca foi lançada em DVD, assim como também nunca mais teve uma reexibição na TV nacional, aberta ou paga.
                O anúncio do lançamento deixou vários leitores desapontados, pois a JBC afirmou que iria anunciar um "novo" título a ser lançado, e acabou sendo o anúncio de um relançamento. Não que a série não mereça ser relançada, em formato gráfico mais decente, como a editora tem feito com alguns títulos, mas poderia ter comunicado que seria um relançamento, e não ter  deixado o pessoal com a expectativa de um novo título inédito no mercado. A editora não confirmou maiores detalhes de como será a nova versão de Rayearth, nem o preço definido, ou a data de quando chegará às bancas, mas não deve demorar a fazê-lo. Com a republicação desta série, a JBC terá relançado em formato melhorado 3 das 4 séries com as quais debutou no mercado nacional de mangás, há mais de 10 anos. Ficará faltando apenas Video Girl Ai para completar a lista de títulos. Pelo fato de ter sido lançada há tempo tempo, a republicação desta que foi uma das mais famosas obras do grupo CLAMP é bem-vinda, mas os leitores esperam que a editora não esmoreça no sentido de lançar títulos inéditos no Brasil.

MYTHOS LANÇA NEXT MEN, DE JOHN BYRNE



              Este ano os leitores nacionais têm tido a oportunidade de verem materiais bem diversificados nas bancas. Depois de acompanharem a estréia dos quadrinhos da Valiant pela editora HQM, e do material da publicação 2000AD pela Mythos em Dredd Magazine, esta última editora agora lança em outubro um belo encadernado com a série NEXT MEN, de autoria de John Byrne, desenhista e roteirista famoso pelas suas passagens pelas séries do Quarteto Fantástico e do Super-Homem nos anos 1980. JOHN BYRNE'S NEXT MEN - EDIÇÃO DE LUXO chega às gibiterias e livrarias agora em outubro, compilando as edições 0 a 12 da série original, publicada em 1992 pela Dark Horse Comics nos Estados Unidos. Com capa dura, e 312 páginas, no formato 18,5 x 27,5 cm, a edição terá preço de R$ 99,90, um valor bem salgado para a maioria dos leitores tupiniquins.
                Em uma instalação ultrassecreta do governo dos Estados Unidos, cinco jovens despertam repentinamente para um mundo muito diferente daquele onde acreditavam viver. Com todas as suas recordações remontando a uma vida aparentemente fantasiosa, eles não sabem como ou por que foram aprisionados. Dotados de poderes sobre-humanos, eles só têm a certeza de que precisam fugir de seus desconhecidos captores... e se preciso, não hesitarão em matar quem tentar impedi-los! Quem ou o que são os Next Men? Um pretenso malfadado experimento condenado à extinção? O ápice da evolução humana? Os heróis do futuro... ou talvez a pior ameaça que a humanidade já enfrentou? Ou tudo isso ao mesmo tempo?
                É hora de conhecer este novo e intrigante grupo de jovens: Nathan, que possui olhos mutantes que lhe permitem ver diversos espectros da luz, e que lidera o grupo; Jasmine, uma super-acrobata com incrível agilidade; Jack, possuidor de super-força, mas incapaz de controlá-la plenamente; Bethany, dotada de invulnerabilidade; e Danny, que pode correr a velocidades super-humanas. Com a ajuda de uma agente do governo americano, estes jovens iniciam uma jornada perigosa na busca por descobrirem seu lugar no mundo real. A série original publicada pela Dark Horse teve 30 edições na década de 1990. Em 2010, a série foi retomada pela IDW Publishing, com mais 14 números, além da republicação de todo o material da série original em edições de luxo encadernadas, como a que a Mythos está lançando agora em outubro. Apesar do tema batido de super-heróis, não deixa de ser um material interessante. Pena que o preço praticado pela editora brasileira não seja dos melhores.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

POWER RANGERS COMEMORA 20 ANOS DA FRANQUIA



Power Rangers Megaforce comemora 20 anos da franquia.


