sábado, 28 de dezembro de 2013

MARVEL LANÇA "ORIGIN II" DE WOLVERINE



                Definitivamente, não é fácil ser o mutante mais popular do Universo Marvel. Desde que surgiu como coadjuvante em uma história do Incrível Hulk nos anos 1970, o invocado mutante canadense percorreu um longo caminho ingressando nos X-Men e tornando-se a principal estrela do grupo, principalmente pelo seu caráter violento e anti-social. O destaque cada vez maior nas aventuras do supergrupo mutante, claro, rendeu dividendos: Wolverine ganhou título próprio, e hoje, praticamente divide seu tempo entre ser diretor da antiga escola para mutantes do Professor Xavier, ser um X-Men, e ainda bater ponto nos Vingadores. Haja fator de cura para aguentar uma vida corrida dessas.
                Mas nem tudo são flores. A alta exposição também colocou Logan na mira da superexploração por parte da Marvel, que na tentativa de faturar uns cobres com os mistérios da antiga vida do canadense antes de entrar para os X-Men, já o submeteu a várias histórias deploráveis. Se a minissérie "Arma X", publicada no início dos anos 1990, foi muito bem aceita pelos fãs e tida como uma história de origem que satisfazia sem revelar demais, por outro lado, o que veio depois revirou muita coisa do passado de Logan de cabeça para baixo, literalmente. E a Marvel ainda segue explorando este passado, com mais baixos que altos. Uma destas ocasiões foi a minissérie "Origem", que se propunha a revelar a verdadeira origem do personagem, e que de fato revelou alguns fatos importantes da história do canadense. Mas os fãs acharam a história apenas morna, sem grandes atrativos, tanto que até hoje muitos preferem "Arma X" a "Origem" como história do surgimento do herói, apesar de ser revelado que ele já se metia em confusões há muito mais tempo do que se imaginava. Graças a seu fator de cura, que retarda seu envelhecimento, Logan, cujo nome verdadeiro é James Howlett, já tem quase 200 anos de idade, e já foi visto em aventuras no tempo da 2° Guerra Mundial, quando inclusive chegou a participar de algumas missões junto com o Capitão América.
                E, não satisfeita com o que já aprontou, eis que chegou este mês às comic shops americanas, ORIGIN II, nova minissérie em 5 partes, que como o nome diz, dá continuidade aos eventos vistos em "Origens". O roteiro é de Kieron Gillen, com arte das histórias de Adam Kubert, que também desenha as capas da minissérie, que tem periodicidade mensal e preço de US$ 4,99. E como exploração pouca é bobagem, a edição de estréia tem nada menos do que 7 capas diferentes, sendo que uma delas é especial, com dois níveis, em acetato (externa) e papel (interna), formando a imagem acima. Na capa interna estão os lobos, e na capa externa, em acetato, além do logo, está o punho de Logan exibindo suas garras. É o mesmo tipo de capa que foi usado na primeira edição nacional da minissérie "Marvels", e que hoje virou item de colecionador, por nunca mais ter sido usado nas reimpressões da minissérie.
                A história de passa após alguns anos depois dos eventos vistos em "Origens", e encontramos James Howlett vivendo em meio às florestas selvagens do Canadá junto com uma matilha de lobos. Tendo aparentemente abandonado seu convívio com os homens, Howlett infelizmente terá de retornar ao mundo "civilizado", em uma estrada que será tão difícil quanto dolorosa, pois um estranho homem surge em sua vida, e que deseja a todo custo aprender que tipo de ser é o canadense. Um homem extremamente perigoso, que não deixará nem mesmo a selvageria de seu alvo deter suas ações, e que se chama Nathaniel Essex, que viria a ser um dos mais nefastos e perigosos inimigos dos X-Men, o Senhor Sinistro. Essex quer desvendar os mistérios envolvendo Howlett, que pode muito bem não sobreviver ao tipo de experiências que lhe aguardam. E conseguirá James recuperar sua identidade e sobreviver a este adversário? Eis o maior dos desafios que o futuro Wolverine terá de aprender a superar...
                Segundo Kieron Gillen, a minissérie trata principalmente do confronto homem X animal, o ser instintivo X o ser racional, e essa dicotomia será o cerne principal da história, que terá seus momentos "selvagens" e seus momentos "civilizados". E sobre sua escolha de Essex para ser o principal vilão a ser confrontado por Logan, ele justifica dizendo que Essex é um cientista que caiu em desgraça, o modelo perfeito do cientista louco, que transgride a ética profissional dos cientistas, e como sempre esteve interessado em "novas espécies", tornou-se o preferido para desempenhar o papel na história. E ele assegura, com a experiência que já teve escrevendo histórias com o personagem, que Essex ainda não é Sinistro, mas boa parte de suas características já estão lá, mesmo antes de se tornar o vilão poderoso que conhecemos. Gillen enfoca que ainda há muitos mistérios desde a "origem" de Logan, até quando ele entrou em "contato" com o resto do Universo Marvel, como quando esteve na Segunda Guerra, ou o período que se passou depois disso até chegar ao Programa Arma X que lhe deu esqueleto de adamantium. "O que mais do personagem nós não sabemos?", pergunta Kieron. Esta nova minissérie pretende fornecer mais algumas respostas do passado de Logan.
                Os fãs esperam, pelo menos, uma história decente, e que não acabe enrolando ainda mais os fatos sobre o passado do mutante favorito do Universo Marvel, que apesar de todos os recentes tropeços da Marvel, ainda continua popular como nunca. Resta saber se seu formidável fator de cura continuará mantendo sua popularidade saudável em caso de novas histórias de qualidade duvidosa. Para muitos fãs, a editora já forçou a popularidade de Wolverine muitas vezes, e tudo tem limite...