Por Adriano de Avance Moreno

            A franquia Power Rangers, estrelada por heróis multicoloridos que entra ano, sai ano, defendem nosso mundo das forças do mal, quem diria, está comemorando 20 anos de existência. Surgida em 1993, pelas mãos de Haim Saban e Shuki Levy, a série adaptava para o mercado estadunidense a série Super Sentai japonesa Zyuranger. Diferente das adaptações convencionais, Power Rangers se caracterizou por trocar praticamente toda a história e atores das séries originais, substituindo as cenas com atores japoneses por outras filmadas com atores americanos. Utilizando as cenas de luta, e as fantasias dos heróis e vilões originais da produção japonesa, os roteiros foram todos reescritos para se encaixarem na nova produção. A justificativa de Saban era que os americanos nunca aceitariam assistir uma série onde os heróis eram japoneses, e não eles, os americanos. Colaborou para este tipo de raciocínio o fato de Saban já ter tentado antes negociar outras séries de tokusatsu com as emissoras americanas, e tendo sempre recebido respostas negativas, até mudar de tática e fazer esta adaptação para tentar emplacar a série nos Estados Unidos, finalmente conseguindo vencer a resistência dos executivos.
            Verdade ou não, com um uso intensivo de marketing e extensa gama de produtos licenciados, inclusive diversos tipos de brinquedos, a série, que estreou em agosto de 1993, no bloco infantil do canal pago Fox, o Fox Kids, fez um sucesso estrondoso, e a partir de então, nos anos seguintes, o esquema foi sendo repetido. Para a segunda temporada da produção, passaram a usar cenas de luta e o uniforme de um dos heróis de Dairanger, a série Super Sentai seguinte a Zyuranger. Mais um ano seria feito neste esquema, utilizando ainda os uniformes de Zyuranger para os heróis, até que no 4º ano, mudaram todo o visual, utilizando os uniformes da série Kakuranger por um breve período, e em seguida passando a usar o visual dos heróis da série OHRanger, iniciando a fase Zeo; e a partir dali, todo ano, trocando os uniformes, armas, poderes e robôs, e até os personagens, que a partir da série Galáxia Perdida, já não tinham mais ligação com as séries anteriores. Passando a seguir um estilo mais similar às séries originais nipônicas, cada nova temporada passou a trazer novos heróis e vilões, sendo praticamente independente das temporadas anteriores, com raras exceções, permitindo ocasionalmente um ou outro encontro de personagens de algumas fases em episódios especiais. A fama da série era tamanha que, logo durante sua segunda temporada, foi produzido um filme para cinema, com apuro técnico e efeitos especiais muito superiores, que cativou os fãs ainda mais. Alguns anos depois, o esquema foi repetido, com a produção de um segundo filme, abrindo a fase Turbo, mas sem conseguir repetir o mesmo desempenho ou mostrar as mesmas qualidades de roteiro e efeitos exibidos no primeiro filme.
No dia 28 de agosto de 1993, esta turma disse pela primeira "É hora de morfar!", e este grupo de adolescentes (acima) se transformaria em incríveis super-heróis (abaixo), dando início à franquia.

           No início da década passada, a Disney comprou a série, passando a produzi-la desde então. Mas, no final da mesma década, a franquia já dava sinais de desgaste, com os índices de audiência caindo, e com o péssimo resultado da versão “remasterizada” da primeira temporada, com novos e duvidosos efeitos visuais, todos apostavam que Power Rangers encontraria seu fim. Mas então Haim Saban voltou à cena, comprou a franquia de volta, e numa associação com o canal pago Nickelodeon, praticamente ressuscitou a série com a adaptação de Shinkenger, lançando a fase Samurai, seguida por um upgrade em Super Samurai, nos últimos dois anos. E agora, para celebrar o vigésimo ano da série original, eis que foi lançada, no início deste ano, Power Rangers Megaforce, a mais nova produção da franquia, que praticamente presta várias homenagens à primeira série que deu origem à franquia.
A apresentação dos atores da série Megaforce: defendendo o legado de duas décadas.
            Adaptada do Super Sentai Goseiger, Megaforce apresentou novamente heróis adolescentes, em idade colegial. Quando uma horda de alienígenas resolve invadir a Terra, comandados pelo perverso Almirante Malkor, Gosei, uma entidade que tem a obrigação de proteger nosso mundo, recruta 5 jovens adolescentes para receberem superpoderes e defender nosso mundo. Treinado por Zordon, que foi o mentor dos heróis da primeira série da franquia, Gosei encontra os escolhidos para se tornarem os protetores de nosso mundo. Assim, nasce uma nova equipe de Power Rangers: Troy, o Megaforce Ranger Vermelho, líder do novo grupo; Noah, o Megaforce Ranger Azul; Gia, a Megaforce Ranger Amarela; Emma, a Megaforce Ranger Rosa; e Jake, o Megaforce Ranger Preto. Sob a tutela de Gosei, e contando com a ajuda de Robô Knight, e Tensou, duas entidades robóticas que são auxiliares de Gosei, os novos rangers partem para a luta contra os alienígenas.
            Assim como foi feito na primeira série, em 1993, e no ressurgimento da franquia, há dois anos atrás, foi feito um esquema massivo de marketing para divulgar a produção, com toda uma leva de brinquedos e demais produtos licenciados chegando ao mercado, e “participação”dos rangers em diversos eventos pelos Estados Unidos, como na parada do Dia de Ação de Graças, e ainda promoveram um “tour” dos Rangers Vermelhos de todas as séries pela cidade de Nova Iorque, com muitas cenas inusitadas dos heróis divulgando a produção pela “Big Apple”. Diferente da primeira série, que tinha uma produção até modesta se comparada à versão original japonesa, inclusive com diferenças na qualidade de vídeo devido aos recursos financeiros serem limitados, agora a versão americana se tornou tecnicamente muito melhor produzida e bem feita, graças aos imensos lucros obtidos nestas duas décadas de veiculação no mundo inteiro, com direito a efeitos especiais e mixagem das cenas japonesas com as americanas muito mais difíceis de serem distinguidas, além dos uniformes de heróis e vilões serem praticamente idênticos aos originais japoneses. A nova série Megaforce estreou no dia 2 de fevereiro, no canal pago da Nickelodeon nos Estados Unidos, e só deve chegar ao Brasil no ano que vem, pela filial brasileira do canal, que está exibindo as fases Samurai e Super Samurai. Na TV aberta nacional, não há expectativa de estréia da nova série tão já. A Bandeirantes adquiriu os direitos de exibição da franquia, mas a veiculação das séries não tem sido muito regular, oscilando de acordo com a programação do canal nos últimos tempos.
Durante 3 temporadas, os heróis usaram os uniformes da série Sentai Zyuranger, pegando elementos não apenas desta série, mas também de Dairanger e Kakuranger.
            No Brasil, Power Rangers estrearia em 1994, no canal pago Fox. No ano seguinte, estrearia na TV aberta, na TV Globo, e a exemplo do que aconteceu nos EUA, também causou furor, dividindo parte das atenções do público infantil e adolescente naquele ano com a série de anime Cavaleiros do Zodíaco, líder absoluta da preferência do público pelas séries de super-heróis na TV. Na TV paga, o seriado migraria depois para o novo canal Fox Kids, que mais tarde mudaria de nome para Jetix, e depois, Disney XD. Com a recompra da franquia por Haim Saban e a nova associação com a Nickelodeon, Power Rangers passou a ser exibido pela filial brasileira do canal. Na TV aberta, a franquia ficou vários anos sendo exibida pela TV Globo, que sempre exibia as séries com um ano de atraso em relação à TV por assinatura, mas há algum tempo atrás, a emissora carioca tirou a série da programação, e a Bandeirantes adquiriu os direitos, tendo exibido então diversas fases da franquia nos últimos tempos.
Power Rangers Zeo: Trocando todo o visual anualmente a partir de então.
            No Brasil, os fãs ficam divididos em relação à série. Os mais velhos, tendo conhecido algumas das séries Super Sentai que foram exibidos nos tempos áureos da TV Manchete, costumam repudiar a versão americana, por “desvirtualizar”, na opinião deles, as séries originais japonesas, que consideram muito melhores. Para os mais novos, que nunca viram as produções nipônicas, isso não faz muita diferença. Ao longo dos anos, contudo, Power Rangers soube apresentar algumas histórias que foram consideradas muito boas, e a qualidade de cada fase, logicamente, tem altos e baixos no que tange às histórias apresentadas. Outra queixa de alguns fãs é que com o advento de Power Rangers, as empresas não têm mais investido em trazer as séries japonesas para cá. O motivo é econômico e de ordem prática: sai muito mais barato licenciar a série americana, e os japoneses sempre costumam ser muito mais complicados quando se negocia os direitos de alguma produção, enquanto os americanos costumam ser muito menos exigentes e burocráticos.
 
Power Rangers Lost Galaxy: Uma das séries mais bem produzidas.
          
Nos seus 20 anos, Power Rangers ainda exibe um grande fôlego, especialmente depois da retomada da franquia por Haim Saban. Prova disso é que no ano passado foram lançados dois boxes com as primeiras 7 temporadas da produção, que tiveram vendas excelentes, sendo necessárias até mesmo tiragens adicionais para atender a demanda. E para breve já está programado o lançamento de um novo box no mesmo esquema, com as 7 temporadas seguintes, além de uma edição especial de colecionador, com uma reprodução do capacete do Ranger Vermelho da primeira temporada, trazendo todas as séries da franquia, de Mighty Morphin até Samurai, para fã nenhum botar defeito. E o rol de produtos licenciados é bem grande: já houve revistas em quadrinhos, jogos para videogame, fantasias infantis e adultas, jogos de tabuleiro, etc. Ainda não vai ser desta vez que os heróis serão vencidos pelas forças do mal, ao que parece, nem serem derrubados pelos índices de audiência, ou de venda de produtos. A fama da versão ocidental das séries Super Sentai chegou até mesmo ao Japão, onde Power Rangers teve algumas de suas fases lançadas no mercado japonês de vídeo, e também exibidas na TV nipônica, conseguindo até mesmo cativar os orientais.
Power Rangers Dino Thunder: retorno ao tema dinossauro e de um ranger veterano, Tommy.
            A Toei Company, produtora das séries Super Sentai, fatura duplamente: licencia as séries para serem adaptadas pela Saban Brands, atual produtora da versão americana, e colhe dividendos com a apresentação e venda de Power Rangers no Japão, que inclusive tem ganhado até a simpatia dos japoneses pela adaptação de um de seus ícones da cultura jovem, as séries Super Sentai. E a Bandai, que fabrica a maioria dos brinquedos da série, ganha ainda mais, potencializando a venda dos seus produtos em escala mundial, e não apenas restrita ao mercado japonês e países vizinhos, onde costumam ser veiculados com mais frequência as séries originais japonesas.
 