ROBOTECH E VOLTRON COLIDEM EM MINISSÉRIE DE QUADRINHOS



Duas séries clássicas de animação japonesa dos anos 1980 estão ganhando uma minissérie inédita neste mês nos Estados Unidos. A Dynamite Entertainment está lançando a publicação ROBOTECH/VOLTRON, que une pela primeira vez estas duas séries, que foram responsáveis por popularizar a animação japonesa nos EUA, ao lado de Patrulha Estelar. O argumento é de Tommy Yune, com arte de Elmer Damaso. A publicação terá 5 edições, com periodicidade mensal, ao preço de US$ 3,99.
No futuro, no distante planeta Arus, surge mais um ataque inimigo, e para defender o planeta, a Força de Defesa Voltron parte para o espaço, formando o poderoso robô-leão guerreiro Voltron, protetor do universo, pronto para defender a humanidade. Algo, contudo, sai errado, e surpreendidos com o ataque de um estranho cometa, o poderoso robô e seus condutores literalmente desaparecem, deixando Arus desprotegido. Anos depois, o rei Lotor, filho de Zarkon, finalmente obtem aquilo que seu pai sempre desejou: a conquista de Arus. Ao tomar posse do palácio real de Arus, ele se pergunta que fim teve a princesa Allura e seus companheiros da Força Voltron, que desapareceram misteriosamente anos antes.
No ano de 2009, na ilha de Macross, no Pacífico Sul, o que deveria ser a festa de lançamento da mais nova nave de combate das forças de defesa da Terra, a gigantesca espaçonave SDF-1, cuja recuperação pelas forças terrestres trouxe-lhes o conhecimento de uma espantosa ciência avançada chamada Robotech, tornou-se um palco de batalha com a chegada de uma raça alienígena chamada Zentraedi, que aparentemente tem interesses na gigantesca espaçonave reformada. Enquanto nos céus a SDF-1 se vê à mercê das naves alienígenas e o comandante Gloval tenciona usar um salto de dobra espacial para surpreender as forças invasoras, uma estranha explosão de uma fenda no espaço sideral surpreende tanto o pessoal da SDF-1 quanto os Zentredis, e faz cair na ilha Macross estranhos robôs com formas de leões, que são descobertos pelo tenente Thomas R. Edwards. Como Voltron e seus tripulantes foram mandados para o passado, e por quem? E como sua chegada inesperada ao início do confronto dos humanos com os Zentraedis pode mudar o rumo da história, e que fim tiveram a equipe Voltron? É algo a ser descoberto nas edições desta minissérie, que promete colocar dois universos em rota de colisão direta, com consequências imprevisíveis para ambas as realidades.
Curiosamente, tanto Robotech quanto Voltron compartilham uma característica singular: ambas as séries foram "montadas" pelos americanos através da união de séries japonesas que não tinham absolutamente nenhuma ligação entre si. Robotech foi uma montagem feita pela Harmony Gold para permitir que a série Macross, que tinha apenas 36 episódios, pudesse ser distribuída pelo esquema de syndication na TV aberta americana, com custos menores. Através de Carl Macek, Macross foi unida às séries Southern Cross e Mospeada, chegando assim a 85 episódios, tendo seus roteiros reescritos para se encaixarem como partes de uma única saga de ficção científica. A série fez grande sucesso nos Estados Unidos, ganhando novelizações e adaptações em quadrinhos, e até continuações em animação com roteiro totalmente americano, que deveriam dar sequência às aventuras. A versão Robotech foi exportada para diversos países, entre os quais o Brasil, fazendo relativo sucesso, mesmo quando foi possível assistir à versão original de Macross ou de suas outras séries componentes.
Voltron, por sua vez, foi formada com a junção das séries nipônicas Golion e Dairugger, pela empresa World Events Productions, que posteriormente, também utilizou a série Arbegas, totalizando 124 episódios, que também fizeram sucesso nos Estados Unidos, sendo também exportada para outros países, e obtendo também bastante sucesso. Muitos anos depois, os americanos chegaram a produzir até uma continuação, com animação em computação gráfica, com novas aventuras dos leões guerreiros. E, assim como Robotech, também ganhou adaptações em quadrinhos, com novas histórias. A fama de Robotech e Voltron se manteve firme mesmo depois que os americanos tiveram acesso, através de lançamentos para o mercado de vídeo, das versões originais das séries japonesas, podendo conhecer as histórias originais que haviam sido modificadas para criar as versões americanas.
Esta minissérie em quadrinhos promete causar expectativa entre os fãs das respectivas séries, pela proposta original do cross-over, e a equipe de criação tem créditos para satisfazer as expectativas. Os desenhos de Elmer Damaso são tão fiéis quanto possíveis às artes das animações originais, com a vantagem de poder dar uma atualizada nos traços dos personagens sem perder suas características, bem como no ambiente ao redor. E Tommy Yune já teve como mostrar sua capacidade nas minisséries de quadrinhos lançadas sobre Robotech nos últimos anos, bem como no roteiro do longa animado Shadow Chronicles, que deveria relançar as aventuras da robotecnologia em animação. A primeira edição traz muitos mistérios, tentando apresentar o dilema que será enfrentado, além dos personagens que tomam parte na trama, que certamente serão conhecidos logo de cara pelos fãs das respectivas séries, que ficarão na expectativa de ver como todos irão interagir na aventura que se inicia. Talvez o maior problema seja para com aqueles leitores que não conheçam ambas as séries, que podem ficar um pouco perdidos nos acontecimentos apresentados neste número de estréia, apesar de serem mostrados pontos-chave para descrição tanto de uma quanto de outra produção.
No Brasil Robotech chegou a ser apresentado parcialmente na década de 1990, e apenas em 2004 foi exibido por completo na TV paga. Já Voltron nunca foi exibido integralmente por aqui, tendo apenas os primeiros episódios, ainda referentes à série Golion, exibidos na TV brasileira ainda por volta do fim dos anos 1980/início dos anos 1990. Há alguns anos, a Panini lançou duas minisséries de quadrinhos de Robotech, mas produzidas pela Wildstorm/DC Comics. No mercado de vídeo, ambas as séries também só tiveram seus primeiros episódios lançados em VHS por volta da mesma época. De cara, são poucas as chances desta minissérie aportar por aqui, pois tanto Voltron quanto Robotech há tempos já deixaram de chamar atenção por estas paragens, tanto que as séries há muitos anos não são sequer reprisadas, infelizmente.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"O HOMEM DE 6 MILHÕES DE DÓLARES" GANHA "NOVA" TEMPORADA EM QUADRINHOS



               A editora americana Dynamite Entertainment vem caprichando no lançamento de seus títulos licenciados. A mais nova tendência da editora é lançar novas "temporadas" de seriados de sucesso que já foram encerrados há anos, como por exemplo a cult série "Arquivo X", que durou 9 temporadas, mas que recentemente está tendo sua 10ª temporada produzida exclusivamente em quadrinhos em série mensal publicada pela editora, continuando os eventos de onde parou o seriado de TV. E agora, mais uma série clássica ganha uma "nova" temporada pelas mãos da Dynamite: o Homem de Seis Milhões de Dólares!
                A nova série mensal chega no final deste mês às comic shops americanas, e a edição de estréia tem uma capa variante que traz uma foto do seriado dos anos 1970, que ganhou fama mundial, estrelada pelo ator Lee Majors. A série terá roteiros de James Kuhoric, e a arte fica por conta de Juan Antonio Ramirez. As capas regulares terão a arte de ninguém menos do que Alex Ross. O preço da revista é de US$ 3,99.
                Na série dos anos 1970, o astronauta Steve Austin (Lee Majors) sofre um acidente fatal de avião, ficando gravemente ferido. O governo americano, entretanto, consegue salvar-lhe a vida, substituindo seus membros destroçados - um olho, as duas pernas, e um braço, por implantes cibernéticos. O custo total da operação foi de 6 milhões de dólares, de onde adveio o nome do seriado. Agora dotado de próteses biônicas que lhe conferem habilidades especiais, Austin torna-se um agente especial do Departamento de Inteligência Científica, órgão do governo americano encarregado de inúmeras investigações, comandado por Oscar Goldman (Richard Anderson). O seriado durou de 1974 a 1978, tendo um total de 100 episódios divididos em 5 temporadas, e tendo gerado até uma série spin-off, a Mulher Biônica, estrelada por Lindsay Wagner, que interpretava Jammie Sommers, uma antiga paixão de Steve que, ao sofrer um acidente de pára-quedas, tem sua vida salva por implantes cibernéticos idênticos aos de Austin.
                A nova série mensal da Dynamite retoma de onde o seriado parou, com as devidas atualizações de contexto. Para James Kuhoric, roteirista da série em quadrinhos, escrever as novas aventuras do Homem de 6 Milhões de Dólares é a ambição de sua vida. "Eu não tenho muitas boas lembranças da minha infância, mas o seriado dos anos 1970 realmente mexeu com minha imaginação e me cativou em um nível muito especial. Os efeitos especiais bobos, assim como os efeitos sonoros, eram fantásticos para a mente de uma criança. E, como muitas crianças daquela época, eu queria ser Steve Austin.", declara Kuhoric. "Steve Austin foi um homem que enfrentou a morte, e tornou-se algo muito maior e mais heróico. Ele sempre escolhia a coisa certa a fazer, mesmo que seus patrões não concordassem com isso, ou que fosse o caminho mais difícil a se tomar.", completa.
                Kuhoric também lembra que a série nunca teve um verdadeiro final, pois sua 5ª e última temporada terminava em um episódio cujo fim era comum a tantos outros. Para o roteirista, os filmes produzidos sobre a série anos depois, trazendo Majors novamente ao papel nem podem ser considerados um final para a série, pois eram muito ruins e não faziam justiça ao seriado, pelo que agora ele tem a chance de dar a Steve Austin um destino mais coerente com sua nobreza e heroísmo. Ao mesmo tempo, ele aproveita para trazer Austin às modernidades das técnicas de quadrinhos do século XXI, ao mesmo tempo em que tenta manter a atmosfera dos anos 1970, sem perder a chance de introduzir coisas mais modernas na série.
                E o mote desta "nova" temporada é mostrar quem é realmente Steve Austin. Para Kuhoric, a intenção é mostrar que não são os implantes biônicos que fazem de Steve um herói, mas o ser humano em si. E esta pessoa que é Austin será colocada à prova como nunca havia sido antes nas 5 temporadas do seriado. Apesar de ter enfrentado diversas ameaças ao longo dos anos, e se tornado um herói para muitos, Steve criou muitos inimigos, e alguns deles dentro até mesmo do Departamento de Inteligência Científica e do governo americano, para os quais o agente biônico nunca foi devidamente "aproveitado" como deveria, ou que teria se metido em assuntos que "não lhe diziam respeito". E estes novos inimigos se provarão muito mais desafiadores e mortais do que qualquer coisa que já tenha enfrentado antes, e tentarão fazer de tudo para destruí-lo, ou arrasá-lo moralmente. E Steve precisará, mais do que nunca, saber levantar-se de novo e encarar e sobrepujar os desafios que o cercam, tal como fez quando teve sua vida salva pela operação biônica e precisou aprender como viver com seus novos implantes. E a nova "temporada" também terá seus momentos de reapresentação dos personagens, apresentando-os aos leitores atuais, ao mesmo tempo em que reavivam a memória dos antigos fãs, que já conhecem esses mesmos personagens e há tempos não os reviam.
                Para Kuhoric, Juan Antonio Ramirez soube fazer um excelente trabalho, capturando o visual da série dos anos 1970 e transpondo-a com grande habilidade para as páginas dos quadrinhos. Segundo ele, foi um desafio transpor certas características da série, como os movimentos em câmera lenta quando Austin se movimentava mais rápido do que as pessoas comuns. E Alex Ross dispensa apresentações, sendo um dos artistas mais badalados do mercado americano de quadrinhos, emprestando sua bela arte pintada às capas da série, que sempre são uma atração à parte.
                Nos anos 1970, com a grande popularidade da série, a Charlton Comics publicou uma série regular em quadrinhos das aventuras do seriado, e parte deste material foi publicado no Brasil, pela Bloch Editores, que na época lançou um título solo com as aventuras de O Homem de 6 Milhões de Dólares, que infelizmente durou apenas 8 edições, lançadas entre 1976 e 1978. Depois disso, muito tempo se passou até que as aventuras de Steve Austin ganhassem nova chance nos quadrinhos, o que vem a ocorrer agora. Infelizmente, não há previsão deste material sair por aqui em curto prazo, mas existe esperança de que a Mythos Editora, que adquiriu recentemente um bom lote de material da Dynamite possa vir a lançar esta série por aqui, se os materiais anteriormente adquiridos, como a série do Sombra, recentemente lançada no mercado nacional, vender bem. Já no que tange à série em DVD, esta já saiu completa no mercado americano há tempos, enquanto no Brasil ainda não houve nenhum lançamento oficial até o momento, para desapontamento dos fãs nacionais da série.

TIO PATINHAS GANHA ESPECIAIS DE 50 ANOS NO BRASIL



Mais uma marca histórica dos quadrinhos está sendo atingida neste mês de dezembro no Brasil. Tio Patinhas, o pato mais rico do mundo nos quadrinhos de Walt Disney, está comemorando nada menos do que 50 anos do lançamento de sua primeira edição regular, e para comemorar a data, a Editora Abril está lançando duas edições pra lá de especiais com o pato mais muquirana dos quadrinhos de todos os tempos. TIO PATINHAS - 50 ANOS DA REVISTA é uma coleção em dois volumes, em formatinho, com 308 páginas cada volume, ao preço de R$ 16,00, com distribuição setorizada. O primeiro volume chegou às bancas da Região Sudeste no fim de novembro, e o segundo volume chega no fim deste mês. Como a edição tem distribuição setorizada, só no início do ano que vem chegará às demais regiões do Brasil.
Criado por Carl Barks em 1947, para ser um personagem coadjuvante nas histórias do Pato Donald, Patinhas McPato (chamado de Patinhas McPatinhas nas edições da Abril), cujo nome original em inglês é Scrooge McDuck, logo adquiriu vida e carisma próprios, ganhando suas próprias histórias, e em muitos casos, deixando até mesmo o Pato Donald na sombra em suas histórias. De pão-duro, mal-humorado, e avarento incorrigível, o quaquilionário que adorava tomar banho de moedas em sua famosa Caixa-Forte situada na Colina Matamotor na cidade de Patópolis, virou um intrépido aventureiro, sempre pronto a desvendar os mistérios do mundo em busca de algum tesouro perdido, além de ter sempre que defender suas posses da mais terrível quadrilha de meliantes de Patópolis, os famigerados Irmãos Metralhas, que nunca desistem de tentar roubar seu rico dinheirinho. Isso para não falar nos constantes ataques perpetrados pela bruxa Maga Patalógica, que deseja roubar sua preciosa moedinha N° 1 para forjar um poderoso amuleto, ou das rusgas de negócios e competições financeiras contra seus arquirrivais Patacôncio e McMônei.
No Brasil, tanto o Tio Patinhas como seu sobrinho Donald estrearam ao mesmo tempo, em 1950, quando a Editora Abril lançou a revista Pato Donald N° 1. Na edição de estréia, Donald e seus sobrinhos já embarcavam em uma aventura fantasmagórica com seu tio rico no antigo castelo da família McPato, na Escócia, na cultuada história "O Fantasma do Castelo", criada por Carl Barks. O título do Pato Donald é publicado até hoje, estando na edição N° 2.426. Apenas em dezembro de 1963 o Tio Patinhas ganharia seu próprio título, que começou com o título ALMANAQUE DO TIO PATINHAS, com apenas 32 páginas, e periodicidade trimestral, trazendo não apenas histórias do famoso pato mais rico do mundo, mas de diversos outros personagens da Disney. Em 1970, a partir da edição 64, o título se tornaria mensal, já sem a palavra "Almanaque", e hoje encontra-se na edição N° 582, mantendo-se firme nas bancas, e perdendo em longevidade na Abril apenas para as revistas do Pato Donald (edição 2.426), Zé Carioca (edição 2.391), e Mickey (edição 856). E vale lembrar que nestas décadas a linha Disney sofreu a baixa do conhecido Almanaque Disney, título que foi publicado pela Abril de 1970 a 2005, com um total de 372 edições, e era um dos mais populares da linha Disney, o que mostra que nem mesmo os mais famosos títulos dos personagens Disney eram eternos. Mas, mesmo com todos os sobressaltos do mercado, o título do pato mais muquirana do mundo sobreviveu firme, e isso não é mérito para qualquer personagem de quadrinhos, o que torna a homenagem mais do que justificada.
E como de costume, a Abril fez um bom trabalho nestes volumes comemorativos: a capa é envernizada, e com detalhes em alto relevo. Mas o melhor de tudo é que as edições só trazem histórias completamente inéditas do pato mais rico do mundo. No volume um, são nada menos do que 10 histórias de diversão garantida, abrangendo todos os gêneros de histórias: confrontos com os Irmãos Metralhas, disputas com Patacôncio e McMônei, mais um confronto com a Maga Patalógica, e as tradicionais aventuras pelo mundo em busca de tesouros, sempre acompanhados do Donald e seus sobrinhos. Mas a Abril ainda incluiu na revista algumas boas matérias para situar os leitores da importância do momento a ser comemorado, com 3 textos informativos: o primeiro, 50 Anos em Revista, escrito por Celbi Wagner Pegoraro, traça uma linha do tempo desde o lançamento da primeira edição-solo do Tio Patinhas desde dezembro de 1963 até os dias atuais. Na matéria seguinte, Inimigos e Rivais, Marcelo Alencar reúne a grande maioria dos inimigos que o pato mais rico do mundo já enfrentou desde que foi criado, afinal, acham que ser quaquilionário é fácil? Muito pelo contrário... E, no meio da edição, mais uma matéria de Marcelo Alencar, que explica em detalhes as famosas aventuras que o Tio Patinhas vive ao redor do mundo, junto com seus sobrinhos, enfrentando os mais variados perigos e desafios. Na primeira edição comemorativa, a editora optou por concentrar-se no lado aventureiro do Tio Patinhas, bem como em seus confrontos com seus inimigos. No segundo volume, o enfoque das histórias será mais para o lado "empresarial" do muquirana, bem como suas relações familiares.