Power Rangers RPM foi a última série produzida pela Disney.
          
O sucesso da empreitada de Power Rangers até incentivou Haim Saban a tentar a mesma estratégia com outras séries de tokusatsu. Comprou os direitos de Spielvan e Metalder, e depois, Sheider, e os juntou todos em V.R. Troopers. A série Kamen Rider Black RX também foi adaptada, sendo transformada na versão Masked Rider. Contudo, nenhuma destas outras adaptações fez o mesmo sucesso de Power Rangers. E a comemoração de 20 anos da série, agora em 2013, mostra que não basta apenas fazer qualquer adaptação para conquistar o mercado. E enquanto no Japão a franquia Super Sentai está perto de completar 40 anos (este ano foi lançada a 37ª série, Kyoryuger), Power Rangers tem tudo para continuar seguinte em frente assim como sua versão original japonesa, ainda mais que no atual momento, já existem as séries Gokaiger e Go-Busters para serem adaptadas. Aliás, Gokaiger já está sendo adaptado para se tornar a segunda temporada de Megaforce, com o título de Power Rangers Super Megaforce, onde os heróis ganharão a habilidade de incorporarem o visual e os poderes de rangers do passado, grande mote da série Gokaiger, onde seus integrantes podiam usar os poderes e habilidades dos heróis Sentai que os precederam. E o ponto alto foi o encontro dos heróis atuais com alguns dos heróis das equipes Power Rangers do passado, em um momento especial que contou com a participação de vários dos atores que atuaram nos paéis dos heróis da franquia, com destaque para David Jason Frank, que retornou ao papel do Ranger Verde da primeira série. Os fãs aguardam ansiosamente pela nova temporada, que só deve ser exibida ano que vem, uma vez que Megaforce, depois de uma pequena pausa, voltou a ser exibida na TV americana nos últimos dias, e ainda não teve sua temporada exibida por completo na TV. Portanto, preparem-se para assistir a muitos heróis coloridos ainda pela frente.
Power Rangers Samurai: De volta às mãos de Haim Saban, para reerguer a franquia.

Confira abaixo os anos e as fases de Power Rangers, e suas correspondentes séries originais japonesas de onde foram adaptadas as produções da franquia:

ANO
FASE
SÉRIE ORIGINAL JAPONESA
1993
Mighty Morphin Power Rangers
Kyouryuu Sentai Zyuranger
1994
Mighty Morphin Power Rangers (2ª Temporada)
Gosei Sentai Dairanger
1995
Mighty Morphin Power Rangers (3ª Temporada)
Ninja Sentai Kakuranger
1996
Mighty Morphin Alien Rangers
Power Rangers Zeo
Ninja Sentai Kakuranger
Chouriki Sentai OHRanger
1997
Power Rangers Turbo
Gekisou Sentai Carranger
1998
Power Rangers Space
Denji Sentai Megaranger
1999
Power Rangers – Lost Galaxy
Seijuu Sentai Gingaman
2000
Power Rangers – Lightspeed Rescue
Kyukyu Sentai Go Go V
2001
Power Rangers - Timeforce
Mirai Sentai Timeranger
2002
Power Rangers – Wild Force
Hyakujuu Sentai Gaoranger
2003
Power Rangers – Ninja Storm
Ninpuu Sentai Hurricanger
2004
Power Rangers – Dino Thunder
Bakuryuu Sentai Abaranger
2005
Power Rangers – S.P.D. (Space Patrol Delta)
Tokusou Sentai Dekaranger
2006
Power Rangers – Mystic Force
Mahou Sentai Magiranger
2007
Power Rangers – Operation Overdrive
Gougou Sentai Boukenger
2008
Power Rangers – Jungle Fury
Juuken Sentai Gekiranger
2009
Power Rangers - RPM
Engine Sentai Go-Onger
2010
Mighty Morphin Power Rangers Remastered*
Kyouryuu Sentai Zyuranger
2011
Power Rangers - Samurai
Samurai Sentai Shinkenger
2012
Power Rangers – Super Samurai
Samurai Sentai Shinkenger
2013
Power Rangers - Megaforce
Tensou Sentai Goseiger

(*) = Reprise da primeira temporada da série com novos efeitos.

Power Rangers: Mystic Force

Box com as temporadas 4 a 7, lançado nos Estados Unidos ano passado.



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ABRIL REPUBLICA ORIGEM DO MORCEGO VERMELHO



                Um dos personagens mais atrapalhados e divertidos do universo Disney está completando 40 anos. Trata-se do Morcego Vermelho, identidade heróica do Peninha, o atrapalhado primo do Pato Donald. Aproveitando a tendência do Peninha para se envolver em confusões, em 1973 o roteirista Ivan Saidenberg inventou uma identidade de super-herói para o personagem, inspirado no Batman. Com desenhos de Carlos E. Herrero, a história, intitulada "Quem é o Morcego Vermelho?" mostra como surgiu a nova identidade do Peninha, após mais uma demissão dele, e do Donald, de seus empregos de repórteres na Patada, jornal do tio de ambos, o quaquilionário Patinhas.
                A história está sendo republicada na edição 22 de DISNEY BIG, o grande almanaque de histórias que a Editora Abril lança todos os meses. Aproveitando os 40 anos de lançamento do Morcego, a Abril fez um capítulo especial no início da edição, com aproximadamente 50 páginas, mostrando não apenas a origem, mas também as primeiras aventuras do novo herói paladino da justiça de Patópolis. E ainda tem apresentações especiais do próprio herói demonstrando suas "habilidades" e equipamentos de combate ao crime, como a corda-morcego, a moto-morcego, além de seu inconfundível quartel-general, a lata de lixo morcego, de onde nosso herói planeja suas rondas de patrulha pela cidade.
                O grande destaque é que todas estas histórias do Morcego foram criadas no Brasil, no estúdio de quadrinhos que a Editora Abril mantinha para abastecer os títulos Disney que publicava em nosso país. Ao contrário das histórias produzidas no exterior, o Peninha ganhou muitos fãs no Brasil, daí a transformá-lo em um herói foi um pulo. E coitados dos vilões que assolam Patópolis, por terem que enfrentar o novo herói, que continua tão trapalhão quanto em sua identidade secreta, conhecida a princípio apenas por seu primo Donald. E azar também do Coronel Cintra, que é obrigado a contar com as peripécias do Morcego Vermelho na luta contra o crime na grande metrópole do Universo Disney.
                Os leitores agradecem, ainda mais pelo fato de que a maioria deste material quase nunca ter sido republicada nestes 40 anos de criação do Morcego, o que torna esta edição, que acaba de chegar às bancas, mais imperdível do que nunca. Um ponto extremamente positivo para a Abril.

NEW POP LANÇA SEQUÊNCIA DE "A PRINCESA E O CAVALEIRO"