É uma comemoração mais do que bem-vinda, e a Abril tem seu mérito em produzir boas edições da Disney nos últimos tempos, valorizando seu leque de publicações com os personagens, que continuam firmes nas bancas, e divertindo leitores há várias gerações. Agora, é aguardar o segundo volume comemorativo, e torcer para que as histórias sejam tão boas quanto as do primeiro volume.
 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

DISCOVERY LANÇA LIVRO SOBRE A HISTÓRIA DOS MANGÁS



Há pouco mais de 10 anos, os quadrinhos japoneses invadiram as bancas nacionais, e desde então, eles dividem a preferência de vendas do mercado brasileiro de quadrinhos com os famosos comics de super-heróis americanos, os títulos Disney, e a imbatível Turma da Mônica. Mas, a exemplo dos quadrinhos de super-heróis, há poucas publicações no mercado editorial brasileiro que desvendam os mistérios e a história deste tipo de entretenimento. E foi pensando em preencher esta lacuna que a Discovery Publicações acaba de lançar nas bancas, comic shops e livrarias a edição MANGÁ DO COMEÇO AO FIM.
Produzido no formato 17 x 24 cm, e com cerca de 100 páginas, ao preço de R$ 24,90, a edição tem textos do jornalista Sérgio Peixoto Silva, um dos profissionais da área editorial brasileira com mais larga experiência e conhecimento sobre produções japonesas de quadrinhos e de animação nipônicas, tendo sido editor e redator de várias revistas informativas dedicadas ao gênero, como Japan Fury, Animax, Anime Ex, Anime Fury, Clube do Anime, entre outras, além de ter sido um dos fundadores de vários eventos dedicados às produções nipônicas, como o Animecon, Animefestival, AnimABC, etc, que inspiraram o surgimento de muitas convenções do gênero pelo país inteiro.
O livro é uma compilação de várias matérias sobre mangás publicadas nos últimos anos por Sérgio Peixoto em publicações nacionais informativas sobre animação e quadrinhos japoneses, que foram todas revisadas, reorganizadas e atualizadas com novas informações. O livro começa com uma introdução, onde é explicado o que são os mangás, e como eles surgiram, bem como os motivos e detalhes da criação de um de seus traços característicos - os olhos grandes, por parte de Osamu Tezuka, o grande "deus" dos quadrinhos nipônicos. E mostra também que muitas obras, várias de fama até mundial, não possuem esta característica. Há também um capítulo dedicado somente à presença dos mangás no Brasil, explicando que apesar de terem ficado mais conhecidos e populares na última década, na verdade já havia publicações no estilo japonês editadas em nosso país desde os anos 1960, desenhadas por artistas brasileiros! Destas publicações pioneiras, até chegarem ao atual momento de publicação dos mangás no Brasil, desencadeado há pouco mais de 10 anos por editoras como JBC e Conrad, que finalmente apostaram de forma séria e continuada na publicação dos quadrinhos japoneses, há várias curiosidades desconhecidas pela grande maioria do público leitor, que são desvendadas neste livro.
A publicação faz uma das mais completas abordagens sobre a origem e desenvolvimento dos mangás, desde um início discreto como forma de entretenimento na sociedade japonesa, passando pela sua popularização e difusão, até se tornarem um verdadeiro fenômeno de venda, movimentando atualmente uma gigantesca indústria editorial, com várias revistas publicadas regularmente, todas com centenas de páginas e tiragens que alcançam e até ultrapassam a cifra de milhões de exemplares vendidos a cada edição, muitas delas de periodicidade semanal, como a Shonen Jump, uma das mais famosas e conhecidas do gênero, onde muitas séries de sucesso, várias delas conhecidas do público brasileiro, como Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho, Dragon Ball, e Rurouni Kenshin, entre outras, foram lançadas, ganhando em seguida adaptações em animação.
Quase metade da publicação ainda traz uma ampla dissertação sobre a crise que os mangás enfrentam atualmente na Terra do Sol Nascente, que se por um lado ainda mostra números invejáveis em termos financeiros e de tiragens, já experimentaram dias muito mais promissores, e de como a força desta indústria editorial nos últimos anos tornou-se um problema para si mesma, enfrentando diversos empecilhos que podem minar o seu futuro no curto prazo, podendo comprometer a criatividade de vários artistas, e suas oportunidades de publicação de materiais mais diversificados e de qualidade. A obra finaliza com uma apresentação do autor dos textos, Sérgio Peixoto Silva, feita por Eduardo Miranda, que foi chefe da divisão de cinema da finada TV Manchete, e um dos responsáveis por vários animes exibidos pela emissora nos anos 1990, que são lembrados até hoje pelos fãs.
Para quem quer saber mais a fundo sobre os quadrinhos japoneses, é um excelente lançamento da Discovery no mercado editorial brasileiro, e uma leitura recomendada para quem gosta não apenas de mangá, mas dos quadrinhos em geral.

MYTHOS LANÇA EDIÇÃO ESPECIAL COM O SOMBRA



Recentemente, a Mythos Editora adquiriu um belo lote de publicações que, aos poucos, está lançando no mercado nacional de quadrinhos. Primeiro foi o excelente material inglês da 2000AD, que está publicando na revista JUIZ DREDD MAGAZINE, e que está conseguindo se manter nas bancas, após seu período de teste. E agora, a editora acaba de lançar o primeiro de vários materiais que conseguiu junto à editora americana Dynamite Entertainment: O SOMBRA - VOLUME 1: O FOGO DA CRIAÇÃO, já disponível nas comic shops.
Trazendo novamente para o mercado nacional de quadrinhos o famoso personagem criado para programas de rádio na década de 1930, esta edição tem 200 páginas, com o preço de R$ 39,90, e reúne as primeiras 6 edições da série The Shadow, publicada pela Dynamite no ano passado nos Estados Unidos , com roteiros de Garth Ennis, e arte de Aaron Campbell. De quebra, a edição ainda traz uma galeria de capas completa das edições americanas, apresentando a arte de ninguém menos do que Alex Ross, além de outros artistas como Jae Lee, John Cassaday, Ryan Sook, Howard Chaykin, e mais! A Dynamite vem produzindo um bom material com as licenças que adquiriu nos últimos anos, e graças à Mythos, parte deste material poderá ser apreciado pelos leitores nacionais, e esta edição do Sombra é um excelente ponto de partida.
O ano é 1938, e o Sombra está de volta numa aventura de ação explosiva e intrigas mortais. Uma noite de carnificina na zona portuária de Nova York acaba por lançar o misterioso justiceiro numa conspiração envolvendo nada menos do que o destino do próprio mundo. Enquanto as nuvens da tempestade adensam-se ao redor do globo, prenunciando a guerra, agentes do serviço de inteligência militar estadunidense têm um encontro com o milionário Lamont Cranston, a identidade civil do herói, determinados a obter qualquer tipo de ajuda para derrotar uma horda de espiões e assassinos em busca do maior de todos os prêmios... mas qual sua verdadeira natureza, somente o Sombra sabe.
"Se você é fã de Ennis, vai gostar deste livro, sem dúvida. É o personagem perfeito para a mentalidade sombria do autor, e parece que vai ser uma viagem realmente infernal. Se você é fã do Sombra, então ficará feliz de saber que o personagem está em ótimas mãos. Ennis obviamente o adora tanto quanto nós.", declarou o portal IGN, ao que o site de notícias Newsrama acrescentou: "O Sombra é poderoso, assustador e cheio de novos poderes malucos que a maioria das pessoas provavelmente desconhece. E, sob a pena habilidosa de Garth Ennis, ele é intimidador e interessante, esteja caracterizado ou não. Estou ansioso para ler sobre o mal que espreita no coração dos homens, especialmente se esta versão do Sombra estiver no caso."
Para Garth Ennis, um dos motivos para o personagem perdurar por mais de 80 anos é sua aura de mistério: "Você nunca consegue descobrir o quanto ele realmente sabe das coisas, ou até que ponto ele pode ir na busca pelos seus objetivos. E a atmosfera de suspense e perigo, além de seu visual sombrio produzem um apelo duradouro", declarou o artista, entusiasmado com a oportunidade de escrever as aventuras do personagem. E o herói, por vezes, costuma ser bem implacável, não hesitando em meter bala nos inimigos quando a situação exige. E, a exemplo de outro herói clássico famoso, o Fantasma, o Sombra também possui seus "ditados" característicos: "Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos?...O Sombra sabe!", "O Sombra nunca falha!", "As sementes do mal geram frutos amargos!", "O crime não compensa!", entre vários outros.
Disfarçado como o milionário Lamont Cranston, o Sombra é um justiceiro sombrio que vive suas aventuras nos distantes anos das décadas de 1930 e 1940. Utilizando de poderes de hipnose, e duas pistolas calibre 45 que maneja com pontaria infalível, ele enfrenta as forças criminosas onde quer que sujam. O personagem é pouco conhecido no Brasil, e suas histórias por aqui são bem escassas, ficando mais restritas, nos últimos 30 anos, ao material publicado pela Editora Abril produzido pela DC Comics nos anos 1980. O personagem também ganhou um filme em 1994, estrelado por Alec Baldwin. A edição lançada pela Mythos é um excelente ponto de partida para quem não conhece o personagem e quer acompanhar suas aventuras com mais atenção, por conter uma história praticamente completa.