                Quem curte quadrinhos japoneses certamente sabe quem foi Osamu Tezuka. Conhecido como "Deus dos Mangás", pela extensa e diversificada obra que produziu ao longo de sua carreira, Tezuka teve várias de suas criações publicadas no mundo inteiro, e felizmente, aqui também no Brasil, onde um de seus títulos, "Ribon no Kishi", conquistou muitos fãs com sua versão animada, exibida décadas atrás pelas emissoras Tupi e Record, com o nome de "A Princesa e o Cavaleiro", narrando as aventuras de Safiri, princesa do Reino da Terra de Prata, que por causa das leis arcaicas, não permitia que uma mulher herdasse o trono. Assim, Safiri precisava passar-se por homem, e enfrentava perigos constantes, especialmente os planejados pelo perverso Duque Duralumínio, que desejava destronar o rei e a rainha e tornar seu filho o novo soberano, e assim controlar o reino. O mangá, publicado na década de 1950, rendeu 4 volumes, todos lançados no Brasil pela JBC anos atrás. Mas o que poucos sabiam é que este mangá, que na década seguinte foi adaptado para animação pela Mushi Productions, estúdio do próprio Tezuka, é que a história de "A Princesa e o Cavaleiro" teve uma sequência, também em mangá, e que agora está sendo lançada no Brasil, pela New Pop.
                Com o título de OS FILHOS DE SAFIRI - O NOVO A PRINCESA E O CAVALEIRO, é hora dos leitores nacionais conhecerem Daisy e Violetta, os filhos gêmeos que Safiri teve com seu grande amado Príncipe Franz. A história se passa vários anos depois dos eventos da primeira série. Safiri tornou-se rainha da Terra de Prata, e o reino acabou dividido para que os dois príncipes não tivessem que batalhar por sua herança. Contudo, assim como Safiri teve uma vida atribulada em sua juventude, novas intrigas forçam seus filhos a viverem vidas distintas, e a lutar por seus destinos. A Duquesa de Dália, madrinha de Violetta, acaba sequestrando Daisy, e o abandona em uma floresta, onde acaba sendo criado por uma cerva, adotando um novo nome e outro estilo de vida. Para fingir que tudo está bem, Violetta passa a ter uma vida dupla, apresentando-se em público como se fosse seu irmão gêmeo, Daisy. Aos poucos, os caminhos dos gêmeos novamente irão se cruzar, e como eles resolverão os dilemas que surgiram de sua separação? Esta continuação foi mais curta que a série original, tendo apenas um volume encadernado, que está sendo lançado em edição única pela New Pop, no formato 15 x 21 cm, com cerca de 248 páginas, ao preço de R$ 26,90.
                Infelizmente, Tezuka não conseguiu produzir uma animação baseada nesta continuação. Apesar do sucesso que A Princesa e o Cavaleiro conseguiu com sua versão animada, que teve 52 episódios produzidos, os custos de produção do anime fizeram a Mushi falir logo em seguida, e nos anos que se seguiram, Tezuka não conseguiu emplacar a idéia de uma adaptação animada com as aventuras de Daisy e Violetta, tendo de trabalhar com outros projetos de suas criações. No Brasil, a versão animada das aventuras de Safiri foi exibida na íntegra, e recentemente, teve metade de seus episódios lançada no mercado nacional em DVD pela Focus Filmes, que está deixando os fãs na expectativa para lançar o restante dos episódios. Mas pelo menos os leitores nacionais terão a chance de ver publicado aqui tudo de A Princesa e o Cavaleiro, agora com este lançamento da New Pop.

CHICO BENTO MOÇO CHEGA ÀS BANCAS


Há 5 anos atrás, depois de 38 anos de publicação ininterrupta de gibis da Turma da Mônica, o quadrinhista e empresário Mauricio de Sousa surpreendia os leitores lançando uma versão adolescente da conhecida turminha. Turma da Mônica Jovem, nova empreitada de Mauricio, trazia novas aventuras, desenhadas em estilo mangá, com arte em preto e branco, com todos os personagens agora na adolescência, enquanto as demais revistas publicadas continuariam trazendo das tradicionais histórias dos mesmos personagens ainda crianças, como sempre foram conhecidos dos leitores.

O sucesso da empreitada foi estrondoso, e Turma da Mônica Jovem estourou nas vendas, com algumas edições precisando até de novas tiragens. E neste mês de agosto, Mauricio de Sousa deu mais um passo para ampliar o universo "jovem" de seus personagens, com o lançamento de CHICO BENTO MOÇO, que chegou às bancas de todo o país na última semana do mês passado. Assim como Turma da Mônica Jovem, a nova publicação trará histórias de toda a turma do Chico Bento, também adolescente e entrando na vida adulta. A publicação é nos mesmos moldes da primeira série, com edições mensais, no formato 21,0 X 16,0 cm, lombada quadrada, capa cartonada, e miolo em papel pisa brite, com arte em preto e branco. O preço da publicação é R$ 7,50.

Com o sucesso de vendas que Turma da Mônica Jovem se tornou, logo surgiram as perguntas se haveria uma versão equivalente de outros personagens de Mauricio de Sousa, entre eles a turma do Chico Bento. O projeto começou a ser desenvolvido, observando a experiência adquirida com a publicação das versões teens de Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali & cia., e o resultado está agora nas bancas, e pelo histórico das publicações de Mauricio, tem tudo para ser um sucesso de vendas, assim como todas as demais revistas, que são as campeãs de vendas do mercado nacional de quadrinhos, sendo que Mônica, o título mais longevo, está em publicação ininterrupta nas bancas nacionais desde 1970, quando foi lançada pela Editora Abril, tendo passado depois pela Editora Globo, e há alguns anos, passando a ser publicada pela Panini Comics, atual casa editorial dos personagens de Mauricio.