CULT CLASSIC TRAZ VINGADORES DO ESPAÇO EM DVD



Depois de lançar este mês no mercado de vídeo a série de animação japonesa "O Judoca" (Kurenai Sanshiro, no original), eis que a distribuidora Cult Classic ataca novamente, e confirma agora para dezembro outro lançamento que estava sendo muito aguardado pelos fãs das séries live-action nipônicas: VINGADORES DO ESPAÇO (Magma Taishi, no original). A série será lançada em duas caixas, que trarão todos os 52 episódios desta produção que foi baseada em um dos muitos mangás criados por ninguém menos do que Osamu Tezuka, o maior artista da história dos mangás. "Embassador Magma", título em inglês da obra, foi publicado na revista Shonen Gaho, entre 1965 e 1967, tendo no seu total 3 volumes. A história despertou o interesse de Tomio Sagisu, proprietário da P-Productions, em lançar uma versão live-action para a TV japonesa. Contatato por Sagisu, Tezuka logo chegou a um acordo com a P-Productions, e em julho de 1966 estreava na TV japonesa, no canal Fuji Television, a versão com atores de Magma Taishi, que fez grande sucesso, sendo exibida até setembro de 1967, totalizando 52 episódios.
Magma Taishi foi a primeira série a ser produzida em cores na TV japonesa, e duas semanas depois de sua estréia, ganhou um forte concorrente: a série Ultraman, produzida pela Tsuburaya, que rivalizaria com a série da P-Productions durante toda a sua duração, lutando para conquistar a audiência e os fãs da época. No Brasil, a série chegaria nos anos 1970, tendo estreado na saudosa TV Tupi, e depois sendo reprisado pela TV Record, e posteriormente pela Bandeirantes, onde foi exibida pela última vez em nosso país. E agora chegou a chance de não apenas os saudosistas, mas da grande legião de fãs dos famosos tokusatsus, de conferir esta produção que marcou época na TV nipônica e ganhou muitos fãs em nosso país.
Na história da série, nosso planeta está em perigo ser dominado pelo cruel alienígena Rodak, que lança mão de vários demônios e monstros para atacar e dominar a Terra, começando, logicamente, pelo Japão. Tendo já subjugado vários outros mundos, a Terra seria apenas mais um alvo a ser adicionado às conquistas de Rodak. Contudo, no planeta ZFS, o velho sábio Matuzen, preocupado com a segurança de nosso planeta, envia para a Terra duas de suas principais criações: os robôs Goldar e sua esposa Silvar. Goldar é um robô dourado, medindo 14 pés de altura, e pesando cerca de 20 toneladas, e sua esposa Silvar, uma robô prateada, mesmo possuindo o tamanho de um ser humano, possui as mesmas capacidades de combate de seu esposo. Ambos possuem antenas grandes que podem emitir raios Gama e entre seus vários poderes, eles podem transformar-se em foguetes, voando pelos céus, e também lançar mísseis, através de uma abertura no tórax.
Inicia-se, então, a luta de Goldar e Silvar contra os monstros de Rodak para defender a Terra. Na luta contra o vilão espacial, Goldar faz amizade com o jovem garoto Miko e sua família, que acaba envolvida na guerra para proteger nosso mundo. Miko ganha um apito que, nos momentos de perigo, usa para chamar Goldar e sua esposa, e também Gam, o menino-foguete, "filho" dos dois robôs, mais uma criação de Matuzen, que os auxilia nas batalhas.
Apesar de contar com um orçamento limitado, as histórias cativavam a audiência, e deixaram saudade em muita gente que assistiu ao seriado. Na década de 1990, Goldar ganhou uma nova versão, agora em animação, que durou 13 episódios, produzidos em 1993, que continuam inéditos até hoje no Brasil. A primeira caixa, que chega às lojas de vídeo agora em dezembro, traz 4 discos, com os primeiros 26 episódios da série, totalmente remasterizados, pelo preço de R$ 79,90. O áudio é apenas em japonês, uma vez que as dublagens da série se perderam após mais de 25 anos de ausência da TV, com opção de legendas em português. Uma pena, porém, que a Cult Classic não invista numa redublagem para estas séries antigas, pois ampliaria o alcance do material, além de aproveitar melhor o potencial do DVD, algo que era difícil de se promover nas fitas VHS. Não faria nada mal também incluir alguns extras, nem que fosse matérias sobre os bastidores da série, uma vez que produções desta época dificilmente teriam algum material deste tipo. Infelizmente, a Cult Classic é uma distribuidora pequena, e a produção deste tipo de material muito provavelmente só tornaria o produto mais caro.

DEVIR CONCLUI REPUBLICAÇÃO DE TARZAN DE JOE KUBERT



Tarzan, a famosa criação do escritor Edgar Rice Burroughs, já ganhou, desde sua estréia há cerca de um século atrás, diversas adaptações tanto no cinema quanto na TV e nos quadrinhos. Dos filmes, os mais famosos foram protagonizados por Johnny Weissmuller, enquanto na TV, o seriado mais lembrado foi estrelado nos anos 1960 por Ron Ely. Nos quadrinhos, uma das fases mais cultuadas do personagem foi nos anos 1970, quando teve suas aventuras publicadas pela DC Comics, que encarregou o artista Joe Kubert de escrever e desenhar suas aventuras. Estas aventuras começaram a ser republicadas no Brasil há poucos anos, quando a Devir Livraria lançou o primeiro volume de uma série de 3 edições que compilou as histórias do Homem-Macaco lançadas pela DC. Uma série que agora chega ao seu final, com o lançamento, por parte da Devir, do 3° e último volume da coleção, finalizando o ciclo de trabalho de Kubert no famoso herói das selvas.
TARZAN: O HOMEM-LEÃO E OUTRAS HISTÓRIAS tem um belo acabamento gráfico, com acabamento brochura com laminação brilhante e orelhas. O miolo é em papel off-set 90 g/m², no formato 16,5 x 24,0 cm, com 232 páginas totalmente recuperadas digitalmente e recolorizadas, utilizado guias das cores originais das publicações, o que garante a grande fidelidade artística do traço de Kubert, um dos gigantes dos quadrinhos americanos. O preço da edição é 43,50, e a distribuição é para comic shops e livrarias. Após ter sua publicação encerrada pela DC Comics, a Marvel adquiriu a licença para lançar as aventuras de Tarzan em quadrinhos, que durou pouco mais de dois anos, até ter sua publicação cancelada. Mas os fãs de Tarzan, e dos quadrinhos, agora tem a chance de acompanhar toda a célebre fase de Joe Kubert à frente do personagem, na coleção de 3 volumes lançada pela Devir. E não são poucas aventuras.
Neste volume que encerra a série, vamos conhecer um paraíso selvagem ao lado de um dos grandes mestres da narrativa gráfica, acompanhando o lendário Homem-Macaco enquanto ele tenta proteger duas belas atrizes e uma equipe de filmagem de Hollywood dos muitos perigos que espreitam as selvas africanas, para não mencionar um geneticista louco que chama a si mesmo de “Deus”! Ainda temos uma fiel adaptação para os quadrinhos de um dos mais clássicos romances do personagem: Tarzan e O Homem-Leão. Aliás, Joe Kubert foi extremamente competente na sua passagem pelas aventuras de Tarzan, sabendo como ninguém adaptar os vários livros escritos por Edgar Rice Burroughs em empolgantes aventuras nos quadrinhos que desenhou. Histórias como “A Fera da Lua”, “Selva de Gelo”, “A Erva Mágica”, “Julgamento de Sangue!” entre outras histórias em quadrinhos memoráveis, como a breve aventura de Korak, na qual o autor teve a chance de trabalhar ao lado de outras duas lendas dos quadrinhos: Bob Kanigher e Russ Heath!
Todas as histórias desta série de Tarzan criada e desenhada por Joe Kubert foi magistralmente lançada no mercado americano pela Dark Horse Comics na década passada, e foi muito feliz a opção da Devir em trazer tal material para cá, que há muito merecia ser revisto e conhecido pela atual geração de leitores de quadrinhos. Não apenas a qualidade artística de Joe Kubert é excelente, como as histórias são também um material que todo fã de quadrinho merece ter a chance de acompanhar. O trabalho de restauração das artes originais, bem como das cores, foi impecável, e estes eternos contos de aventura com certeza irão resgatar as emoções que os antigos fãs sentiram anos atrás, e ainda arrebatar as imaginações de incontáveis gerações futuras!
E uma edição como esta não ficaria completa se não trouxesse alguns materiais extras bem interessantes, e a Devir não deixou os leitores a ver navios: a edição traz uma matéria especial contando a história do personagem no nas novelas de rádio, no teatro e na TV, dos anos 1930 até os dias de hoje, além de uma biografia de Ron Ely, o ator que interpretou Tarzan no seriado de TV no final dos anos 1960, que teve parte de suas cenas rodadas no Brasil, inclusive! E tendo completado um século de existência no ano passado, o mito de Tarzan ainda desperta a paixão dos amantes de grandes aventuras em um mundo que, mesmo hoje no século XXI, ainda apresenta mistério e fascínio: a selva!