Na edição de estréia, somos apresentados às versões adolescentes dos personagens, todos na faixa dos 17/19 anos, mostrando como eles se encontram e o que pretendem fazer da vida. Chico Bento, por exemplo, sempre ligado à natureza e à terra onde nasceu, vai cursar faculdade, e tornar-se engenheiro agrônomo, para aprender a utilizar as mais modernas técnicas de trato da terra, além de conhecer as tecnologias atuais para ajudar nos trabalhos rurais, a fim não apenas de melhorar produção do campo, mas ajudar a preservar a natureza. Todos os seus amigos, aliás, têm seus planos de vida apresentados: a Rosinha, o grande amor de Chico, pretende se tornar veterinária; o Zé da Roça, por sua vez, pretende ser professor, e vai cursar pedagogia; o Hiro, ou Hiroshi, pretende se formar em engenharia civil, pois adora matemática. O Zé Lelé, por sua vez, é o único que resolveu ficar na roça, ajudando os pais a tocarem seu sítio, pois não curte ter de ir morar na cidade. E até o primo da cidade, que finalmente é chamado pelo nome, Zeca, também vai cursar faculdade, e como um rapaz antenado em tecnologia, vai fazer curso de robótica. Outros personagens que aparecem são a Dona Marocas, que de professora dos garotos, hoje é diretora da escola de Vila Abobrinha, onde vivem os personagens, além de eterno metido a gostosão Genésio, ou Genesinho, que continua se achando melhor do que todo mundo só porque seu pai é rico, e vive se gabando de que estuda no exterior, e desprezando os demais por não serem tão abastados como ele.

A primeira edição, com a história "Um novo Começo", mostra Chico e seus amigos se preparando para se despedirem de Vila Abobrinha, indo morar em cidades diferentes, uma vez que cada um deles está indo cursar algo diferente, em faculdades diferentes, o que vai permitir a inclusão de novos personagens, e mostrar como essa turma da roça vai aprender a se tornar adulta e enfrentar os desafios da vida. Mas, mesmo separados, é claro que continuarão se encontrando, e dando pano para viverem novas aventuras juntos, como quando eram crianças. Chico, por exemplo, vai morar em uma república, onde irá conhecer novas amizades e descobrir como viver longe dos pais é complicado. A exemplo do Cebolinha, que na sua versão teen passou a falar corretamente, Chico agora também deixou o "caipirês" de lado, falando como o pessoal da cidade, mas tendo umas recaídas de vez em quando.
Com o sucesso consolidado de Turma da Mônica Jovem, Mauricio de Sousa agora tem um novo título onde poderá abordar todo um leque de possibilidades, assim como prometia fazer com Mônica e seus amigos. O grande sucesso do primeiro título, contudo, também deixou as histórias mais uniformes, após alguns ajustes, e assuntos que o desenhista prometia abordar no universo de aventuras de seus principais personagens, agora adultos, que nunca poderiam ser tratados nas histórias como crianças, nunca mais foram cogitados. Dono de um império empresarial criado pelo licenciamento de seus personagens, não se pode exatamente condenar Mauricio por ser conservador na linha editorial das histórias, mas ele poderia ser um pouco mais ousado em alguns aspectos. Chico Bento Moço tem um bom potencial a ser explorado, pela temática proposta inicialmente para os personagens. Aguardemos pelas demais edições, e esperemos que este potencial seja devidamente aproveitado.
 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