FILME DO JUIZ DREDD GANHA CONTINUAÇÃO EM QUADRINHOS



Os fãs do juiz mais durão da cidade futurista de Mega City 1, o Juiz Dredd, certamente ficaram desapontados pelo resultado fraco das bilheterias de sua versão para cinema, produzida no ano passado e estrelada por Karl Urban no papel-título. Como o filme praticamente não se pagou, as chances de rolarem uma continuação foram praticamente descartadas, o que enterrou os sonhos dos fãs de verem novamente Dredd nas telonas, pelo menos no futuro próximo. Mas, para quem assistiu e curtiu o filme, que está disponível no mercado de vídeo, eis que a história ganha uma "continuação" agora nos quadrinhos, na edição especial DREDD UNDERBELLY MOVIE SEQUEL ONE SHOT, que chega em breve às comic shops americanas em uma edição única, depois de ter sido publicada em duas partes na revista Judge Dredd Megazine, nas edições de setembro (340) e outubro (341), na Inglaterra.
O lançamento é da Rebellion Developments, e o preço da edição é de US$ 3,99. Escrito por Arthur Wyatt, veterano de publicações da 2000Ad, e desenhado por Henry Flint, esta é uma sequência que nenhum fã do juiz Dredd deve perder. Continuando com os eventos desencadeados de onde o filme terminou, a morte de Ma-Ma no confronto com Dredd deixou um vácuo de poder no submundo de Mega City 1, que agora motiva inúmeros outros grupos criminosos a uma luta desenfreada para assumirem o espaço deixado por Ma-Ma, e o explosivo mercado negro da droga Slo-Mo. Quando um depósito de cadáveres é descoberto, e revela-se que todos são mutantes, descobre-se uma possível conexão de contrabando que está trazendo material ilegal das próprias Terras Malditas para dentro de Mega City 1. Para chegar ao cerne desta questão, Dredd une forças novamente com a juíza Anderson para investigarem e desmantelarem a operação criminosa, podendo se meter em uma encrenca de proporções mais do que inesperada.
Arthur Wyatt explica que este Dredd, visto no filme, e que retorna nesta sequência em quadrinhos, é mais jovem que o personagem visto normalmente nas histórias, e por isso, ele é mais entusiasmado em suas ações, e não demonstra qualquer dúvida para com o sistema que trabalha, o que o leva a ser em vários momentos, irredutível e implacável. Sobre sua parceria com Henry Flint, Arthur declara que o desenhista é um dos "mais" de todos os artistas da 2000AD, e que trabalhar com ele neste projeto foi um sonho que se tornou realidade. O artista explica que tentou imitar o estilo de história desenvolvido no filme por Alex Garland, e mesmo não tendo trocado nenhuma idéia com ele, acredita que conseguiu chegar ao objetivo pretendido.
Produzido pela Lionsgate, o filme do Juiz Dredd teve um orçamento limitado, e com uma distribuição sofrível, amargou prejuízo nas bilheterias, inclusive no Brasil, onde a Paris Filmes também não deu o devido tratamento que a produção merecia. Para piorar, a versão em vídeo lançada no mercado nacional nem teve extras, tanto nas versão DVD quanto em Blu-Ray. Já nos quadrinhos, Dredd vem tendo mais sorte, com suas aventuras sendo publicadas mensalmente na nova revista Juiz Dredd Magazine, lançada pela Mythos Editora, que já está na sua 7ª edição, e com planos mais ousados para trazer aos leitores nacionais mais aventuras do juiz mais temido de Mega City 1.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ARMA X E REINO DO AMANHÃ GANHAM EDIÇÕES DEFINITIVAS



Quem curte as chamadas "Edições Definitivas" que a Panini Comics tem lançado no mercado nacional de quadrinhos certamente terá motivos para comemorar neste mês de novembro. A multinacional italiana anunciou o lançamento de pelo menos duas grandes aventuras dos quadrinhos para este mês, que farão a alegria de marvetes e decenautas. Para quem é fã da Marvel, a boa nova é o lançamento de ARMA X - EDIÇÃO DEFINITIVA, aventura estrelada pelo mutante favorito dos fãs, Wolverine, e que para muitos é a verdadeira "origem" do personagem. Em formato americano, com capa dura, e cerca de 156 páginas, com miolo em papel couché, a edição compila a minissérie "Weapon X", roteirizada e desenhada por ninguém menos do que Barry Windsor-Smith. O preço da edição é R$ 48,00, e o lançamento é voltado para livrarias e gibiterias.
Publicada em 1991 em 12 partes dentro do título Marvel Comics Presents, a história mostra como Logan adquiriu seu esqueleto inquebrável e suas mortais garras metálicas. Aprisionado por um grupo com propósitos escusos, o mutante é transformado em uma máquina de matar, tendo suas memórias e vontade completamente destroçadas, ao mesmo tempo em que seu esqueleto é recoberto pelo metal indestrutível chamado adamantium, ganhando também suas mortíferas garras feitas do mesmo metal. Com sua consciência aniquilada, e doutrinado para se tornar o primeiro de uma geração de armas mortais, Logan empreende uma luta para conseguir recuperar a si próprio, e voltar a ser uma pessoa, ao invés de ficar reduzido ao estágio animal de sua mente. As consequências da manipulação de sua mente, e do processo de implantação do adamantium em seu corpo foram sentidas por muitos anos, e para os fãs do personagem, esta história foi durante muito tempo o que mais se aproximou da origem do herói que seria conhecido como Wolverine. Decisões editoriais posteriores da Marvel, contudo, reviraram por completo o passado de Logan, com histórias muito fracas, e até mesmo introduzindo garras de osso como parte dos poderes mutantes do personagem, numa exploração exagerada em cima do mutante mais popular do Universo Marvel.
Com histórias mais recentes colocando até suas manipulações de memória oriundas do programa Arma X em xeque, não é de estranhar que a grande maioria dos fãs tenha preferência em ver esta história como a melhor origem do personagem. E uma prova disso é que até hoje a Marvel fica inserindo retcons no passado de Logan, adicionando informações por vezes a torto e a direito, com resultados de qualidade discutível, como a história recentemente publicada na edição nacional do título do personagem no mês passado (Wolverine N° 107), quando o vilão Romulus revela a Wolverine que o programa Arma X foi idéia do próprio Logan, com a intenção de criarem uma raça de mutantes mais evoluída com o objetivo de criar um império de dominação por uma raça superior não só sobre os humanos, mas também sobre os outros mutantes. Mais loucura que isso, impossível.
Arma X já foi publicado duas vezes pela Editora Abril na década de 1990, e uma vez pela Panini, há cerca de 10 anos. E quem não teve chance de conferir a história naquelas ocasiões tem agora uma excelente chance de conferir novamente trama, que se não é uma obra-prima, certamente é superior a muita coisa que a Marvel andou publicando sobre o mais invocado dos X-Men nas últimas duas décadas. E com direito a vários extras, que infelizmente não foram divulgados pela editora até o fechamento desta matéria, mas que certamente devem garantir um brilho adicional à edição.
O outro lançamento é O REINO DO AMANHÃ - EDIÇÃO DEFINITIVA, para alegria dos fãs do Universo DC. Com roteiros de Mark Waid, e a estonteante arte pintada de Alex Ross, esta é uma das histórias mais cultuadas pelos decenautas. Depois de impressionar os fãs dos quadrinhos com sua bela arte na minissérie Marvels, Alex Ross conseguiu repetir a dose para alegria dos fãs dos heróis da DC Comics, em uma história que nada fica a dever em qualidade ao trabalho visto em Marvels. Lançada nos Estados Unidos em 1996, esta obra foi publicada pela Editora Abril no ano seguinte no mercado nacional, como minissérie, ganhando algum tempo depois uma versão encadernada. Na década passada, a Panini, que já havia passado a publicar também os heróis DC, lançou uma nova edição da história, com direito a alguns sketches de Alex Ross na criação das versões dos heróis DC para a história como extras. A nova edição de O Reino do Amanhã terá, além da tradicional capa dura, nada menos do que 336 páginas, com miolo em papel couché, no formato 19,5 x 30,0 cm, pelo preço de R$ 89,00. Assim como a versão definitiva de Arma X, esta também terá distribuição voltada para as gibiterias e livrarias, um mercado que a Panini tem conseguido explorar de maneira bastante satisfatória nos últimos anos, ajudando a compensar parcialmente a queda de vendagem nas bancas tradicionais.
Em O Reino do Amanhã, somos apresentados a um futuro próximo do Universo DC. A Terra assiste à ação de uma nova geração de super-heróis que, infelizmente, não hesita em abusar da violência para deter os criminosos. A velha geração de superseres retirou-se da ativa, com o Super-Homem tendo se recolhido ao isolamento de sua Fortaleza da Solidão após ver o Coringa matar sua amada Lois Lane. Sem o exemplo edificador do Homem de Aço, surgiu um novo herói de métodos questionáveis, Magog, e sob sua influência, os novos super-heróis passaram a abusar de suas forças. Quando uma tentativa de cercar um vilão transforma o Estado americano do Kansas em um deserto radioativo, a Mulher-Maravilha interrompe o isolamento de Kal-El para lhe mostrar que ele e os antigos heróis são mais necessários do que nunca para restabelecer o equilíbrio do planeta. Conseguindo tirar o último Filho de Krypton de seu exílio auto-imposto, a reaparição do Super-Homem causa um tremendo impacto, e junto dos velhos heróis, que retornam à ativa, inicia um confronto de ideais e ações com a nova geração de superseres, que pode se mostrar tão prejudicial quanto as atitudes irresponsáveis dos atuais heróis. À espreita dos acontecimentos, o antigo herói e espírito vingador conhecido como Espectro, tendo visões e prenúncios de que o cataclisma total se aproxima com os eventos em curso, associa-se ao reverendo Norman McCay, para tentar recuperar a percepção e os sentimentos humanos que já teve em vida, e com isso encontrar a resposta para evitar a destruição de nosso mundo. E os vilões, coordenados por Lex Luthor, sempre à espreita, observam a situação, esperando pela primeira oportunidade de se livrarem tanto dos novos quanto dos antigos heróis, e assumirem o controle de tudo, ajudando a complicar ainda mais as chances de um desfecho pacífico. E que papel escuso nesta trama tem um dos mais poderosos heróis já conhecidos, que tinha no trovão sua marca característica, e que parece estar ao lado dos vilões. E o Batman, que reuniu um verdadeiro exército de robôs vigilantes para impôr a ordem, e tem seus próprios motivos para discordar dos planos do Super-Homem e seus aliados de "disciplinar" a ferro e fogo, se necessário, a nova geração de heróis, como poderá ser o fiel da balança na batalha que poderá decidir o futuro de tudo?
Sem dúvida, uma história para agradar não apenas àqueles que curtem as batalhas épicas dos heróis contra os vilões, mas que apreciam uma boa história, onde nem tudo é o que parece ser, e as nuances dos acontecimentos desencadeados podem tanto ser positivos quanto negativos. É uma história que todo fã apreciador de quadrinhos deve ter em sua estante. Obviamente, o preço de capa desta edição não é exatamente popular, mas o título de "Edição Definitiva" dificilmente seria de uma opção com acabamento mais em conta. O preço é justo, mas poucos leitores em nosso país podem adquirir este tipo de edição. Não dá para culpar a Panini pelos preços não serem os mais aceitáveis, mostrando que a realidade do mercado de quadrinhos em nosso país, assim como a complexidade de várias boas histórias que tem sido trazidas por estas edições de luxo, é igualmente complicada de se lidar, estando muito além do controle da editora.


Tanto Arma X quanto O Reino do Amanhã são boas histórias, e seus relançamentos em edições de luxo são mais do que bem-vindas, uma vez que as mais recentes histórias que são publicadas tanto da Marvel quanto da DC andam apresentando um nível bem insatisfatório em sua maioria, para azar dos apreciadores de quadrinhos.         

SÉRIE "O JUDOCA" GANHA CAIXA DE DVDS



                A distribuidora Cult Classic continua apostando nas produções japonesas antigas para reforçar seu catálogo de títulos no mercado de vídeo nacional. Depois de surpreender recentemente lançando a série completa de Don Drácula, e uma caixa trazendo os primeiros episódios de Fantomas, eis que neste mês de novembro a distribuidora traz para os saudosistas a série "O JUDOCA", outra produção das antigas da Terra do Sol Nascente.
                Produzida pela Tatsunoko Productions, o mesmo estúdio que criou a série Speed Racer, Kurenai Sanshiro (seu título original) foi exibida na TV japonesa de abril a setembro de 1969, pelo canal Fuji Television. Na história, o jovem Sanshiro (Sam, na versão nacional) encontra seu pai, mestre de judô de uma academia (dojo) assassinado. Ao lado de corpo de seu pai, ele descobre um olho de vidro, e reunindo as poucas pistas que encontra, descobre que seu pai foi morto por um sujeito de um olho só chamado Caolho. Praticante de artes marciais, ele simplesmente põe o pé na estrada para descobrir o paradeiro do assassino que matou seu pai, e assim, vingar a honra da família. No caminho, ele conta com a ajuda de um garoto chamado Ken, que se torna seu companheiro de aventuras, ao lado do cachorro Xereta. Em sua jornada, Sam acaba enfrentando vários adversários e bandidos, sempre evoluindo sua arte de combate, enquanto procura por pistas que o levem ao assassino de seu pai. A série teve 26 episódios, culminando com o tão esperado confronto entre Sam e o famigerado Caolho, a quem perseguiu durante toda a série. Criada por Tetsuo Yoshida, O Judoca aproveitou o estilo e boa parte dos character design da série Speed Racer, o que explica a semelhança entre o jovem praticamente de judô e o mundialmente famoso piloto do Match 5, sendo que em um dos episódios, aparece até o mesmo inspetor de polícia que muitas vezes recorria à ajuda de Speed para desvendar um caso.
                No Brasil, a série foi exibida por vários canais, entre os quais a TV Tupi, a Record, e a TV Gazeta, onde deu as caras pela última vez, há mais de vinte anos, nunca mais tendo sido reprisado, tanto na TV aberta quanto na TV por assinatura. E agora quem curtiu as aventuras do jovem judoca Sam terá enfim a chance de rever a série, com este lançamento da Cult Classic. A caixa traz 4 discos, contendo todos os 26 episódios, ao preço de R$ 79,90. O ponto negativo do lançamento é que não há áudio em português. Os episódios trazem o áudio em japonês e francês, além da opção de legendas em português e francês. Infelizmente, a dublagem em português da série, feita no estúdio Technisom, se perdeu ao longo dos anos, e por ser uma distribuidora de pequeno porte, a Cult Classic não providenciou uma nova dublagem, o que aumentaria o apelo do lançamento.
                Mas a Cult Classic é uma distribuidora com um nicho específico de atuação, que como o nome diz, são as produções antigas, os "clássicos". E como tal vem fazendo uma trabalho satisfatório, disponibilizando para o público saudosista produções que dificilmente seriam lançadas por outras distribuidoras nacionais. No ano passado, ela lançou uma caixa com toda a série do Robô Gigante, um dos mais cultuados seriados de live-action japonês dos anos 1960, e mais recentemente, anunciou planos de lançar outras séries clássicas da animação japonesa, como a produção "O Oitavo Homem", outra série de anime produzida nos anos 1960, e que deverá chegar em breve às lojas de vídeo nacionais. Em um momento em que os amantes das animações japonesas contam contam nos dedos os lançamentos que saem no mercado nacional, a iniciativa da Cult Classic é por demais bem-vinda, e que continuem a trazer outras séries que foram exibidas por aqui há muito tempo atrás, para alegria dos saudosistas e fãs dos animes.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