SALVAT E PANINI LANÇAM COLEÇÃO DE LUXO DA MARVEL



                Quem gosta de colecionar edições de luxo da Marvel Comics, pode comemorar. Acaba de ser lançada oficialmente no país uma coleção pra marvete nenhum botar defeito. A COLEÇÃO OFICIAL DE GRAPHIC NOVELS DA MARVEL, editada em uma parceria da Panini Comics Brasil e a Editora Salvat, é uma coleção de grandes aventuras produzidas pela Marvel Comics nas últimas décadas, todas editadas na forma de álbuns de luxo, com capa dura e miolo em papel couché. A primeira edição chegou às bancas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, e Paraíba, na última semana de agosto, ao preço promocional de R$ 9,90. A publicação será lançada nas bancas destes Estados a cada duas semanas. A segunda edição ainda terá preço promocional, de R$ 19,90, enquanto a partir da terceira edição, o preço ficará em R$ 29,90.
                Esta coleção havia sido lançada de forma experimental em algumas cidades do país no primeiro semestre, para verificar a viabilidade da publicação por aqui. Depois de algumas poucas edições, a Salvat anunciou que iria estudar os números das vendas, e quando muitos já davam por perdida a chance da coleção ser lançada de forma "oficial" pela Panini e Salvat, eis que a primeira edição da coleção chegou às bancas dos dois principais Estados da região Sudeste, além do Estado nordestino da Paraíba. A primeira edição já permite aos leitores confirmarem o alto nível gráfico da publicação: volumes em capa dura, com miolo em papel couché. De quebra, a primeira edição ainda traz um pôster dos heróis Marvel, além de um display informando maiores detalhes da coleção. Cada edição ainda traz, na lombada quadrada, uma parte de uma bela arte produzida por Gabriele Dell´Otto, que formará um painel após a coleção ser completada. Algo bem interessante, e um atrativo a mais para a coleção.
                Na primeira edição, temos a história "Homem-Aranha: De Volta ao Lar", compilando as edições 30 a 35 do título Amazing Spider-Man, segundo volume. A história, assinada por J. Michael Strazinscky estreando como roteirista do herói aracnídeo, tem arte de John Romita Jr. A edição tem um prefácio de Marco M. Lupoi, diretor de publicações da Panini para Europa e América Latina, e o mais importante, um texto de introdução que situa o leitor em que ponto a história se localiza na agitada vida do Homem-Aranha, algo muito útil para quem não acompanha com fervor a complicada cronologia dos heróis da Marvel. Outro ponto positivo da edição são textos apresentando a origem do herói, quem são J. Michael Strazinscky e John Romita Jr., além de rascunhos de J. Scott Campbell e uma pequena galeria de vilões do Aranha, e de que já desenharam o personagem desde sua estréia nos anos 1960. Um bom início, mas a coleção tem várias outras sagas interessantes da Marvel que deverão prender a atenção do colecionador.
                Até o momento, a Salvat anunciou os títulos das 4 primeiras edições: além da já citada "Homem-Aranha: De Volta ao Lar", que abre a coleção, a segunda edição trará "X-Men: Superdotados", com o primeiro arco de histórias de Joss Whedon e John Cassaday com a equipe de mutantes mais famosa da Marvel. A terceira edição trará "Vingadores: A Queda", onde é mostrado o momento mais crítico já vivido pela maior equipe de heróis da editora. Em seguida, teremos "Thor: O Renascer dos Deuses", que reintroduziu o Deus do Trovão e Asgard no Universo Marvel após a saga Crepúsculo dos Deuses. Outros títulos anunciados foram "Os Supremos: Super-Humano", "Capitão América: Tempo Esgotado", "Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven", "Marvels", "Guerra Secreta", e "Demolidor: A Queda de Murdock". Sem dúvida, uma seleção que deverá fazer a alegria de muitos leitores, especialmente por alguns destes materiais, mesmo os mais novos, estarem esgotados ou sem chance de serem encontrados em sebos ou gibiterias que ainda tenham estoques de edições antigas.
                Para os leitores de outros Estados, tanto a Salvat quanto a Panini ainda não se pronunciaram sobre quando a coleção chegará ao restante do Brasil, mas quem tiver conhecimento da mesma poderá encomendar os volumes na própria editora, através de telefone (11-3034-2226), fax (11-3813-0687), ou internet, pelo site (www.salvat.com.br) e e-mail (numerosatrasados@publisher.com.br). As edições são impressas na Espanha, e a distribuição no Brasil está a cargo da Dinap.
                O lançamento feito pela parceria Salvat/Panini é a versão nacional de "The Official Marvel Graphic Novels Collection", coleção que foi lançada na Europa pela editora britânica Hachette Partworks Ltd, que é uma subsidiária da empresa francesa Hachette Livre, que é um dos maiores grupos editoriais do Velho Continente. Composta de 60 edições, a publicação européia, que já foi lançada no Reino Unido, Irlanda, Polônia, Alemanha, República Tcheca e Eslováquia, ainda se encontra em andamento na Europa, tendo sua primeira edição sido lançada em dezembro de 2011. Fora da Europa, a Austrália e África do Sul também já receberam a bela coleção de encadernados.
                Os leitores ficaram entusiasmados com a notícia do lançamento da nova coleção. E o preço é até convidativo, se levarmos em conta o valor que a Panini tem cobrado de alguns de seus encadernados, o que torna as edições ainda mais atrativas. A periodicidade do lançamento é satisfatória, e se levada firme até o fim, deve levar quase 3 anos para se lançar completamente a coleção. Mesmo assim, há leitores que afirmaram que irão comprar apenas determinadas edições, por já possuírem parte do material lançado, enquanto outros preferiam que o lançamento fosse mensal, para não onerar tanto o bolso. Motivos bem plausíveis por parte de ambos. Mas não deixa de ser um excelente lançamento, especialmente pela qualidade não apenas gráfica, mas do conteúdo que será lançado, quase todo composto de excelentes histórias que ajudaram a Marvel a se consolidar como a maior editora de super-heróis dos Estados Unidos. É uma coleção indicada não apenas para os fãs dos heróis da Marvel, mas para todos os leitores que curtem quadrinhos de super-heróis e apreciam boas histórias, que não andam muito fáceis de encontrar hoje em dia. É torcer para a publicação dar certo, e que seja lançada até o final. E, quem sabe, o sucesso deste tipo de lançamento não incentive a Panini a repetir a dose, com outros tipos de lançamentos, que possam trazer ainda mais boas histórias para os leitores nacionais de HQs.