IDW ANUNCIA EDIÇÕES ESPECIAIS DE ARTISTAS DE QUADRINHOS CLÁSSICOS DA MARVEL E DC



Os fãs de quadrinhos nos Estados Unidos já estão em contagem regressiva para um dos lançamentos mais aguardados de 2014: a IDW Publishing anunciou nos últimos dias os novos títulos de sua linha "Artist's Edition", que nada mais são do que edições especiais compostas com as imagens originais das artes de títulos escolhidos a dedo pela editora. A publicação é em formato álbum, e tem tamanhos especiais com o atrativo de que a arte original é escaneada e transposta em seu tamanho natural para a publicação. Nas demais revistas publicadas no tradicional formato americano, todas as artes sofrem processo de redução, uma vez que as artes originais são muito maiores. A linha Artist's Edition (Edição de Artista, em português), permite que os leitores possam apreciar os desenhos em seu tamanho natural, e com isso, observar todos os detalhes com total nitidez, sem nenhuma redução. O papel de cada edição também é especial, para ser o mais próximo e fiel possível dos papéis utilizados para a produção das artes, e apesar das artes serem em preto e branco, todo o processo de escaneamento foi feito a cores, permitindo uma nitidez total de todos os traços presentes nas artes.
E a seleção de títulos da editora americana é de deixar qualquer fã dos bons quadrinhos com água na boca: a primeira edição, anunciada para ser lançada em março de 2014, é nada menos do que Os Novos Deuses, criação de ninguém menos do que Jack Kirby, que quando saiu da Marvel Comics, foi para a rival DC, onde produziu este belo material. "JACK KIRBY'S NEW GODS ARTIST' EDITION" será uma coleção de nada menos do que 5 volumes, que irá trazer na íntegra toda a criação de Kirby para a DC Comics. O primeiro volume, intitulado "Fourth World", será no formato 30,5 x 43,20 cm, que deve ser utilizado para as demais edições. Esta coleção vai permitir que os leitores possam acompanhar toda a dinâmica e energia da arte de Jack Kirby, e compreender porque é chamado por muitos de "o Rei" Kirby, e nesta obra, ele está na mais exuberante forma, tendo não apenas ilustrado toda a saga dos Novos Deuses, mas também escrito toda a história, mostrando que seus dons artísticos não se resumiam apenas a desenhar bem. Kirby criou uma saga épica para a DC Comics que ganhou grande importância dentro do Universo DC.
A seguir, com lançamento programado para o mês de maio, outro material para fã nenhum botar defeito: THE STERANK NICK FURY: AGENT OF S.H.I.E.L.D. ARTIST'S EDITION, que será apenas a primeira edição de dois volumes dedicados a Jim Steranko. Nesta primeira edição serão compiladas as 12 histórias do artista publicadas pela primeira vez na revista Strange Tales, edições 151 a 162, com as aventuras inesquecíveis de Nick Fury no comando da mais poderosa organização anti-terrorista mundial, a S.H.I.E.L.D., enfrentando as mais diversas ameaças à segurança da paz mundial, como a Hidra, e a I.M.A. (Idéias Mecânicas Avançadas), entre outros vilões, como o perverso Garra Amarela. Ação e espionagem em ritmo alucinante, e com a bela arte de Steranko. Esta primeira edição terá o formato 38,1 x 55,9 cm. Todas as artes deste volume foram processadas para o dobro do seu tamanho original, e todas elas foram obtidas do acervo pessoal do artista, que no fim dos anos 1960, produziu um volume de trabalho relativamente pequeno para a Marvel Comics, mas foi um dos grandes inovadores da arte dos quadrinhos daqueles tempos. Basta apreciar a bela arte das histórias desta edição para entender o porquê. O segundo volume, STERANKO NICK FURY AND CAPTAIN AMERICA ARTIST'S EDITION, compilará as edições 163 a 168 de Strange Tales, além dos números 1, 3 e 5 da revista Nick Fury: Agent of Shield, além de 3 aventuras do Capitão América completando o lote. "O impacto da forma de arte de Jim Steranko nos quadrinhos não pode ser subestimada", avisa Scott Dumbier, editor da IDW responsável pelo lançamento desta série de títulos. "Ele é um artista da mais alta qualidade", completa. "Acredito que mudei tanto a vida de Nick Fury quanto ele mudou a minha", relata Steranko. "Ver por cima das artes originais me traz uma enxurrada de recordações, lembrando como foi aquele terremoto criativo e desenfreado na concepção das histórias. Posso ver minha evolução artística a cada página, e revisitar essa experiência pode ser reconfortante e chocante, uma espécie de microcosmo da história dos quadrinhos. Como um dos arquitetos da Era Marvel, tenho o prazer de compartilhar este épico da Shield com todos os meus fãs e amigos", completa o artista.
Fechando o pacote de títulos anunciado, está o tão aguardado DAVE GIBBONS' WATCHMEN ARTIFACT EDITION, ainda sem data de lançamento, mas programado para o segundo semestre de 2014. Se Watchmen, por si só, é uma obra única na história dos quadrinhos de super-heróis, o que dizer de apreciar as artes originais desta história que desmistificou o mito dos super-heróis? Este livro terá o formato 30,5 x 43,20 cm, e ao contrário das demais edições, não tem todas as artes completas no original, estando portanto, incompleto. Por isso, a editora explica o título "Artifact" ao invés de "Artist", mas salienta que nem por isso esta edição terá um tratamento inferior às das demais edições da linha "Artist's Edition". O álbum trará várias pranchas das artes originais de Watchmen, bem como as capas da minissérie, e cada imagem é um testemunho do estilo elegante e sutil de Gibbons. "As edições de artista lançadas pela IDW estão entre meus livros de arte de quadrinhos favoritos de todos os tempos, e estou muito feliz em ver que eles vão lançar uma coleção de Watchmen", afirmou Gibbons, entusiasmado com a notícia de ver que sua arte estará em uma das edições anunciadas pela editora americana.
"Estamos igualmente emocionados", declarou Greg Goldstein, presidente da IDW. "Watchmen é, obviamente, uma das séries mais aclamadas e influentes de todos os tempos, assim como Os Novos Deuses é sem dúvida a maior de todas  as obras de Jack Kirby durante seu período na DC. É um verdadeiro privilégio para publicar estes livros", completou, entusiasmado. Alegria que é plenamente compartilhada por Scott Dumbier, o editor do material: "Não há realmente nada mais a dizer, não é?". Como as edições ainda estão em processo de concepção, a IDW não anunciou os preços que estas edições irão custar, mas pelo catálogo da editora deste tipo de edição, os preços vão ficar facilmente acima de US$ 100, um a vez que algumas as edições já lançadas pela editora com este tipo de material chegam a custar mais de US$ 200, e algumas edições, especialmente assinadas pelos artistas, vão muito além. Todos estes novos lançamentos foram negociados diretamente com as editoras Marvel e DC, que detém as propriedades destes materiais.
         Infelizmente, é um material que os leitores nacionais só terão chance de ver adquirindo a edição americana da IDW, uma vez que não há nenhuma expectativa de alguma editora lançar isso no mercado nacional. E, se acaso for lançado, o preço  infelizmente deverá ser extremamente salgado para os fãs dos quadrinhos, assim como já deverão ser as edições americanas...